Aqui vão sendo deixados pensamentos e comentários, impressões e sensações, alegrias e tristezas, desânimos e esperanças, vida enfim! Assim se vai confirmando que o Homem é, a jusante da circunstância que o envolve, produto de si próprio. 2004Jul23
domingo, 29 de abril de 2007
1038. Coitadas das civilizações!
Em Lóbi do Chá e sob o título Plano Poupança e Reforma, JCS inseriu um post que vale a pena ler.
Também, como o articulista, temo pelas Civilizações.
É que, se têm tido dificuldade em se entenderem, a partir de agora é que não terão a mínima hipótese de que tal venha a acontecer.
Desde logo, porque não vão perceber patavina do que Jorge Sampaio dirá.
Pois se nem ele se percebe, na maior parte das vezes!... ...
1037. O sapato e o verniz (2)
Da Comissão de Ética
Da Assembleia da República
Deputado José Correia
Santarém, 16 de Abril de 2007
Desculpe-me antecipadamente V.Ex.ª vir incomodá-lo como um problema aparentemente sem importância, uma espécie de barba mal feita, e que sendo um problema formal me dirija a V.Exª com tão pouca formalidade.
Imagine um sapato de verniz com uma pequena esfoliação no calcanhar. É esse o problema que venho expôr. O sapato sou eu, e presidente da câmara de Santarém é sapato gasto, endividado e sem grande margem de manobra para lhes reforçar os contrafortes ou deitar-lhes meias solas. O verniz uma deputada vossa, agora ilustre secretária de Estado e que responde pela graça de D.Idália Moniz.
Aliás, deve dizer em nome da arte de fazer política, que a senhora D.Idália foi excelsa vereadora desta autarquia e contribuiu alegremente para a ruína do meu sapato. Vereadora da cultura, diga-se, cargo que ocupou com grande zelo e discrição até ao dia que um chamamento divino lhe revelou a sua vocação para a Reabilitação e foi reabilitar para o governo.
Até aqui nada a apontar. Sei que são poucos os chamados mas raros os escolhidos. D. Idália respondeu ao chamamento e aceitou o apelo divino e eis que aí está para nosso grande conforto a secretariar o Estado com grande determinação e loquacidade.
Feita a apresentação, devo agora pedir o esclarecimento que, por não saber mais a quem me dirigir, submeto a V.Exª.
A nossa respeitável Secretária de Estado vive no concelho de Santarém e bastas vezes intervém aqui de forma pública. Até é deputada municipal, coisa que diga-se de passagem pouco frequenta. Confesso que me dá algum prazer vê-la por cá pois que até gosto da senhora e pessoalmente acho-a gentil e afectuosa.
Mas é raro encontrar a pessoa de quem gosto. Apresenta-se invariavelmente a Secretária de Estado, austero, divina. Bom, eu disse divina e com alguma base de convicção. É que a senhora passa por cima, julgo eu, das leis da República, e impõe de forma categórica a sua presença qual Diana enviada para caçar
Pessoalmente não sou pessoa para me incomodar esta leitura napoleónica do poder. Quer presidir? Presida. Quer aspergir-nos a todos com a sua sabedoria reabilitada? Baixo a minha humilde careca perante o brilho solar que irradia da sua figura.
Mas também percebi que estas entradas de leão com saídas de deusa trazem água no bico. No meu entendimento violam a lei. Uma lei da República publicada durante o augusto governo a que pertence a augusta personagem. E das duas, uma. Ou a senhora Secretária de Estado não conhece a lei e é coisa grave. Ou conhecendo-a, não lhe liga puto, o que não é menos grave. A verdade é que tudo isto, sob a aparência de servir o Estado tem outras consignações. Reorganizar o seu partido desfeito com a última derrota eleitoral, amesquinhar o presidente da Câmara de Santarém, usar um bom sapato de verniz à custa dos sapatos remendões do desgraçado autarca crivado com as dívidas que a augusta personagem ajudou a construir.
