Os portugueses têm de salvar-se de si próprios, para salvarem Portugal

domingo, 28 de outubro de 2012

3023. Lembra-se da anedota bocagiana?

click, para ampliar

3022. Não fizemos o mal, mas vamos corrigi-lo!

click, para ampliar

3021. Diógenes continua em busca

É mesmo preciso ir além da Taprobana, perdão, da Troika.

Não o fazermos, é repetir as doses de 1977-78 e de 1983-85 e, daqui por poucos anos, estarmos na mesma situação.

Quem não compreender isto, o melhor que tem a fazer é pedir que algu

ém lhe explique com desenho colorido, o mais depressa possível.

E o que é ir além da Troika, hoje, em Portugal?

Pois bem, é, além de dar cumprimento rigoroso e integral ao memorando - que remédio temos!... - concretizar reformas urgentes de procedimentos e principalmente de mentalidades.

Isto, se realmente queremos a salvação.

* * *

Pedro Passos Coelho disse ontem, no discurso de encerramento das jornadas parlamentares da coligação PSD-CDS, algo a que atribuo a maior importância, porque essa frase é muito sintomática e merecedora de meditação.

Disse que cumprir as cláusulas do memorando de entendimento não é suficiente, para sairmos da situação aflitiva em que nos encontramos. Há que ir mais longe, porque há que proceder a reformas profundas na sociedade portuguesa.

Não disse, mas quanto a mim teria feito bem se tivesse dito que, cumprindo à risca as cláusulas do memorando e por aí se ficando, corremos o sério risco de, muito em breve, estarmos novamente em situação aflitiva.

É que cumprir estritamente o memorando foi o que se fez em 1977-78 e o que aconteceu foi que, seis anos depois, em 1983, lá estávamos nós novamente com o FMI a vasculhar as nossas contas e a ditar leis no País.

E a bancarrota demorou mais a chegar desta vez, apenas porque, a partir der 1986, começámos a receber toneladas de euros a fundo perdido. Não fora isso, e, lá para 1991 ou 1992, cá o teríamos tido uma vez mais.

Mas não, demorou um pouco mais (25 anos), porque fomos sendo inundados com os tais milhares de milhões a fundo perdido.

Em resumo, conseguimos a proeza de gastar o que tínhamos (as toneladas de ouro legadas pelo Estado Novo), mais o que veio às carradas e nem tivemos que pagar e, não contentes com isso, ainda nos endividámos de forma absolutamente criminosa.

Será que somos suficientemente cretinos e tão pouco inteligentes que não percebemos que há que mudar de vida, porque os nossos parceiros não estão na disposição de alimentar indefinidamente pançudos pelintras com a mania de que são abastados?

Sei que é muito duro dizer isto e se um político o fizer, cair-lhe-à tudo em cima. Mas alguém terá de o dizer sem deixar margem para dúvidas ou tergiversações.

Porque, enquanto todos nós não formos suficientemente despertados para esta vergonha, e enquanto não sentirmos vergonha a sério desta vergonha colectiva, vai ser impossível endireitar o País.

É preciso que alguém com autoridade moral, aponte tudo isto aos Portugueses e os leve a querer desagravar-se desta situação humilhante para que todos, afinal, contribuímos, em maior ou menor grau de culpabilidade.

Mas... sinceramente, muito sinceramente, onde ir buscar tal espécime de português, com essa carga moral? Até essa indispensabilidade nos falta, senhores, até essa! A esta pobreza de espírito chegámos!

Alguém tem para aí uma lanterna que possa dispensar, para que tal seja tentado, à moda de Diógenes?

quinta-feira, 25 de outubro de 2012

3017. A Mão do Diabo - J. Rodrigues dos Santos

A inda só li 150 páginas - das cerca de 600 - do novo romance de José Rodrigues dos Santos, A Mão do Diabo, da editora Gradiva, porque apenas comecei ontem à noite.

Não resisto, porém, a, desde já e muito vivamente, lhe sugerir que compre, alugue, peça emprestado ou fane a alguém o livro e o leia.

