Aqui fica um esclarecimento que já devia ter feito. Mais vale tarde do que nunca.
A
minha intervenção na Net, teve início em 23 Julho 2003 no blog “Sítio
do Ruvasa”, que sou eu e, embora tendo abarcado sempre os mais variados
aspectos da vida em sociedade, centrou-se mais nas questões políticas.
E,
claro, tinha grande tendência para escritos longos e, consequentemente
chatos para quem os lia (se é que os lia…), embora, do meu ponto de
vista, míope como são os de qualquer mortal em causa própria, fossem de
qualidade.
Assim
andei uns anos, até que concluí que – não obstante não poder, nem
querer, abandonar esse tipo de intervenção social e política (sim,
porque o que faço não tem apenas intenção lúdica, muito embora ponha
muito disso em tudo, caso contrário já estaria muito mais louco do que
estou…) – não podia ficar-me por ali porque seria estar a dialogar e a
argumentar apenas comigo próprio, o que era uma enorme chateza e um
interminável bocejo.
Criei
então o mural no Facebook e, depois de umas quantas cabeçadas que
fizeram com que tivesse de aturar aqueles gajinhos que, na sociedade
portuguesa, estão convictos de que são os depositários dos valores de
cultura, de saber de democracia e etc. e tal, de que tive de afastar-me
para não ficar um cretino como eles ou uma mastronça como elas, lá
acabei por me fixar num outro ambiente em que me senti bem e onde
permaneço, com gente de todos os ambientes, de todos os saberes, de
todos os graus, enfim, gente!
E
continuei a escrever textos mais ou menos longos, com pretensões a
masterpiece (sim, daquelas masterpieces que muito poucos têm pachorra
para ler, quanto mais para acerca deles meditar). Até que, em dia de
particular clarividência, ao acordar esfreguei os olhos, bocejei,
levantei-me, corri para a “casinha da rosa”, porque cá fora é
desaconselhável deixar que brisa deslize pela fralda da camisa (se
alguém ouvir, claro!), após o que ouvi uma vozinha dizer para algo
dentro de mim:
–
És um tolo, pá! Se queres escrever uma novela (que bata as do José
Rodrigues dos Santos mailas do Miguel Sousa Tavares que, fundidos um no
outro ou outro no um dariam um excelente escritor, pelo que é pena que
não se fundam…) deves fazê-lo, sim, mas independentemente da tua
actividade nas redes.
– Tá bem, pá! – replicou o algo dentro de mim para a tal vozinha – mas, então, como devo fazer nas redes?
–
Simples, meu caro, muito simples. Quando escreves para lixar o José
Rodrigues dos Santos e o Miguel Sousa Tavares, fechas-te a sete chaves e
golpeias o teclado até não poderes mais e caíres para o lado, com
pensamentos etéreos e frases de finíssimo recorte literário… Pensamentos
que nem tu possas inteligir e frases que nem tu alguma vez terás a
veleidade de conseguir ler, sem voltar atrás umas 59 vezes, acabando por
passar à frente e… seja o que Deus quiser. Coisas que nem a
hermenêutica desenrasque, pá!
– Tá bem… e depois? – quis saber o algo interior, suspenso de tamanho saber em vozinha tão fraquita.
–
Keep cool! – é muito versada em línguas – e “auguenta os cavais” – mas
também em expressões idiomáticas e de serventia rápida – Eu ensino-te
como, é, mas tens de ter alguma calma, ok?
Como
a vozinha tivesse (talvez, presumo eu, que não entendo bem essas coisas
de vozinhas fraquinhas e algos interiores) acenado que sim, continuou:
–
Quando escreveres nas redes, fá-lo levemente, em linguagem acessível,
se necessário mesmo recorrendo ao XXXXX e mesmo à brejeirice, que dão
mais sal à escrita. De outra maneira, ninguém te lerá. Vai por mim, que
não ando cá por ver andar os eléctricos da Carris, pá!...
–
Resumindo – atreveu-se o algo, na expectativa de que a vozinha o
elucidasse de forma a que não restassem dúvidas. E não precisou de
articular mais fosse o que fosse, porque a vozinha estava imparável,
agora que tinha auditório certo e atento:
–
Resumindo… e concluindo, escreve mais curto, mais incisivo, mais
terra-a-terra, mais divertido ou, pira-te daqui e vai para debaixo da
pedra de onde me parece teres saído – rematou definitiva, com uma
agressividade que ninguém pensaria possível em vozinha tão sumidinha…
Tendo
ouvido tudo isto, saí da “casa da rosinha”, mesmo sem tomar o banho que
mandam os bons costumes e os maus odores se tome, pelo menos de trinta e
um em trinta um dias (nos de 30 e no de 28, passa-se ao lado…), e fui
anotar no caderninho que tenho bem guardado num esconso do meu lar
(bonita e terna imagem, não?), para que ninguém o veja e me descubra as
fraquezas, onde anotei o que fazer, tendo acrescentado (de minha lavra,
imagine-se!) que deveria aderir também ao Twiter porque, pondo ao dispor
da malta apenas 140 caracteres de cada vez, constitui um excelente
treino para se meter todas as obras do Eça num dedal ou nada se escrever
que se entenda…
E, assim, cá estou.