Já percebeu V.Exª que esta carta não serve para repor honras espezinhadas porque a pessoa do presidente da Câmara, cuja vida é ser escritor, até se diverte e vai registando para memória futura estas atitudes que Eça de Queirós gostaria de ter conhecido. Mas o presidente da Câmara de Santarém não acha graça a que se violem leis da República, até porque é um dos seus garantes, e também não consegue aplaudir, como a pessoa do presidente aplaude, estas manifestações corriqueiras, narcísicas e petulantes de exercer o poder. Secretariar o Estado, na minha modesta opinião, não passa por este folclore de vaidades onde se esgotam personagens para melhores palcos.
Em Dezembro escrevi à senhora Secretária de Estado explicando-lha a lei que a sua maioria aprovou. Não ligou e acho que fez bem. Como pode senhora tão sobrecarregada com a arte de reabilitar preocupar-se com o afã de um presidente de câmara zeloso por fazer cumprir uma lei da República? Voltou à carga. E assim, aqui estou a pedir esclarecimentos a V.Exª.
1. O Artº 31º da Lei 40/2008 está revogado?
2. O Artº 31º não se aplica a Secretários de Estado que vivem no concelho?
3. O artº 31º é só para fazer de conta?
Esta pergunta é apenas para confirmar porque, quando aqui esteve Sua Excelência o Senhor Presidente da República, percebi que o Protocolo de Estado se cumpre.
1. Existe alguma legislação especial para o caso da Secretária de Estado da Reabilitação?
2. Estou enganado na interpretação da lei?
Ajude-me V.Exª. Sei que tenho os sapatos sujos e rotos, sem dinheiro para os mandar consertar e é sempre com alegria que vejo os sapatos de verniz da nossa augusta governante. Mas não sei se devo aceitar que me espezinhe. Se for
Ajude-me a esclarecer esta dúvida existencial. Se para mim a República é um bem absoluto, também é verdade que reconheço que perante esta enviada dos deuses haja bens terrenos que têm se ser sacrificados e disponho-me já a ser mártir da República para servir o verniz da senhora Secretária de Estado.
Creia-me com consideração
Francisco Moita Flores
...
1036. O sapato e o verniz (1)
Secretária de Estado da Reabilitação
D.Idália Moniz
Depois do nosso encontro
Sobravam-me quilómetros até ao canto onde arrumo, com cautela de santuário, as leis do Estado. Era grande a aflição, confesso, e saltei sobre a invocada, bem impressa no nosso ilustradíssimo Diário da República e li. Ou melhor, reli pois que fizera em tão precioso documento uma lavadela de olhos logo quando fora publicada.
Soaram-me sinos nos sentidos. A nossa bem amada Lei nº 40/2006 de 25 de Agosto mostrava, num formalíssimo e severíssimo protocolo who is who a galeria social do Estado. E lá estava, logo a abrir a primeira decepção. Os nossos tão aplaudidos Secretários de Estado remetidos para uma ignóbil 20ª posição e os Presidentes de Câmara atirados confortavelmente para o 41º lugar da tabela de classificação por pontos. E digo confortavelmente, pois é posição que permite a autarca menos escrupuloso com as formalidades do Estado, sair discretamente durante uma cerimónia enfadonha e ir até ao jardim fumar o seu cigarrito e tornar a entrar para o seu discreto 41º lugar sem que alguém dê pela sua falta.