É indispensável para que o cidadão comum, normalmente mal informado, fique conhecedor da actual realidade portuguesa, suas causas e consequências.

Muito bem informado, JRS faz questão de informar de forma leve e corrente, de modo a que todos percebam e fiquem em condições de esclarecer outros.

Vá lá, apresse-se e deixe de dizer asneiras por falta de informação. O livro é-lhe absolutamente indispensável.

3016. Luís Campos Ferreira


terça-feira, 9 de outubro de 2012

3004. A alma da gente aparvalha!



Mas está tudo doido?

Chegámos à esquizofrenia total, que agora ataca até quem pensávamos que era coerente e lógico com tudo quanto sempre disse e não caía em demagogias idiotas e assassinas?

A gente ouve cada uma que só pode achar que, na verdade, a maleita é mesmo geral!

Então não é que no programa de ontem na TVI, "Olhos nos olhos", cuja repetição acabo de ver, Medina Carreira teve o desplante de afirmar (cito de memória, mas não atraiçoo o conteúdo e menos ainda o espírito):

- ... por exemplo, no caso das  PPPs, não percebo por que razão o governo não usa o melhor argumento que tem para forçar a alteração daquele negócio ruinoso, que é a de que o Estado não pode pagar porque está... falido!

Sim, sim! Não é engano. Leu bem e eu ouvi bem. Não acredita no que leu? Nem eu no que ouvi.

No dia em que alguém do governo admita que o Estado está falido, quem está f.... somos todos nós, porque não haverá ninguém, nem FMIs, nem Comissões nem BCEs, quanto mais os outros, que nos empreste sequer a porra de um euro!...

Será o reconhecimento oficial da irremediável bancarrota. Porque bancarrota e falência são uma e a mesma coisa, ou seja, a impossibilidade de dar satisfação aos compromissos assumidos perante os credores, todos os credores.

E ninguém cala a boca a estes imbecis, que dizem as maiores idiotices – melhor, estas sacanices – e, com isso, levam o cidadão comum, que não sabe destas coisas, a cair naquilo que os cretinos bem sabem que se trata, ou seja, no conto do vigário !!!

Por esta não esperava eu!

Caímos na mais completa, total e absoluta insânia!

* * *

Peço desculpa pelas terminologias, a explícita e a implícita, mas a minha indignação por mais esta pulhice é total.

Se o governo fizesse o que ele propõe, seria o próprio o primeiro a vir para a praça pública largar postas de pescada mal cheirosa! E com toda a razão, nesse caso!

sábado, 6 de outubro de 2012

3.000. Pausa para aliviar com arte


Caraças!

Esta vida não é feita apenas de porcarias!

Aqui tem é uma prenda de sábado.

Por momentos, esqueça a cambada!

Desfrute, desfrute, desfrute e... bom fim de tarde.

Obrigado, querida Ashera Sedrul!


An imusic HD - Resonant Chamber

2999. A bandalheira chegou à Bandeira

click, para ampliar

2998. Dia virá em que a verdade terá de ser dita nua e crua



O estado a que foram deixadas chegar as coisas em Portugal continua sem ser dito aos Portugueses, com toda a verdade.

De modo geral, os cidadãos não têm ideia – nem sequer aproximada – do que efectivamente se passa.

Apenas uma dica:

Durante os últimos 10 anos,

(já nem falando dos anteriores, pois há 25 anos que desperdiçamos dezenas de milhões de euros enviados pela UE para cá todos os anos, a fundo perdido…)

andámos a consumir anualmente 10% mais do que produzíamos e, portanto, 10% mais do que as verbas de que podíamos dispor.

Significa isto que, ao fim de 10 anos e com contas feitas por baixo, Portugal devia mais 100% do que podia pagar, ou seja, devia o dobro do PIB de um ano.

Dito de outra forma, ao fim desse tempo o País, se quisesse pagar rapidamente tudo o que devia, teria de produzir num ano três vezes mais do que efectivamente produz (1 valor do PIB anual para o consumo desse ano e mais 2 para liquidar o que já devia).

