Os portugueses têm de salvar-se de si próprios, para salvarem Portugal

segunda-feira, 11 de junho de 2012

2955. Do aspecto nunca me queixei...


U m belo discurso retórico na mentirosa data para Comemoração da Portugalidade, o proferido por Sampaio da Nóvoa. Retórico no sentido apreciativo, que hic et nunc não se cuida de depreciar. Exemplar na função para que o autor decididamente o vocacionou.

Outros tem havido, mas este tem mais elaboração.

Dá para satisfazer gregos e troianos, os daqui e os seus antípodas, os da tese e os da antítese, os do claro e os do escuro, os do pão, talvez queijo e os do queijo, talvez pão. De total abrangência, enfim, e, como tal, amalgamado, verdadeiro albergue espanhol, não separador de águas.

Definitivamente, somos os maiores e os melhores na palavra - escrita ou falada - estando o busílis da questão todo na acção, melhor dito na inacção. E também nos velhos do Restelo e adjacências, sempre que, ao longe, a acção começa a ser esboçada. Porque o que em todos está assinalado como trade mark é a palavra, único instrumento catártico conhecido e aceite. Por enleador.

Ao ouvir a oração, veio-me à lembrança uma frase de há uma dúzia de anos atrás, proferida por meu Pai, falecido em 2001, aos 83 anos.

Já então bem atacado pela doença que haveria de vitimá-lo uns meses depois, ao ser interpelado sobre como se sentia, ao que respondera que "não muito bem, mas, enfim...", tendo recebido por réplica que "mas olhe que de aspecto está muito bem!", não resistiu:

- Pois... estou a ver. Mas, sabe, do aspecto nunca me queixei...

Nós, portugueses, estamos como meu Pai; da retórica nunca nos queixámos; o que nos corrói a saúde é o resto…

Curiosamente, Sampaio da Nóvoa socorreu-se até de textos de outras épocas, para mostrar que, afinal, apenas repetia. Nem sequer se pretendia inovador.

Claro que um discurso motivador, congregador de vontades, orientado no sentido de reerguer o País e os cidadãos, levando-os a cerrar fileiras, em torno de um objectivo nacional comum, estava fora de questão, por inconveniente... Sabemos disso.

Assim prosseguimos. Pelos vistos, até à consumação dos… milénios.

quinta-feira, 7 de junho de 2012

2953. Organizem-se!


A ctualmente está na moda a fixação mais ou menos generalizada em Miguel Relvas.

Até hoje nada de concreto existe, apenas rumores. Não significa isto que rumores não possam vir a revelar-se correspondentes à verdade, mas, por enquanto, não passam de mexericos.

Isso, porém, não obsta a que Relvas (a quem gente que até actua por soundbytes chama José, tal o grau de conhecimento que do homem tem...) seja o osso – pelos vistos descarnado até ao momento – por que tanto aspiraram e desesperaram, uma vez que ainda não surgiu uma só voz a clamar que ele tenha recebido um tostão indevidamente, nem que tenha chegado ao governo teso que nem carapau e que agora veste (com nome inscrito na montra e tudo) da mais afamada e cara boutique de vestuário do mundo, situada em Rodeo Drive, Hollywood City.

Relvas, que se saiba, nem trafica nem traficou diamantes em aviões que caíram lá pela Jamba! Olha, se o tivesse feito ou sequer sonhado fazer!

Mas a culpa é dele mesmo, quanto a isso não restam dúvidas. Nada disto aconteceria se não se tivesse metido a liderar o processo de privatização de uma parte substancial da RTP e igualmente no processo de eliminação de umas quantas dispensáveis freguesias, que apenas existem para dar sinecura a outros tantos afilhados.

Porque aí é que está o busílis, já que são mais duas corporações (daquelas que apenas havia no tempo do "fassismo"...) que são postas em causa.

Resumindo, uma vez mais se constata que toda a gente achava que tudo estava mal e tinha que levar uma volta mas, ATENÇÃO, mexam em tudo o que está mal, MENOS NO MEU BUTECO, porque eu vou aos arames.