Ora dizia eu que reli a lei e a minha alma exultou. Não me espalhara outra vez. V.Exª sabe, muitos dos meus amigos chamam-me a atenção, e com razão, para o facto de eu entender o Protocolo de Estado como um problema de sapato e de verniz. E se me aplaudem por dar muita importância ao sapato, não deixam de reparar que me preocupo pouco com o verniz. Reconheço que sou filho de más leituras. A severidade de Camilo ou de Eça para o excesso de verniz da classe política, pouco preocupada com o feitio do sapato, foi herança que me desnorteou os cromossomas e bem me penitencio de tanta distracção. Mas enfim! Agora que reli fico com a consoladora certeza que, por esta vez,
Se cominarmos esse antipático artº 31 com o pretensioso artº 33 , então Secretário de Estado tem lugar depois dos nossos bons Presidentes de Junta tomarem assento. Uma injustiça, afirmo eu. Um verdadeiro agravo à brilhante sonoridade que justamente submete quem ouve o título de Secretário de Estado. Não fosse V.Exª uma brilhante Secretária de Estado e não desistiria de a exortar a mobilizar os seus colegas de titulatura para greve reivindicativa contra si própria, ou melhor dizendo, contra o seu inestimável governo.
Não posso dissertar mais sobre esta matéria porque uma outra inquietação me assalta. A minha primeira leitura, e a recente leitura, da Lei do Verniz associada ao discreto raspanete que V.Exª me pregou, com elegância é certo, me conduz a uma terrível descoberta: V.Exª não conhece as leis produzidas pela Assembleia da República que a elegeu! Que fez de V.Exª competente Secretária de Estado! Que deu a V.Exª o rápido brilho que tantos camaradas seus procuram em vão há tanto tempo!
Já se percebeu, com certeza que V.Exª percebeu, que sendo o actual Presidente de Câmara Municipal de Santarém, pessoa pouco dada a essas sublimidades mundanas que não vou fazer do meu obscuro, mas rigoroso, conhecimento da Lei do Verniz uma bandeira de luta pelo bem do nosso concelho. Nem tão pouco essa Lei resolverá o buraco financeiro que o executivo camarário, que teve a honrosa presença de V.Exª, deixou aos vindouros como herança. E para continuar a ser elegante, afasto como se afasta Belzebu, a flatulenta ideia de enviar a um Secretário de Estado cópia da Lei do seu mandato só pelo reles motivo de a desconhecer.
Eu até acho bem que os Secretários de Estado desconheçam as leis que produzem os seus governos e parlamentos. Deixa-lhes o espírito mais livre para as grandiosas tarefas que quotidianamente carregam sobre os ombros, nomeadamente para algum verniz nos gestos e actos.. E V. Exª com uma Secretaria de Estado tão difícil, que obriga a produção de sapato em abundância faz bem em deixar a minudência do verniz para um pobre autarca.
Por esta mesma razão, venho informar V.Exª que a partir de agora vou encarregar-me dessa vulgaridade que os meus amigos me censuram de desleixar. Produza V.Exª os sapatos que do verniz tratarei com gosto e prazer em servi-la.
Confesso que é sacrifício. Sacrifício pessoal, entenda-se. Prefiro mil vezes ver um Secretário de Estado a adornar uma bela mesa, enfeitada de apoiantes e profissionais da política, com um apontamento de flores no centro, uns quantos pacotes de manteiga, mais alguns salgados a condizer, e gravatas distintas, soberbas, do que ser forçado a impor o meu rebelde temperamento a tão augustas personagens, incluindo o pacote de manteiga. Mas se nada valho entre estrelas, querubins e safiras, tenho certeza certa que o Presidente da Câmara Municipal de Santarém, cidade e concelho de prestígio, vai definitivamente ocupar o lugar a que tem direito, por respeito ao augusto Governo de V.Exª e informar os Presidentes de Junta das suas responsabilidades formais. Com grande desgosto meu. Mas seguramente aliviando V.Exª do pesado fardo dos protocolos que desconhece mas com bom proveito para o nobre ofício de secretariar o Estado.
Creia-me com amizade bem disposta e consideração alegre
Com os melhores cumprimentos
O Cidadão
Francisco Moita Flores
1035. O sapato e o verniz (0)
Por expressa amabilidade de José Maria Teles da Silva, ilustre bloguista, actualmente e por vontade própria retirado das lides, chegaram-me às mãos dois documentos dignos dos melhores textos satírico-políticos que já alguma vez se escreveram em Portugal (e tantos têm sido e tão bons...).