Para fazer uma ideia dos valores reais envolvidos, o PIB português do ano de 2010 foi de 247.037 milhões de dólares americanos, ou seja, aproximadamente de 189.691 milhões de euros.

Ora, na linha do raciocínio acima exposto, que é o real, para fazer aquela liquidação, teria de arranjar uma verba correspondente a mais de 570.000 milhões de euros, que perfazem a verdadeira dívida portuguesa.

O pedido de ajuda financeira foi de “apenas” 78.000 milhões de euros, que têm de ser pagos, evidentemente.

Mas, além desses, ficaram ainda de fora aproximadamente 490.000 milhões de euros, que, embora como diz o imbecil que todos conhecemos, é dívida que deve ser gerida, também tem de ser paga, como qualquer dívida que se preze.

Ora, enquanto se mantiver a situação de gastarmos mais do que produzimos, nada conseguimos liquidar dessa dívida e, muito pelo contrário, ela vai continuar a crescer.

Esta é a imensidão da tarefa monstruosa com que está confrontado o actual governo, que, diga-se em abono da verdade, em nada contribuiu para a situação deplorável e criminosa que encontrou pela frente quando foi empossado.

Quem, em face disto, continuar a pensar – e a afirmar – que as coisas vão ao lugar sem muitas reformas, muitos apertos e muita dor de todos nós ou é completamente imbecil como o outro ou age de má fé. É mesmo criminoso.

Dia virá em que a verdade terá de ser dita tal como realmente é, ou seja, nua e crua.

Esse será o dia em, que efectivamente os Portugueses começarão, por vontade própria, a resgatar-se da malha de mentiras com que foram enganados, por dezenas de anos a fio, e Portugal iniciará o caminho da honra e da dignidade entretanto perdidas, que o levará a recuperar a independência de que foi sendo esbulhado ao longo de todo esse tempo de ignomínia.

2012 Out 06

sexta-feira, 5 de outubro de 2012

2997. "E se trocássemos umas ideias sobre cortes nas despesas do Estado?"



No seu próprio interesse, preste atenção ao que lhe digo, por favor:

Se quer realmente perceber o que está a passar-se em Portugal, largue tudo quanto está a fazer e leia o texto abaixo, que José Manuel Fernandes publicou hoje no blog “Blasfémias”. E mantenha-o sempre à mão, para o ir relendo de vez em quando.

Trata-se de um texto longo mas tem mesmo de o ler e nele meditar, por conter informação primordial que é, ao mesmo tempo, prevenção absolutamente indispensável.

* * *

E se trocássemos umas ideias sobre cortes nas despesas do Estado?

Hoje, no Público, defendi que temos de ser sérios; quando falamos de cortar despesas do Estado, falamos de milhares de milhões de euros, pelo que invocar apenas as “gorduras” é demagogia hoje como foi demagogia no passado.

Portugal gosta de viver de ilusões. Quem ler os jornais ou vir as televisões, descobrirá que tudo se vai resolver neste rectângulo à beira-mar plantado no dia em que se cortar nas despesas do Estado. Dos mais sisudos “senadores” aos mais azougados repórteres, passando por atarantados deputados, tudo se resolve com um Estado mais pequeno. Ou seja, parece existir em Portugal um enorme consenso “neoliberal”.

Nada mais enganador. Primeiro, porque já se está a cortar imenso na despesa do Estado mas isso não tem chegado. Depois porque a esmagadora maioria dos que exigem cortes discordam de todo e qualquer um dos cortes em concreto.

Na semana passada, o presidente do BPI, Fernando Ulrich, surpreendeu muita gente ao declarar que devia ser motivo de orgulho para Portugal “que a despesa primária, sem juros, e sem medidas extraordinárias, tenha passado de 83,5 mil milhões de euros em 2010, para pouco mais de 70 mil milhões de euros” em 2012. O banqueiro citou aqueles números para responder ao Financial Times, mas, na verdade, estava a dirigir-se à cacofonia que parece ocupar todo o nosso espaço público. Sem surpresa, a generalidade dos órgãos de informação dedicou-lhe uma breve nota de rodapé: convém não estragar a narrativa estabelecida.