Creio ter ficado explicada “la raison d’être” dos meus quadros sintéticos, “au lieu de” textos de prosa muito elaborada.
Ah!
Já me esquecia. Os quadros também se fundamentam num princípio dos
antigos romanos que, nestas coisas são tremendamente úteis porque têm
sempre um ditado que serve para explicar tudo. Abençoados romanos! Os
antigos, claro, que os actuais deixam muito a desejar…..
Mas
que princípio era esse? – perguntarão vocências. Simples, meus caros e
caras. O de que “ridendo castigat mores”, ou seja, à letra, “rindo, se
castiga comportamentos”, ou, mais explicado, é pelo riso que a gente os
lixa!
2014Fev10
rvs
“Ovo de Colombo”? Nada disso, apenas repescagem de uma boa ideia
* * *
A ideia de ter a colaboração dos cidadãos para o dificílimo e sempre mal encarado combate à fraude e evasão fiscais é nova em Portugal, mas não por esse mundo fora. O actual governo não descobriu, pois, a pólvora nem foi isso que pretendeu.
O que se pretende, isso sim, é consciencializar o maior número possível de cidadãos para a necessidade de cumprir e fazer cumprir a lei o que, como é sabido, não se consegue com legislação repressiva, muito embora essa se mostre necessária também.
E a melhor forma de se atingir tal objectivo é – como se verá a curto, médio prazo e longo prazo – esta de criar nos cidadãos, para além da consciência cívica, um interesse forte em algo se lucrar com isso.
Pessoalmente, eu conhecia esta medida desde o dia 20 de Julho de 1969, já lá vão quase 45 anos. E por que razão me recordo assim tão precisamente da data? Porque foi o dia em que Neil Armstrong pela primeira vez pisou solo lunar e proferiu a célebre frase “that's a small step for man but a giant leap for mankind”!
É verdade, não se trata de fantasia, é mesmo verdade! Nesse dia longínquo dia 20 de Julho de 1969 em que Armstrong, feliz da vida, se debatia em pleno solo lunar com a falta de gravidade, estava eu no Café do Hotel Portugal, em Nampula, na bela Moçambique, a tomar o obrigatório cafezinho de depois de almoço, antes do retomar das tarefas diárias. Tinha, então, 26 anos, quase a chegar aos 27. Belos tempos!
Estava a ler o jornal habitual, “Notícias” de Lourenço Marques, quando fomos todos interrompidos pelo som da rádio a dar a fausta notícia. Nesse preciso momento, lia eu que, no Brasil – e em outros países que agora não recordo – regularmente se procedia a sorteio dos números das facturas pedidas e emitidas quando de qualquer compra, que fora a solução encontrada, para obter a colaboração dos cidadãos no combate à evasão fiscal que por lá era algo de descomunal.
Só que lá aquilo me pareceu algo incómodo, porque a informática não passava de um sonho de “júlios vernes” e de nenhum outro comum mortal, pelo que as pessoas tinham que guardar consigo todas as facturas, até à realização do sorteio.
Ora, desse inconveniente, estamos nós agora livres porque os informáticos nos resolveram o problema. Assim sendo, que nos resta fazer para ficarmos habilitados a um bom prémio? Apenas isto: sempre que fizermos uma compra, qualquer que ela seja, pedirmos factura com a indicação do nosso número de contribuinte fiscal ou número de identificação fiscal, o bem conhecido NIF.
Portanto, não sendo o “ovo de Colombo” do “fisco”, não o é, na verdade, apenas porque já fora descoberto há cerca de meio século. Que eu saiba, porque nada me garante que não o tenha sido há bem mais tempo em outras latitudes.
Cidadão sempre cumpridor dos seus deveres fiscais – e bem assim os outros… – desde essa altura que, sempre que a oportunidade surgia, lá estava eu a abordar o assunto, manifestando a minha surpresa por não ser adoptada em Portugal semelhante e eficaz prática.
É caso, sim, para se dizer que levou tempo a chegar a Portugal! Tempo demais, mas mais vale tarde do que nunca!
E, agora que parecem ter sido arredados os ”escolhos” que evitavam que a medida se aplicasse por cá, cabe referir que estão criados os meios adequados para que se possa dizer que fugir ao fisco é cada vez mais difícil neste cantinho à beira-mar plantado, e que os Portugueses, todos os Portugueses, passem a cumprir o seu dever para com o País e os seus concidadãos.
