Os portugueses têm de salvar-se de si próprios, para salvarem Portugal

quarta-feira, 28 de fevereiro de 2007

912. Alguém que acuda ao homem, caramba!

Lá está ele, uma vez mais, no hemiciclo, em imensa gritaria.

Será que não é capaz de discursar sem gritos? E sem aquela gesticulação... tão convincente!?... Sem aqueles tiques!?...

Já sabemos que nele é habitual tal estilo. Mas será que ainda ninguém foi capaz de dizer-lhe que o estilo é mau e faz reviver tempos que ninguém quer ver repetidos?

Aquele tipo de gritaria, não sendo próprio de uma câmara de deputados, representantes da nação eleitoral, fica-lhe mal e faz-lhe mal.

Porque, ao gritar daquela maneira, irrita quem o ouve e não ganha razão. Será que nunca lhe terão dado a saber a verdade elementar, básica mesmo, de que quem tem razão não precisa de gritar para se fazer ouvir? E que só grita a sua razão quem razão não tem?

Para além disso, com as veias a entumecerem daquela forma, ainda lhe dá um "treco". E, com as urgências hospitalares a minguarem a olhos vistos com a excelência da política do seu camarada do pelouro respectivo, não sei não... Ainda nos arriscamos a ter um desgosto profundo.

Mas hoje, particularmente, as coisas não lhe estão a correr lá muito bem. O discurso está a sair aos repelões (o que já é habitual), mas com muitos engasganços (o que já o não é muito).

Talvez se trate de um problema de discurso lido apressadamente e não suficientemente decorado (onde é que está o ponto electrónico, onde?).

Pois se até já chamou duas vezes de "director-geral" e outras tantas de "secretário-geral" à entidade que diz que vai pôr a coordenar as forças de segurança... Em que ficamos, afinal? Bem. pelo menos sabe que é "geral". Francamente, também não se pode saber tudo!

Aqueles gritos...

Cá para mim, tanta gritaria nem o deixa pensar em condições.

Estou mesmo a ver que, se tivesse barba ou, sei lá!, bigode, os arrancava aos repelões, tal a gana com que está aos deputados que se atrevem a questioná-lo... a ele, o deus no Olimpo, perdão, no hemiciclo. Hemiciclo que, aliás, não está à sua altura, é fatalmente pouco. Para tal personagem, só um ciclo poderá servir. "Hemi" é muito pouco, não é verdade, caro Eça?
...

11 comentários:

Pedro Sérgio disse...

Olá Ruben,

Mais uma vez, temos o artista no seu espectáculo mensal.Fala,fala,fala, mas nada faz!!Quer dizer, até faz, aumentando o desemprego, baixar o investimento, aumentar a insegurança, ......

Bom, já sabe o que a casa gasta!!!

Um abraço

Pedro Sérgio (Palmela)

Ruvasa disse...

Viva, Pedro!

Sim, é espectáculo conhecido já de outros carnavais.

Mas hoje, a coisa está um bocadinho pior.

Abraço

Ruben

Ricardo disse...

Boas Ruben,

Eu também sou daqueles que não gosta do estilo parlamentar do Primeiro Ministro. Desta vez, porém, talvez porque o pequeno-almoço foi reforçado, não o achei especialmente irritável ou arrogante. Até pelo contrário.

Os melhores momentos do debate foram com Francisco Louçã em termos de emotividade política (são dois políticos dados ao grande espectáculo da retórica) e o mais preocupado em fazer propostas construtivas foi Jerónimo de Sousa (apesar do disco ser sempre o mesmo).

O desemprego também dominou o debate e, mais uma vez, parece que ninguém sabe analisar uma taxa de desemprego nem a definição de criação líquida de emprego. O problema deste tema é a incessante demagogia que este tema parece suscitar nos nossos políticos. A demagogia começa com o então candidato a Primeiro-Ministro a prometer 150000 empregos e a criticar os 7,1% da taxa de desemprego e continua, agora, com as análises que a oposição faz dos actuais 8,2%. Se é para discutir assim só serve para atirar areia para os olhos. Quando os nossos especialistas de emprego que são os deputados - de todos os partidos - souberem distinguir quando é mau e é bom a subida da taxa de desemprego (depende da análise da sua composição por sector de actividade, da criação líquida de emprego, da quantidade de pessoas que não estavam dispostas a trabalhar e que agora inscreveram-se, do universo de pessoas activas e inscritas, entre outras) então pode ser que estes debates sirvam para alguma coisa...

Abraço,

Ruvasa disse...

Viva, Ricardo!

Estes debates nunca vão servir seja para o que não seja retórica de cordel e demonstração da deficientíssima educação cívica que se pavoneia pelos corredotres de São Bento e... não só!

Já por diversas vezes aqui falei no assunto. Os políticos portugueses (salvo 3 ou 4, não mais...), a principiar pelos detentores de maiores responsabilidades deveriam ser obrigados a assistir a debates do Congreso de los Diputados, para verem se aprendem alguma coisa. É que os espanhóis, tidos como impulsivos e até bestas quadradas, em tantos círculos lusos, dão, no seu Hemiciclo grand+issimos exemplos de civilidade, coisa que os portugueses não são capazes de fazer. Ali se revela bem a massa de que são feitos. E a massa de que são feitos está podre.

É uma vergonha!

Quanto ao resto, ao conteúdo, nem vale a pena perder tempo, Ricardo. Números, cada qual apresenta os seus e ninguém tem razão. Mais: por via de regra, quem está no poder é quem menos razão tem. Em cada momento. Sabe-se bem que é assim. Porquê? Porque quem está no ppoder tem a força suficiente para manipular os números. E se eles têm sido manipulados!

Hoje são estes; amanhã serão os outros. Mudam as moscas...

Abraço

Ruben

Orlando Braga disse...

A gritaria é uma característica "invertida". A coisa é mesmo natural.

Ruvasa disse...

Viva, Orlando!

Talvez seja, talvez.
Mas que irrita que se farta, lá isso!...

Lá pelos seus lados, está tudo mais calmo?

Abraço

Ruben

Agnelo Figueiredo disse...

Eu ia dizer que tinha cá um no burgo ainda mais afectado - e irritador - que este. Mas depois deparei-me com aquela graciosidade da dançarina do outro post... e já nem digo nada!

Ruvasa disse...

Viva, Agnelo!

Graciosidade? Sim, de certo. Mas graciosidade que não consegue alcançar a dos gritibnhos de Sexa, noss'primêro.

De qualquer modo, eles lá se vão entendendo todos.

Portugal é um país de confrarias, não sabia? Ah, pois! A do vinho do Porto. E, para além dessa, mais umas 5893, fora os trocos. É só confrades... e sem freiras, que essas só servem para atrapalhar.

Abraço

Ruben

Anónimo disse...

A gritaria combina perfeitamente com a sua imagem de marca...
;-)




ps- Aiii filha, não me toques que tenho tiques...eheheheh!

Beijinho

Ruvasa disse...

Viva, Mª Lopes!

Muito gosto em ver por cá mais uma nova leitora.

É, a gritaria é uma coisa sintomática, relativamente a muitas maneiras de ser.

Beijinho igual e volte sempre, sim?

Ruben

Ruvasa disse...

Viva, Paula!

Todos os Óscares e até Grammys. Porque aquilo é também um "cantorio" de alto lá com o tenor...

Abraços iguais para si.

Ruben