No entanto, estamos a falar de números impressionantes. O corte na despesa pública, sem juros da dívida, foi de 13,5 mil milhões de euros em dois anos. Desses, 5,7 mil milhões foram em despesas de investimento e o restante, 7,8 mil milhões, foi na chamada despesa corrente primária. 7,8 mil milhões é quase quatro vezes o valor do corte dos dois subsídios aos funcionários públicos. 7,8 mil milhões é também mais do que todos os juros que vamos pagar este ano (7,5 mil milhões) e é quase tanto quanto o que se gastou em educação em 2011 (8,2 mil milhões).

Muitos destes cortes afectaram já a vida dos portugueses. O corte no investimento, por exemplo, levou à paragem de muitas obras públicas – e ainda bem, digo eu -, e isso está a ter importantes consequências nesse sector da economia. Mas não só. Vejamos também o que aconteceu entre 2011 e 2012 nos principais ministérios comparando a execução orçamental até Agosto. O Ministério da Defesa cortou mais de 200 milhões de euros – a consequência vimo-la na manifestação de sábado passado, com as associações de militares a marcharem ao lado da CGTP. O Ministério da Saúde gastou menos 500 milhões de euros, apesar de ter pago dívidas em atraso – mas todos sabemos como a redução de custos neste sector tem gerado protestos e manifestações. E o Ministério da Educação já tinha conseguido cortar, nesses oito meses, 750 milhões de euros. Até os encargos líquidos do Estado com as PPP caíram 52 por cento no primeiro semestre, uma poupança de 586 milhões de euros.

É claro que, para conseguir estes cortes, foi necessário reduzir os salários dos funcionários públicos, fechar serviços de saúde que eram redundantes e escolas com poucos alunos, tal como dispensar professores que ficaram sem turmas para dar aulas, bloquear as progressões nas carreiras, acabar com os subsídios às empresas, tudo medidas que afectaram corporações específicas e suscitaram a habitual onda de críticas contra os “cortes cegos”. Mais: sempre que se anuncia alguma racionalização, mesmo que tímida, mesmo que mal feita e insuficiente, como a que foi anunciada para as fundações, salta logo um coro de protestos a justificar o carácter indispensável do respectivo gasto público.

Mesmo assim, estamos longe dos objectivos. Este ano estão a ser cortados mais de quatro mil milhões de euros na despesa corrente primária, para o ano o ministro das Finanças já anunciou que será necessário cortar outros quatro mil milhões. Se alguém souber como se cortam sete mil milhões em vez de quatro, que avance: assim evitaremos o assalto fiscal via IRS.

Portugal tem vivido na ilusão de que todos estes cortes ainda não ocorreram e que, portanto, basta realizá-los para resolvermos os nossos problemas. E também na ilusão – que, de resto, foi alimentada pela actual maioria durante a última campanha eleitoral – de que tudo se pode fazer tocando apenas nas gorduras do Estado, nas PPP ou nas fundações. Não era verdade e não é verdade, pois tudo o que se fizer nessa área, sendo muitíssimo importante (até por razões políticas), pesa relativamente pouco quando olhamos para os grandes números. Basta pensarmos que, dos quase 74 mil milhões de euros que o Estado gastou em 2010 (sem juros nem investimento), mais de 80 por cento foram para pagar os salários dos funcionários e as pensões sociais.
Todos estes números são públicos, mas mesmo assim há quem insista em ignorá-los e, sobretudo, quem continue a negar o essencial. Isto é, que os níveis de despesa públicos atingidos em 2009 e 2010 – mais de 88 mil milhões de euros – não só eram incomportáveis para uma economia como a nossa, como só foram possíveis por décadas de políticas erradas, muito populismo e uma enorme falta de coragem.