E – note-se! – nem foi nem vai ser preciso mandar agentes do fisco atrás dos cidadãos, de arma em punho nem encarcerando ninguém por dívida fiscal, como acontece, por exemplo, na civilizada América! Com criatividade, tudo se concerta e conserta. “Bom será que, quem atrás de mim venha, não se meta a desmanchar o que tantos sacrifícios custou a erguer”, como anda para aí um demagogo canhestro a gritar aos quatro ventos que fará, sem se aperceber de que está a recolher lenha para se queimar...
2013Fev06
rvs
Para
avaliar bem a importância do espólio Miró que tem levado o País à
demência, sabia que todos aqueles 85-leu bem-85 quadros avaliados em 35
milhões de euros, valem menos do que um só quadro do mesmo autor?
Ou seja, em termos meramente de valor monetário, os 85 quadros são o "lixo" de Miró.
Não acredita? Ora, veja aqui:
http://artdaily.com/index.asp?int_sec=2&int_new=56035...
E, já agora, saiba quem foi o homem, para que não comece para aí a discuti-lo sem saber verdadeiramente de quem está a falar:
JOAN
MIRÓ I FERRÁ foi um escultor e pintor surrealista catalão, nascido em
Barceloma, a 20 de Abril de 1893, e falecido ao 90 anos, no dia de Natal
de 1983, em Palma de Mayorca.
(o resto, pode ver na Wikipédia)
* * *
Já agora, que estamos com a mão na massa:
Por
acaso já se demorou a meditar sobre a razões que levam as pessoas, as
instituições, os bancos e os países a adquirirem obras de arte?
Pois
bem, são várias e muito variadas. Entre elas estão as da satisfação
pessoal do apreciador de arte e a de, em tempo de vacas gordas, prevenir
os de magras.
Faço-me entender?
Quanto
ao mais, as obras de arte não têm pátria. São universais. Quando muito,
pátria têm os seus autores, nunca as obras que criam.
Como
consequência, em termos de arte, estarem aqui ou ali e serem
propriedade de fulano ou cicrano, é irrelevante. O que realmente releva é
que não foram feitas para estarem fechadas em cofres ou adegas ou
masmorras. Devem ser livres e passíveis de serem vistas por toda a
gente, para que cumpram a missão para que foram criadas.
Tudo o resto, meu/minha caro/a, é treta da carochinha, para endrominar incautos e ignorantes.
Uma vez mais, o PS faz o mal e a caramunha. É preciso desplante! E falta de decoro.
No
caso BPN tem sido uma sucessão de prejuízos causados ao Estado
Português, ao País, portanto, por motivos de ordem meramente partidária.
Relembrando…
Começou com a nacionalização do BPN, injustificada quanto ao interesse nacional, mas justificada pelos interesses particulares.
O
BPN era um pequeno banco privado, cuja falência não seria um problema
de âmbito nacional. Era privado e os prejuízos privados ficariam.
Quanto às patifarias criminais lá feitas, tratava-se de um caso judicial, a ser judicialmente tratado.
O PS socrático quis, porém, e para fins meramente de interesses pessoais e partidários, transformá-lo em problema nacional.
Por isso decretou a nacionalização, a qual não se justificava e constituiu o maior embuste do séc. XXI, em Portugal.
Tudo
começou, pois, com a nacionalização, injustificada quanto ao interesse
nacional, mas justificada pelos interesses particulares.
O
BPN era um pequeno banco privado e a falência não seria um problema
nacional. A nacionalização para o salvar foi – repete-se - um embuste.
Ela
destinou-se a obter dividendos políticos, pela tentativa de apanhar
alguns políticos com as calças na mão. E safar outros. Destinava-se a
tramar alguns políticos desafectos ao PS e safar outros que lhe são
afectos.
Havia
propostas para resolver o assunto, sem se mexer nos cofres do Estado e
essas propostas foram dadas a conhecer, mas o governo de então não quis
tal opção, pelo que nacionalizou.
Depois,
teve mais de três anos para resolver alguns problemas do banco,
designadamente dívidas, acrescidas de juros proibitivos, mediante a
alienação de parte do respectivo acervo, com o que se minoraria o
montante do problema.
O
governo socrático, porém, rejeitou também tal hipótese, preferindo
carregar os cidadãos com mais impostos para "tapar" o enorme buraco que
criara e que não resolveu.
Depois
de tudo isto e quando se tenta agora minorar os gastos públicos,
através da venda de parte do acervo do banco, que já devia ter alienado
há muito, para diminuir o sugadouro que o banco tem sido, vem com esta
atitude demencial, caramunhenta e hipócrita.
É o PS... palavras para quê?
2014Fev04
rvs
Nota:
Resta
acrescentar que se tratava inicialmente de um problema de 1.800 milhões
de euros que, com a nacionalização, de imediato passou a ser de cerca
de 5.000 milhões. E continuou a crescer.