José Gomes
Ferreira, jornalista de economia da SIC, foi, até há cerca de 10 dias, forte
apoiante da actuação do Governo, tendo afirmado sempre que o executivo estava
no bom caminho e as medidas que tomava
eram absolutamente indispensáveis para que o resgate do País fosse levado a bom
porto. Sem elas, o País não recuperaria.
Era dos
pouquíssimos jornalistas a falarem desassombradamente, contrariando o
"status quo" vigente na Comunicação Social em geral, na SIC em
particular.
Houve até
quem, nas redes sociais, lhe profetizasse algum azar, "não tarda
nada".
Subitamente,
há coisa de 10 dias, tudo mudou.
Para José
Gomes Ferreira o que antes era bom e correcto,
é agora execrável e obra de uma cambada.
Uma tão
insólita mudança de rumo de 180º graus não surge de improviso. A menos que o
utente da mudança se tenha "passado da cuca". Tão repentina inversão
de marcha só pode, pois, significar uma certa "madness".
Poderá ser
alegado que foi a TSU que o deixou fora de propósito. É, porém, justificação
para quem não tem justificação aceitável para apresentar.
O caso da
TSU, uma simples medida entre tantas outras, que nem sequer está já decidida,
não tem assim tanto poder que dê a volta à cabeça a quem tinha a posição de
Gomes Ferreira.
Agitará as
massas - que se convenceram de que o corte dos subsídios aos funcionários e
pensionistas era mais do que suficiente para pagar 78 mil milhões de euros de
dívida, pelo que se podia deixar todos os restantes cidadãos em paz e sossego a
apreciar o panorama, lá de cima do balcão - e quem sempre esteve no
"contra", que aproveitará o ensejo para ganhar uns pontos. JGF, porém, só agora aparece nessa barricada.
E com uma virulência de espanto!
Tudo visto,
resta, pois, outra hipótese:
Será que
está a acontecer ao jornalista de economia, José Gomes Ferreira, uma
revisitação ao jornalista de economia, Camilo Lourenço, aqui há anos atrás,
curiosamente na área do mesmo grupo de interesses?
É que, como
sabemos, as pessoas precisam de viver e bem assim de alimentar, vestir e calçar
a família. Camilo não recuou, mas nem todos são camilos...
Cabe, pois,
a JGF esclarecer o caso. O jornalista transformou-se, por si próprio -
voluntariamente, portanto - pelas posturas que assumiu antes e assume agora, em
figura pública de grande relevo na conjuntura actual. Ora, as figuras públicas
devem explicações ao... público. Noblèsse oblige.
A menos que
esteja efectivamente impedido de explicar, ainda que o queira fazer. Aí, o caso
muda de figura.
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