Em Portugal, ganharam-se muitas eleições a aumentar desmesuradamente os funcionários públicos – ganhou-as Cavaco, ganhou-as Guterres, ganhou-as Sócrates. Poucos na altura se incomodaram com isso, quase todos os “senadores” que hoje saltitam de estúdio de televisão em estúdio de televisão colaboraram activamente com isso.

Em Portugal, vamos quase em quatro décadas sem alterar devidamente a lei das rendas, por endémica falta de coragem política, e isso contribuiu muito para distorcer as prioridades do sistema financeiro, que se especializou numa actividade não produtiva – o crédito à habitação – e nunca financiou devidamente a economia. Quantos “senadores” não foram cúmplices desta inacção?

Em Portugal, nunca nenhum governante deixou de sonhar ser uma espécie de Fontes Pereira de Melo moderno, espalhando auto-estradas ou semeando rotundas, criando dívida directa ou dívida através de PPP, assim contribuindo para que, só em 2007, cerca de 70 por cento do crédito bancário total concedido a empresas e a particulares fossem destinados ao cluster da construção civil e imobiliário. Não surpreende que, com estes comportamentos e distorções, a dívida tenha crescido e a economia estagnado.

Em Portugal, os governantes sempre gostaram de subsidiar as empresas, e estas de ser subsidiadas, e, em Portugal, são raros os “senadores” que não tiveram sinecuras em alguma das grandes empresas do regime, ou em alguma das instituições públicas ou semipúblicas onde os salários não estão limitados pelo desagradável tecto imposto aos ministros.

É por todas estas e muitas outras que tenho cada vez menos tolerância para os conselhos de sapiência de “senadores” que no passado criaram rendas e hoje dizem que temos de acabar com elas; que querem cortar nas despesas públicas mas não só nunca o fizeram como, nalguns casos, beneficiam de pensões superiores a 10 mil euros mensais; que foram incapazes de fazer reformas decentes, do arrendamento à lei do trabalho, e agora continuam a criticar as reformas; que inventaram e encheram o país de PPP mas agora estão muito preocupados com a corrupção; que pedem cortes na despesa mas só sabem referir as viagens e as ajudas de custo.

Portugal não chegou onde chegou por ser uma barca que navegou sem piloto: houve pilotos, houve responsáveis, houve muita gente que contribuiu, por acção ou omissão, para chegarmos aos intoleráveis 88 mil milhões de despesa pública (e 7,5 mil milhões de despesas anuais com os juros da dívida). Muita dessa gente tem hoje cabelos brancos e continua a achar que devia estar no Governo, como se esse fosse um qualquer direito divino que lhe assistisse. Até o vai dizer a programas de televisão.

Mas para pior já basta assim. Para esbulho fiscal já chega o anunciado, não precisamos ainda de mais impostos para pagar ainda menos cortes nas despesas. Por isso só desejo que a providência nos livre de quem nos trouxe até aqui e nem isso é capaz de admitir.

Veja também no Blasfémias.

2996. Conhece os cortes na despesa?

quinta-feira, 4 de outubro de 2012

2995. Estradas de Portugal - Renegociações

"Estradas de Portugal" fecha sexto acordo e assegura cortes de 1,3 mil milhões

A EP assinou, esta madrugada, uma poupança de 155 milhões de euros no Algarve. Foi o sexto acordo.

A Estradas de Portugal (EP) e a concessionária do Algarve Lit
oral chegaram quinta-feira a acordo para a redução do objecto do contrato desta concessão, que vai representar uma poupança, a preços correntes, estimada em cerca de 155 milhões de euros.

Com a assinatura do sexto memorando de entendimento, os cortes totais no investimento e despesas operacionais das novas concessões chegarão a 1.348 milhões de euros.

Em comunicado, a EP explicou que no caso do Algarve Litoral a poupança será obtida em 110 milhões de euros de investimento em capital fixo e 45 milhões de euros em despesas operacionais.