Compreende-se – embora dificilmente se aceite – que quem é directamente atingido pelas reestruturações indispensáveis, para que a escandaleira e a delapidação anual de milhões de euros (que bem precisos são para fins mais dignos do que encher os bolsos de uns quantos, à custa do erário público) prossiga alegremente.

O que não se compreende é que tal aflija também meros contribui9nyes que ao longo de todos este anos têm vindo a ser roubados nos impostos que pagam.

Afinal, quer-se que as coisas mudem e se corrija o que está mal ou tudo estava bem e como tal deve continuar?

Organizam-se e decidam-se de uma vez por todas.

* * *

Pessoalmente, não aprecio nem um milímetro, o estilo do homem. Daí, porém, a condená-lo sem que ache, em tudo quanto se lê ou ouve oficialmente, seja o que for de concreto contra o que faz ou fez, vai a distância da dignidade social.

O grande caso seria o da jornalista Maria José Oliveira do Público que, veja-se, até com o jornal em que trabalhava se zangou, dele se demitindo. Pelos vistos, só ela tem razão e todos os restantes são uma cambada… Mas o que é certo é que nem ela apresentou a mínima prova do que foi alegado. E teria sido bem fácil fazê-lo, pois é sabido que os telefonemas ministeriais – e outros – para os jornais, rádios e televisões são gravados, pois apenas assim os jornalistas se podem defender, se forem acusados de deturpação informativa. Só os ignorantes, os anjinhos e quem estiver eivado de má fé pode ignorar esta verdade simples.

A Maria José Oliveira apenas bastaria, pois, exibir a gravação do telefonema para deitar abaixo o ministro. Não o fez nem nenhum dos seus amigos. Lá saberão porquê. Talvez não desse jeito a exibição de uma gravação em que o ministro alegadamente tivesse ameaçado revelar coisas da vida particular da jornalista… que… toda a gente do meio conhece! Que ameaça mais sem nexo e estúpida, hein?!

terça-feira, 5 de junho de 2012

2952. Estamos a empobrecer?!


Propalar-se, como faz a Oposição, que o País está a empobrecer é uma evidente mentira, completa deturpação da realidade, quando a observação vem da parte dos partidos comunistas que temos. Quando, porém, surge das hostes socialistas, então resulta mesmo em ignomínia.

O País não está a empobrecer. Como é que o poderia estar se nunca saiu da condição de pobre? O País está, isso sim, a reconduzir-se à sua condição de sempre, isto é, pobre mas honrado, cumpridor dos compromissos que assume, não caloteiro, não vigarista. Não, Portugal nunca saiu da pobreza em que sempre esteve.

O que aconteceu foi que há 25 anos começou a viver alegremente à custa do suor alheio, dos impostos pagos pelos cidadãos de países seus parceiros na EU. E essa vivência alegre, despreocupada e completamente irresponsável, acentuou-se de forma inesperada há 15 anos atrás e atingiu foros de escândalo nacional – e internacional – no período de 2005-2010.

A muita gente, a muitos portugueses, dir-se-á mesmo à maioria dos portugueses, talvez seja difícil de compreender isto, de aceitá-lo, porque se trata da mais cruel das realidades e quanto mais duras as verdades mais difícil se torna reconhecer-lhes as virtualidades.

Vai, no entanto, sendo tempo de se acordar da anestesia mortal de anos e anos de mentiras que geram irresponsabilidades difíceis de erradicar. Tempo de resistir à patifaria sem nome do engano persistente da população em geral, por parte de políticos inescrupulosos que incompreensivelmente continuam a receber o apoio das suas vítimas, como se gente séria e honrada fossem.

Destes arautos da aldrabice destacam-se – pelas especiais responsabilidades que lhes cabem – o PS em primeira mão, por ser, muito destacadamente, o que mais responsabilidades tem, mas também sectores não despiciendos do PSD, para quem os interesses do País vergam sempre perante os próprios.

Prouvera a todos os portugueses que, de uma vez, fossem completamente desmascarados e postos em exposição pública, tal como efectivamente são e não com as roupagens que habitualmente vestem e que estão nos antípodas daquelas que devem vestir.