São da autoria de Francisco Moita Flores, criminalista e escritor bem conhecido do público em geral, actualmente presidente da câmara municipal de Santarém.
Tenha um domingo divertido...
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sábado, 28 de abril de 2007
1034. O túnel do Marquês
Não venho defender a posição de Carmona Rodrigues, que não é da minha família, nem sequer do meu conhecimento e por quem até nem tenho simpatia por aí além; nem por aí aquém, diga-se. Nem a da Câmara. Venho, tão simplesmente, dar a minha opinião.
Pois é, depois das minhas duas passagens pelo túnel, uma no sentido Fontes Pereira de Melo-Amoreiras e, horas depois, à volta, outra no sentido inverso, agora com muito trânsito, constatei que o grande problema do senhor Curto, presidente da dita ANBP, é esse mesmo, ou seja, ser curto. De vista, pelo menos. Ou de vistas, o que é pior.
E mais, é certamente pouco viajado, porque, a não ser assim, não diria as enormidades que anda dizendo. Bastaria que atravessasse 10 ou 20 túneis das centenas existentes por essa Europa fora, a começar por todo o trajecto alpino, entre a França e a Itália e vice-versa e logo se convenceria de uma de duas coisas:
1 – de que anda a dizer coisas que só lhe ficam mal, por revelarem má fé ou ignorância mesmo;
2 – de que italianos, franceses, suíços, austríacos e tantos outros, não passam de uma cambada de idiotas ignorantes e irresponsáveis, pois que não lhe vieram pedir a abalizada opinião quando da construção dessas muitas centenas de túneis, muitos deles com mais de
Deixando as brincadeiras...
O túnel é perfeitamente seguro e está muito bem iluminado e excelentemente sinalizado. Tudo o que o senhor Curto anda a debitar deve ser levado apenas à conta de política menor (encomendada ou não só ele saberá…).
Para dar um chuto na parvoeira e em jeito de apontamento humorístico, apenas quero referir que a alegação do referido senhor acerca da largura dos passeios ser insuficiente para a deslocação de macas ao longo do túnel, é ridícula mesmo.
Basta que nos lembremos de que, em caso de acidente (há-os seja onde for…) e sendo necessário transportar macas à mão, certamente que a distância entre o local onde o acidentado se encontrar e a ambulância para que terá de ser transportado será mínima, ou seja, nunca mais do que 2 ou
É bom que se refira isto muito claramente, não vá o senhor Curto descortinar a possibilidade de os maqueiros, dando-lhes um “vipe”, desatarem a correr túnel fora, Rotunda do Marquês de supetão e Fontes Pereira de Melo ou Avenida da Liberdade, em disparada, consoante o destino seja Santa Maria ou S. José.
Mas há mais:
Na sua cega "ciência", Mr. Curto nem tão pouco se restringe ao bom-senso de calcular que, numa tal situação – de acidente com feridos a necessitar de transporte de maca – o tráfego no túnel será de imediato (portanto muito antes da chegada das ambulâncias) suspenso, pelo que os maqueiros, quando chegarem ao local e tendo que transportar feridos em macas, o farão sem problemas pela própria faixa rodoviária, que estará limpa de qualquer espécie de trânsito.
Eu não vos tenho dito que eles são mesmo ridículos? E pensam que somos trouxas? Será que assim pensam por não termos frequentado a UnI?
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sexta-feira, 27 de abril de 2007
1032. Efeméride tabagística
É certo que a tomei depois de ter apanhado tremendíssimo susto com meu pai, mas a verdade é que - finalmente!!! - a tomei.
27 de Abril de 1999 foi o primeiro dia que, de há muitos anos até então, passei sem fumar um único cigarro. Foi também o primeiro de uma série que pretendo longa e imutável.
Foi difícil nos primeiros tempos. Muito difícil. E só o consegui à custa de uma quase intoxicação com nicorettes, pois que cheguei a ultrapassar, e muito, a dose diária recomendada. E sem acompanhamento médico, que foi uma autêntica burrice.