“Com a redução do investimento e dos custos decorrentes, a EP estima diminuir os pagamentos futuros à subconcessionária, ao longo da vida da subconcessão, em valores próximos de 500 milhões de euros, o que, a valores actuais (VAL) representa um valor de cerca de 200 milhões de euros”, explicou a empresa pública.

A redução agora acordada traduz-se na retirada desta subconcessão de lanços ainda não iniciados, como sejam as variantes de Odiáxere, de Olhão, de Luz de Tavira e à EN2 entre Faro e S. Brás de Alportel.

“Por outro lado, regressarão à esfera de actuação da EP, a 1 de Janeiro de 2014, um conjunto de estradas que havia integrado a subconcessão para efeitos de conservação e manutenção, num total de cerca de 93 quilómetros”.

Segundo a empresa pública, após um período de suspensão da obra de quatro meses, a concessionária retomará os trabalhos de modernização da EN125 em toda a sua extensão, bem como a construção das variantes a esta estrada em Lagos, Almancil/Troto, Faro e a ligação entre Guia e Albufeira.

As poupanças com os seis acordos da Estradas de Portugal

1. Pinhal Interior – 485 milhões de euros (2 de Agosto)

2. Transmontana – 81 milhões de euros (9 de Agosto)

3. Litoral Oeste – 48 milhões de euros (21 de Agosto)

4. Baixo Tejo – 241 milhões de euros (23 de Agosto)

5. Baixo Alentejo – 338 milhões de euros (18 de Setembro)

6. Algarve Litoral - 155 milhões de euros (4 de Outubro)


(Negócios online – 4 Outubro 2012)

http://www.jornaldenegocios.pt/home.php?template=SHOWNEWS_V2&id=582481

* * *

Total até hoje – 1.348 milhões de euros.

E vai continuar.

Mas é claro que isto não interessa nada…

Nas PPPs rodoviárias o governo nada fez!!!..

2994. "Guente" ignara, mas que vota

Outra esquisitice que muito se ouve aí pelas TVs de quintal de traseiras que temos.

A “história” da letra G.

Qualquer dicionário decente, embora pequeno e limitado, informa que foneticamente pode soar como “” ou como “guê”.
O que é verdade.

Se precede “ e” ou “i”, soa “”; se, pelo contrário, precede “a”, “o” ou “u”, soa “guê”.

Então, não é que a cambada de ignorantes a quem é posto um microfone na frente, de repente desatou a dizer “ guê” e não “”?

Ora, “ guê” pronunciou-se sempre apenas na escola primária, para que os meninos não confundissem o “g” com o “j”, porque as professoras ensinavam ambos como sendo “”, por ser mais fácil para cérebros de gente muito pequenina e com muito reduzida informação ainda.

No entanto, o verdadeiro fonema é “ ” e não “guê

A partir de determinado grau de ensino - no terceiro ano do básico... -, contudo, já não se admite que o aluno mediano confunda o “ g” (gê) com o “j” (jota), pelo que o “g” passa definitivamente a “” e o “j” a “jota”.

E espera-se que não haja mais confusões, porque é suposto as “pessoínhas” terem entretanto passado a pessoas e as mentes terem acompanhado o desenvolvimento. Infelizmente, porém, muitas ficam pela pré-primária…

Nas outras línguas, também o “ g” é sempre “” ou “gi”, embora umas vezes soe como “” e em outras como “guê”.

* * *

O resultado da parvoíce é que, nas transmissões de “fórmula 1” ou de motociclismo ou de atletismo ou sei lá de que mais, ouve-se, para a frente para trás, que se trata do “ Guê Pê daqui e dali”, quando se quer referir o “Gê Pê daqui e dali”, para referir o Grande Prémio, isto é o GP das várias localidades em que vão sendo disputados.

Trata-se de uma perfeita parvoíce. Cuspida para o microfone!...

Vai uma aposta em como um dia destes, ainda um pateta qualquer aparecerá com a moda:

- A “ Guê Nê Rê” investiu sobre os manifestantes, atirando-lhes com doces de “gueleia” para lhes adoçar as beiças…

E logo pallettes de “marias a irem c’as outras” lhes copiam a inovação!