Enquanto tal não acontecer, Portugal não poderá aspirar a que lhe seja restituída a dignidade nacional que lhe é devida.

03 Junho 2012

sábado, 2 de junho de 2012

2951. O concluio das PPP


“Para perceber melhor a displicência do PGR neste caso, denunciado por muitos há muito tempo, é melhor ver este vídeo da SICN, em que José Gomes Ferreira diz expressamente que houve um conluio entre várias pessoas para esta desgraça e esta hecatombe na economia nacional. E disse mais:

Que o destemido, ou seja a PGR já vem tarde de mais. E que o presidente da República ainda terá que explicar porque assinou de cruz os diplomas legais.

Esta é a história de um grande conluio...que tem coniventes.José Gomes Ferreira enunciou os conluiados: alguns políticos, bancos, construtoras, consultoras e grandes gabinetes de advogados. Atravessa e está no coração do regime.
Faltou enunciar outros importantes conluiados: os directores de informação das televisões. Os josés albertos carvalhos e assim outras anas lourenços. Estes são responsáveis no conluio porque sabendo do mesmo, tiveram medo de o denunciar. E trataram de se proteger dos tubarões tornando-se dóceis para o poder e o establishment. São jornalistas de terceira categoria, evidentemente.

Aliás, se alguém quiser saber quem são os conluiados basta desenrolar as páginas deste e doutros blogs, ao longo da última meia dúzia de anos. Estão lá todos, mas todos mesmo”.
(blog “Porta da Loja”)

http://youtu.be/7HuWL0YX7dY

sexta-feira, 1 de junho de 2012

2950. It's now or never!


Outros e mais absorventes afazeres, de ordem principalmente familiar, têm ultimamente vindo a ocupar-me o espírito, as preocupações e o tempo, pelo que não tenho podido manter a disponibilidade anterior. Mas tenho estado mais ou menos atento e não podia deixar de vir hoje relembrar “profecias” que por aqui tenho deixado e que estão a revelar-se inteiramente acertadas. E não sou descendente dos Maias, nem de Nostradamus nem sequer do Bandarra! Serei, apenas e isso sim, mero e curioso observador da cena política nacional & surronding.

Como, desde Março passado, tenho vindo aqui a anunciar que iria acontecer, prosseguem, a cada semana que passa em sucessão geométrica, os trabalhos (es)forçados da Oposição no sentido de, seja como for, derrubar o governo, neste pré-Verão de 2012.

Como igualmente tenho referido, o alcance de tal objectivo é crucial para os interesses que visa o bloco socialista-vertentes várias e festivaleiras do comunismo retrógrado que por aí temos, uma vez que a época estival, em que o País fecha para banhos gerais é pouco propícia a grandes manobras de engrolamento nacional.

Por outro lado é o it’s now or never, pois a subida à cena dos primeiros resultados consolidados da acção que tem vindo a ser exercida pelo executivo – de que os últimos e surpreendentes – para alguns, claro! – desenvolvimentos da crónica da Fitch constituem exemplo significativo (mas só até que as restantes agências notadoras lhe sigam o rasto, para não perderem a face por completo), as coisas começam efectivamente a ser bastante adversas aos oposicionistas e principalmente aos adoradores do “filusufu” du Bois de Boulogne, o que obriga ao uso de manobras de bastidores ainda mais rasteiras do que até aqui.

É, pois, o tudo por tudo, já!, antes de que tarde seja. E o tarde tem também que ver com a saída, muito próxima já, do Encobridor Geral da República das Bananas da Zona Temperada do Norte, acima do Trópico de Câncer e abaixo do Círculo Polar Ártico.

É cada vez mais evidente que todas as manobras vão ter o desastroso resultado, para os seus agentes, que desde sempre se mostrou previsível. Tal circunstância, porém, não se tem mostrado até ao presente suficientemente clara e, portanto, desmotivadora para eles, de molde a que arrepiem caminho. O que é pena, porque, uma vez mais, vão perder o comboio da História e confinar-se à buraqueta de onde momentaneamente saíram.