Há quem seja levado a comparar casos
incomparáveis, como sejam o da Islândia e o nosso. Puro engano.
A Islândia não pode ser comparada aos restantes casos, porque não é desta história. O caso islandês foi uma questão de especulação financeira, com vigarices à mistura. Nada, pois, tem que ver com o nosso caso.
E uma coisa é governar um povo de pouco mais de 300 mil habitantes, ou seja, cerca de 40 mil habitantes mais do que a Madeira ou a lotação de 5 estádios do Benfica e outro, muito diverso, um país de 10 milhões.
A Islândia não pode ser comparada aos restantes casos, porque não é desta história. O caso islandês foi uma questão de especulação financeira, com vigarices à mistura. Nada, pois, tem que ver com o nosso caso.
E uma coisa é governar um povo de pouco mais de 300 mil habitantes, ou seja, cerca de 40 mil habitantes mais do que a Madeira ou a lotação de 5 estádios do Benfica e outro, muito diverso, um país de 10 milhões.
Relativamente
à Irlanda, tem menos de metade da nossa população (c. 4.500 milhões) e entrou
em crise aguda – e, como tal, reconhecida – em 2008
Quanto ao caso da Irlanda, há que argumente que está já a levantar-se, enquanto nós continuamos de rastos. Ora, tal afirmação revela um menor cuidado de análise dos factos.
Vejamos: a Irlanda era um Estado com fortes políticas sociais, algumas de cunho extremamente duvidoso, com os moradores de Dublin a não pagarem água, artistas a não pagarem IRS e mais uma panóplia de medidas demagógicas injustificáveis, em face das possibilidades do País. Até aqui tal como nós. Na questão de produtividade, se bem que embora nada de espantar, é que a Irlanda nos batia e à Grécia. Também não precisava de grande esforço para tal, já que nós e os gregos somos de longe os verdadeiros campeões da ausência de produtividade que se veja.
A crise da Irlanda teve o seu auge e começou a ser
combatida a partir de 2008, há portanto quatro anos, enquanto que entre nós a
crise só foi reconhecida, e mesmo assim à força, em Abril de 2011 e o combate
teve início em Junho do mesmo ano, ou seja há ano e meio.Quanto ao caso da Irlanda, há que argumente que está já a levantar-se, enquanto nós continuamos de rastos. Ora, tal afirmação revela um menor cuidado de análise dos factos.
Vejamos: a Irlanda era um Estado com fortes políticas sociais, algumas de cunho extremamente duvidoso, com os moradores de Dublin a não pagarem água, artistas a não pagarem IRS e mais uma panóplia de medidas demagógicas injustificáveis, em face das possibilidades do País. Até aqui tal como nós. Na questão de produtividade, se bem que embora nada de espantar, é que a Irlanda nos batia e à Grécia. Também não precisava de grande esforço para tal, já que nós e os gregos somos de longe os verdadeiros campeões da ausência de produtividade que se veja.
A Irlanda leva-nos, pois, mais de três anos de avanço. E só agora está a começar a levantar a cabeça. Entretanto, não houve por lá as convulsões sociais da Grécia e que alguns almejam que haja por cá também. Se elas tivessem acontecido, certamente que a Irlanda não estaria a recuperar como está.
A Grécia, por sua vez, está em crise e sem minimamente a combater a sério vai para seis anos.
Sermos como a Irlanda ou como a Grécia está apenas nas nossas mãos, na nossa vontade.
É isto que todos devemos perceber e, em consciência, decidir. E não embarcar em aventuras, por mais loas envenenadas que os que nos puseram nesta lamentável situação cantem por aí, sejam eles socialistas, social-democratas ou centristas, que todos têm – embora uns mais do que outros – culpas no cartório.
Quem não é para esta triste história chamado são os actuais governantes, que em nada contribuíram para a situação.
Mas foram chamados, isso sim, para tentarem dela nos tirar, pelo que mereceriam algum benefício de dúvida e mesmo consideração.
A prova de que assim é está – iniludível – nos ataques descabelados que sofrem diariamente, sem dó nem piedade, por parte não apenas de socialistas revanchistas, como de social-democratas despeitados por se verem metidos no mesmo saco, embora com responsabilidades bem menores do que as do PS.
2012 Nov 04
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