Espere só uns tempinhos. À velocidade em que as coisas andam, deve ser já para antes do Natal…

Que “ guente” mais… mais…, olhe, nem sei que lhe chamar!

quarta-feira, 3 de outubro de 2012

2993. Sabia que resilientes são os elásticos das cuecas?

P orque apareceu por aí um palerma que começou a dizer "resiliência" para significar "resistência", logo outras santas almas, que nem sequer se dão ao trabalho de consultar um dicionário de bolso, desataram a dizer o mesmo.

E, de repente, o País encheu-se de resilientes... Como os elásticos das cuecas, esses, sim, verdadeiros resilientes.
 
Ora, "resiliência" sob o ponto de vista da Física é "a propriedade de um corpo de recuperar a sua forma original após sofrer choque ou deformação", como no caso do elástico das tais cuecas que, uma vez largado depois de puxado, volta à forma original (os das fisgas também...), e, em sentido figurado, é "capacidade de superar dificuldades, de recuperar de adversidades".

Ora, essa capacidade de superar dificuldades, de recuperar de adversidades é exactamente o contrário do que temos assistido em Portugal.

Praticamente ninguém se mostra interessado em superar as dificuldades por que passamos e teremos de continuar a passar. Quase toda a gente faz, isso é que é a verdade, resistência à mudança necessária para que melhoremos os índices do País e avancemos para um futuro melhor e mais digno.

"Resiliente" é, pois, qualquer pessoa que tudo faz para que aguentemos o melhor possível as mudanças tão necessárias aos Portugueses e a Portugal.

"Resistente" é, pelo contrário, todo o marmanjo que resiste, que se opõe a que algo se faça para que a nossa sociedade mude, abandonando a mentalidade comodista e culturalmente anacrónica que temos evidenciado.

Portanto, deixe lá de dizer e escrever disparates, só porque um palerma qualquer, ignorante até à 15ª geração, achou piada ao termo e nem sequer se deu ao trabalho de ir ver o que significa. Deixe-o ser burro à vontade, mas não lhe imite o escoicinhar.

E se alguém lhe chamar resiliente, responda-lhe que resiliente era a tia dele e dê-lhe de imediato dois tabefes bem aplicados, para que o marmanjo nunca mais se lembre de repetir a graçola.

Caramba! Alguém admite que lhe chamem elástico de cuecas, para mais se elas ainda não foram lavadas após uso prolongado?

O mesmo se diga relativamente ao famigerado "paradigma", cujo significado integral é "conjunto dos termos ou elementos que podem ocorrer na mesma posição ou contexto de uma estrutura".

Em vez disso use o excelente Português contido nos termos "modelo" e "padrão", que é isso que a cambada quer dizer, quando fala em paradigma.

Vá por mim, que não levo ninguém ao engano, porque nada ganho com isso. Se ganhasse, olhe, já não sei...

2012 Out 03

2992. UU manda uu bdc

click, para ampliar

terça-feira, 2 de outubro de 2012

2991. Inseguro e cataventoso


N uma coisa estou de acordo com Jerónimo de Sousa:

O PS e o seu inseguro e cataventoso secretário-geral precisam de explicar qual a diferença entre ir-se buscar dinheiro aos portugueses através da TSU ou através de outras formas, quiçá mais gravosas.


Com a TSU, o PS e o tal inseguro Seguro gritavam aos quatro ventos a necessidade imperiosa de uma moção de censura, que iriam apresentar.


Encerrada, por agora – já que vão de ter que aguentar com ela mais ano menos ano, sem lugar a “manifs”, por força das realidades da vida – a questão da TSU, retiram a “inascitura” moçãozinha e já nada era como antes, quartel general lá para os lados de Abrantes…


Claro que, de permeio, aconteceu que lhe foi mostrado, sem margem para dúvidas, aquilo que o Tozé não sabia… mas devia ter sabido antes de engrossar a vozita de galaró na desolada capoeira.