Mas valeu a pena.
Diz-me quem sabe que, por esta altura, estarei em vias de ficar completamente limpo. Acredito que sim, quero acreditar que sim.
Há 9 anos que, pois, sou um homem livre!
O que sentia antes daquele dia e o que senti e sinto após aquele dia diz-me que, se o não tivesse feito, provavelmente hoje estaria a blogar, sim, mas noutro lado qualquer que não este. Isto, se Deus ou o parceiro lá de baixo permitissem a blogaria...
Fui escravo por anos a fio, anos demais. Mas venci a luta.
Oxalá outros, muitos, todos os que assim o desejem, consigam também.
São os meus mais sinceros votos e fico torcendo com todas as minhas forças por que o consigam. Porque gostava de ver, daqui por uns tempos, muitos outros amigos e companheiros, bloguistas ou não, festejarem também uma tão excelente e lúcida efeméride.
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1030. Ora, diga lá como procederia?
como procederia de imediato, tanto quanto essas falsidades foram publicadas como, depois, ainda que tarde, logo que verificasse que tinham passado a ser do domínio público?
Ora, pense um pouco e diga lá:
Como procederia, sem demora, de imediato?
O meu primeiro acto - ditado pela indignação provocada pela constatação de que a minha honorabilidade poderia vir a ser hipoteticamente manchada - imediatamente a seguir à constatação da publicação das falsidades seria, pura e simplesmente, apresentar a quem de direito queixa formal contra "desconhecidos", com o firme propósito de que tudo fosse integralmente averiguado e o meu nome liberto de qualquer tipo de suspeição por comportamento menos correcto ou até mesmo integrando ilícito penalmente punível.
Evidentemente que isso seria o meu comportamento. E o seu? E acha que sê-lo-ia também de qualquer outra pessoa?
......
quinta-feira, 26 de abril de 2007
1028. E lá vai mais um...
1027. Já agora...
Sá Fernandes lembra que declaração de impacte ambiental do túnel recomenda 30km/h
lembremos também
que a caminhada deste senhor,
para um lugar ao sol
no plateau político, acoitado no BE,
ficou-nos caríssima:
Nada menos do que 4-milhões-4 de euros.
Interrupção de trabalhos no túnel do Marquês custou quatro milhões de euros
O presidente da Câmara de Lisboa, Carmona Rodrigues, avaliou em quatro milhões de euros os custos provocados pela interrupção das obras de construção do túnel do Marquês de Pombal, que abre ao trânsito às 20h00 de hoje. (…)
Público
...
1026. E depois... e depois... e depois... ?
Ministro Alberto Costa lança hoje guia de prevenção
O Governo lança hoje um guia de combate à corrupção que pretende alertar funcionários públicos e cidadãos em geral para a gravidade do fenómeno, procurando dar-lhes as ferramentas necessárias para o evitar e, sobretudo, para o denunciar. Intitulado "Prevenir a corrupção", este guia de 22 páginas, elaborado pelo Gabinete para as Relações Internacionais, Europeias e de Cooperação do Ministério da Justiça, vai ser distribuído pelos serviços públicos. (...)
DN
* * *
E que virá a seguir? A delação da família?
E depois? Die kristallnacht?
E depois? A invasão da Polónia?
E depois?
Só a delação que tão necessária se mostra, é que não há meio de ser sequer tentada e incentivada por quem de direito, hein?
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quarta-feira, 25 de abril de 2007
1024. Pois bem:
1 - Um presidente de câmara dizer para os seus munícipes:
- Se os tipos forem lá chatear, olhem, corram-nos à pedrada !
ou
2 - Tudo aquilo que já se provou (e só o que já se provou...), num caso muito badalado ultimamente e que mete falsidades em variados documentos oficiais da República Portuguesa?
Pois bem, uma vez mais:
Saiba que o MºPº deduziu já acusação no primeiro caso.
Pergunta-se:
- E no segundo, será que alguém virá um dia pelo menos a ser investigado?
