Brasil: "Não venham com o Acordo Ortográfico em cima da minha palavra" - escritor angolano Ondjaki"
Rio de Janeiro, Brasil, 04 Jul (Lusa) - A reforma ortográfica da língua portuguesa carece de um maior debate para a sua implementação, defende o escritor angolano Ondjaki ao questionar o conceito de lusofonia e o "falso consenso" que existe entre os países em torno do Acordo.
Ondjaki está na edição da Festa Literária Internacional de Paraty (Flip), que decorre até dia 05, e foi convidado para participar num debate precisamente sobre o Acordo Ortográfico da língua portuguesa.
"Não me venham com o Acordo Ortográfico em cima da minha palavra", realçou Ondjaki, mostrando-se contra a unificação da grafia e referir que não entendeu "bem os meandros do acordo".
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Já aqui tinha sido abordada a questão do arremedo de acordo ortográfico acerca da grafia, a propósito da notícia da posição do escritor moçambicano Mia Couto, que a expressou no Brasil.
Agora, é o também escritor de língua portuguesa mas de nacionalidade angolana, Ondjaki, a manifestar alto e bom som - também no Brasil - o seu desagrado. Onde deve ser manifestado.
Tudo isto me acentua a tristeza. De constatar que, para, sem tibiezas e frontalmente, defender a língua portuguesa, a língua que os nossos anteopassafos souberam levar aos mais longínquos pontos do globo, é preciso recorrer-se a não portugueses. Ilustres e que muito nos honram, mas não portugueses.
Esta é a vil tristeza da subserviência a que chegámos. Lacaios dos lacaios de toda a gente, temos que esperar que sejam outros a fazer o trabalho que nos cabe. Como é que pretendemos que o mundo nos respeite?
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2 comentários:
Meu caríssimo Ruben, e querida Vítima de uma das minhas Quintas!
me desculpe ter que concordar com sua fama de "feitio mandão", como assumo abertamente a minha de "vaidoso", sem que isso possa nos causar qualquer desconforto.
Forte abraço
Viva, Eduardo!
Nada há a desculpar. É a sua opinião e, mesmo tendo que admitir que é difícil que alguém rotule outrem seja do que for sem o conhecer, julgo que todas essas coisas são formas de dizer, palavras feitas e frases compostas sem grande preocupação de ajustamento. Como acontece sempre em (como vocês dizem) "paradas" ligeiras.
Respondi mais extensa e directamente no seu blog.
Abraço transatlântico
Ruben
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