E que foi que lhe foi mostrado, hã? Que o que tem de ser tem muita força.


E o que é que tem de ser?


Tem de ser que é preciso urgentemente arranjar maneira de cumprir compromissos que fomos forçados a assumir, pela perda de soberania – esperemos que a não durar tanto como a de 1580 a 1640 – a que nos conduziram as políticas seguidas pelo País em tantos governos anteriores, com especialíssimo e aviltante relevo para o do actual frequentador do “trottoir” do Bosque de Bolonha.


Aí, cada vez mais inseguro, António “arregalçou” os olhitos quase tão míopes como o conteúdo da “caixa” que encima o utente, “desinflou” a “peitacita” de chumaços, meteu o rabiosque entre as pernitas e passou a dizer que o que era, afinal não era, porque já não era como dantes era.


Confuso? Olhe, aguente-se que eles, ali para aqueles lados, também aguentam vão já passados trinta e nove longos anos (1973-2012).


É só uma questão de hábito…



(click na imagem para ampliar)


segunda-feira, 1 de outubro de 2012

2990. Mente pequena e boca grande


2989. A capacidade do Terreiro do Paço



P ara que possa orientar-se e deixar de ser aldrabado pela cambada de sempre, sugiro-lhe que guarde os dados que adiante se indicam:

A.-
A área total – total, note bem! – do Terreiro do Paço é de 36.000m2;

B.-
Quando de pé e estando todas inabitualmente muito juntas, cada m2 de chão comporta 3 pessoas,
SE SE MANTIVEREM IMÓVEIS E NEM SE MEXEREM PARA MUDAREM DE PÉ DE APOIO;

3 pessoas  x  36.000m2  =  108.000 pessoas

C.-
Uma muito boa média já, porém difícil de se conseguir, é manter 2 pessoas confinadas a espaço tão pequeno  (a menos que se amem, claro, que aí cabem até num dedal…)
Experimente traçar no soalho da sua casa um quadrado de 1m de lado e logo se aperceberá da realidade.

Portanto,

2 pessoas
  x  36.000m2  =  72.000 pessoas

Repito: se a superfície do Terreiro do Paço estiver toda preenchida!;

D.-
Ora, o normal é haver menos de 2 pessoas por m2, ou seja, o normal é haver 3 pessoas por cada 2m2, o que dá a média de 1 ½ pessoas por cada m2.

1 1/2 pessoas  x  36.000m2  =  54.000 pessoas

E.-
Diz-nos a experiência que as ruas adjacentes, isto é, Rua Augusta, Rua do Ouro, Rua da Prata e Rua da Alfândega (a Oriente e a Ocidente), Av. Ribeira das Naus e Av. Infante do Henrique, comportam, por junto e totalmente preenchidas, não mais do que 5 a 7 mil pessoas.

F.-
Resumindo:
Em dia de enchente excepcional, o Terreiro do Paço leva 72.000 pessoas… apertadinhas como sardinha em lata, respirando para a nuca do parceiro da frente.
As ruas adjacentes levarão, em dia de enchente c-o-lo-s-s-a-l, não mais do que 7.000 pessoas.
Assim, o conjunto comportará – em dia de farra absolutamente indescritível – cerca de 80.000 pessoas.
* * *

Aqui fica, para que não se deixe ludibriar pela cambada habitual, incluindo comunicação social de miséria que temos, que aldrabam e não fazem o que é facílimo de fazer, ou seja, fotografar e filmar na perpendicular ou, em caso de impossibilidade, da janela de um dos ministérios do Terreiro do Paço ou até, ainda mais simples, da platibanda inferior – inferior, note bem!, a uns 4 metros do chão – da estátua de D. José, fazendo-o sempre e somente à altura de uma pessoa.


Resta acrescentar que o Rossio tem cerca de metade da capacidade do Terreiro do Paço. E os Restauradores ainda menos. As ruas adjacentes então, nem se fala.

2012 Outubro 01