Há moralidade ou continuamos na mesma?
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1022. Como dizia o índio velho:
1021. Não deixe para amanhã...
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1020. Coerência de uns, dignidade de outros - 1
A partir de hoje e por questão de coerência, quotidianamente e como primeira tarefa do dia, passarei a publicar este cartaz no blog.
Até um dia em que...
(Se se sentir tentado(a) a fazer o mesmo, não hesite; pode "roubá-lo" e publicá-lo também. A nossa causa é comum)
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1019. Os dois caminhos que restam:
2º e mais lesivo, mas indispensável, se não houver discernimento para se seguir pelo primeiro:
ou seja, sem auto
Em qualquer dos casos, o país, ainda que muito combalido, agradece efusivamente, faz vénia profundo-demorada e... respira de alívio.
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terça-feira, 24 de abril de 2007
1018. O Mundo, segundo os americanos...
1017. Adivinha
Qual é a entidade oficial, qual é, que
- em matéria de guarda e preservação de documentos oficiais importantes -
obtém resultados que parecem ombrear com os da UnI?
segunda-feira, 23 de abril de 2007
1016. Infelizmente, não conseguiu evitar!
Público – 17.12.2001
A sua saída do Governo coincidiu com o abandono da vida política nacional activa, mantendo-se apenas como presidente da Internacional Socialista, um cargo para o qual foi eleito em 1999, sucedendo ao francês Pierre Maurroy, e que exerce actualmente. Guterres conta-se também entre os membros fundadores do Conselho Português para os Refugiados.
Público - 25 de Maio 2005
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1015. Em jeito de prevenção…
Sem muitos comentários, por desnecessários, e em jeito de prevenção, porque é bom que estejamos sempre em alerta realtaivamente ao que nos pode cair em cima, transcrevo a seguir a tradução expedita de um post inserido por Beppe Grillo - um conhecido lutador anti-sistémico italiano - no seu blog, denominado Il Blog de Beppe Grillo. O post tem o título Il proibizionismo di Internet.
* * *
A ignorância pode levar a um estado de suprema felicidade. O ministro da Instrução sabe-o bem. Fioroni apresentou as “linhas de orientação”, em colaboração com Bindi, para tutelar a saúde dos estudantes. Um texto virado para médicos e professores “para prevenir a obesidade e os distúrbios alimentares (anorexia e bulimia) e prevenir os fenómenos de dependência (droga, álcool, tabaco, medicamentos, doping e Internet)”.
É o início de uma nova era: a do proibicionismo na Internet. Cedo ou tarde tinha que suceder. O pornoFioroni percebeu à sua custa que a Rede está cheia de insídia, de “sites” eróticos e de políticos espúrios. Quer evitar que os rapazes se defrontem com a verdade. Quer protegê-los. O acesso quotidiano a informação dopada nos jornais e na televisão fá-los viverem melhor e acreditarem nas virtualidades do regime. Deixa estar, Fioroni, o futuro não é da tua conta. Refugia-te no partido post-democrático, o que fica a olhar para o passado.
Mas a Internet na escola, o que é, na verdade? Aquilo do Fioroni é falso alarme? Peço aos estudantes e aos professores que comentem neste post a situação real em que se encontram. Quantos pcs há? Há? Estão acessíveis? Quais? Existe ligação (à Internet)? A que velocidade? Escrevam os vossos comentários, que recolherei para um documento que difundirei no blog.
A prioridade da escola é o conhecimento e o seu nome é Internet. Quem nela não estiver ficará marginalizado. Perdido num nirvana partidocrático. Criado expressamente para nós a partir das nossas dependências.
1014. Late afternoon thought... (lxxxix)
…ainda que contra elas próprias
Ruvasa
domingo, 22 de abril de 2007
1013. Qual a que melhor se ajusta?
Não! Primeiro, porque não tenho o talento e as qualidades que um primeiro-ministro deve ter. (…) Ministro é o meu limite.
JOSÉ SÓCRATES, ministro do Ambiente e do Ordenamento do Território. DNA, 16 de Setembro de 2000
* * *
Esta frase foi copiada do blog A Origem das Espécies, de FJViegas, que, por sua vez, a retirou, como a outras, do livro "Pela Boca Morre o Peixe", de João Pombeiro.
Sinceramente, não sei que comentário fazer a esta excelente peça. Experimentemos:
1 – Premonição?!
2 – Quem somos nós para contradizermos ?
3 – Lá sabia do que falava …
4 – Afinal, há gente que se enxerga mesmo !
5 – E esta, hein ?!
Dê uma ajuda e diga-me qual a que entende que melhor se ajusta à situação?
1012. Sim, da falésia...
Quem ler isto, comparando como o nosso país, aliado da Inglaterra, só pode imaginar que a nossa democracia tem ainda muitos anos de aprendizagem. Porém, com estes mestres que nos saíram em rifa, bem podemos abandonar toda a esperança.
(...)
* * *
Permita que lhe deixe uma sugestão:
Faça isso, vá mesmo ler a Complacência Absoluta, na Grande Loja do Queijo Limiano.
Mas, por favor, a seguir, com o desgosto, não vá atirar-se de uma falésia. Opte, isso sim, por dar largas à sua ira, de lá empurrando alguém... Com toda a gana que tiver!...
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sábado, 21 de abril de 2007
1011. O anonimato na Blogosfera
A Origem das Espécies é um dos blogs que visito. Não diariamente, mas com boa regularidade.
À parte aquelas saídas “hooliganístico-fcpeanas”, afinal desculpáveis, pois que há que dar escape à "selva" que todos trazemos cá por dentro,, Francisco José Viegas é autor que se lê com agrado e tenho dado por mim a concordar muito com o que escreve. Isto, não obstante o faça em textos muito curtos, apenas pequenos salpicos que não dão para grandes apreciações da capacidade do autor. Textos curtos que, in the other hand, são pequenos salpicos que não deixam de, aqui e ali, ir mostrando uns laivos da personalidade e pensamento do jornalista.
Aliás, conheci-o inicialmente, pelas crónicas na revista “A volta ao Mundo”. As suas digressões pelo Sul do continente sul-americano, que visitei razoavelmente também, incluindo Ushuaia, na Argentina, e Puerto Williams, no Chile, são bem conhecidas dos leitores da revista.
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sexta-feira, 20 de abril de 2007
quinta-feira, 19 de abril de 2007
1009. Das deutsch(sprachig)e Portugalforum
Percorrendo-o, vemos que se fala sobre nós e há portugueses que o frequentam e dizem também de sua justiça. Quanto aos alemães, bem, há-os da Alemanha e os de Portugal, tal é a comunidade “tedesca” que nos brinda com a sua companhia cá no rectângulo.
Encontrar um conjunto de cidadãos estrangeiros a gostarem de nos conhecer melhor, é sempre agradável.
Por isso, para o especial amigo, Ralf Wokan, mas também para a Chica-Portugalforum e ainda para o Thilo Schmidt, aqui deixo um abraço amigo.
Die besten Beachtungen, meine Freunde!
* * *
Se me é permitida uma sugestão, passe a frequentar o link Das deutsch(sprachig)e Portugalforum.
Mesmo que a língua alemã não seja o seu forte, vai ver que, se recorrer ao Freetranslation ou ao Google, a coisa vai. É só transpor do alemão para o inglês e vive-versa. O meus três meses de aprendizagem da língua de Göethe, interrompidos pelo 25 de Abril, também não chegam para manter uma conversação. Com este expediente (e porque eles se expressam em bom português), porém, as coisas tornam-se mais fáceis.
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1008. Falemos de dignidade
E o cumprimento desse imperativo constitucional tem que ser suficientemente seguido com atenção pelo senhor Presidente da República, que, nos termos da mesma Constituição “garante (…) o regular funcionamento das instituições democráticas” (artº 120º, CRP).
Está posta em crise a dignidade do Estado Português, que não se compadece com incompreensíveis e inaceitáveis omissões, menos ainda com branqueamentos espúrios, também eles criminosos.
Por outro lado, tendo tido a intervenção que teve recentemente no seio da sociedade portuguesa, o movimento PÁSCOA DA CIDADANIA não pode agora alhear-se de questão de tamanha gravidade.
Muito pelo contrário, deve manter-se na primeira linha dos cidadãos que exigem a estrita e inadiável observância da lei em todo este caso, sob pena de a excelente atitude de cidadania que assumiu, rapidamente se ver desfeita pela voragem do regresso da maré de laxismo acomodado e criminoso que, a final, conduziu a situações que menorizam e desonram a República Portuguesa e o conjunto dos seus cidadãos.
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quarta-feira, 18 de abril de 2007
1007. O socialista da Sides
Lúcio Pimentel, na foto ao lado, é o Presidente da SIDES, que detém a titularidade da Universidade Independente.
Nessa qualidade, deu, pelas 20 horas de hoje, uma conferência de imprensa, supostamente para esclarecer tudo o que está em causa acerca do que se tem passado na UnI, designadamente com os processos dos alunos, com especial realce para o de José Sócrates Carvalho Pinto de Sousa.
Inicialmente apelidada de bombástica, a referida conferência foi repentina e surpreendentemente esvaziada de material explosivo, ainda antes da sua realização, tendo acabado transformada em leitura monocórdica e balbuciante de um documento de meros lugares comuns e contendo menos informações do que as já anteriormente conhecidas.
O conferencista revelou-se mesmo totalmente incapaz de explicar factos graves relacionados com a actividade da UnI, pelo que acabou por aparentar - propositadamente ou não - saber menos do que qualquer outra pessoa presente na sala.
Lúcio Pimentel é militante do Partido Socialista, por Meda, do distrito da Guarda.
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1006. A teoria e a prática
Prefácio do livro de discursos “Roteiros”
Cavaco Silva: cooperação estratégica “não significa co-responsabilização” do Governo
18.04.2007 - 15h18 Lusa
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Concordando, em tese, com o pensamento que exprime, permita-me, contudo, senhor Presidente, que acrescente algo que não está dito, mas que tem que decorrer dessa posição.
Sendo verdade que a cooperação estratégia não significa co-responsabilização nem avaliação acrítica do Governo, não deixa de ser verdadeiro também que a omissão do dever de agir em situações de evidente necessidade de actuação, por acções - ou falta delas - do Governo ou de algum de seus integrantes, aí, sim, já significa co-responsablização do Presidente da República relativamente a situações que devem ser evitadas a todo o custo e que, quando não evitadas, há que de imediato corrigir, sanar.
Não actuar, quando é imperioso que se actue pode ser entendido, no minimo, como passividade de difícil justificação, e, no máximo, como cobertura a tais situações e respectivos agentes, de ainda mais difícil fundamentação.
Continuando a falar em tese, abstracto, os titulares de cargos políticos não podem, de forma nenhuma, actuar apenas nos casos que lhes estão mais de feição e lhes podem oferecer ganhos, evitando fazê-lo quando em situação contrária.
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1005. Assédio contínuo à UnI
Inspecção-geral esteve ontem na Independente
Por Felícia Cabrita e Graça Rosendo
Inspectores do Ministério do Ensino Superior foram ontem à Universidade Independente pedir o processo escolar de José Sócrates. Fontes da universidade afirmam que neste processo consta apenas o trabalho de Inglês Técnico e pautas com notas
Uma equipa da Inspecção-geral do Ensino Superior (IGES) esteve ontem, entre as 15 e as 17h30 horas, nas instalações da Universidade Independente (UnI) – antes da universidade ter adiado a conferência de imprensa -, pedindo o acesso ao dossier escolar de José Sócrates.
Segundo uma fonte da UnI, já na véspera os inspectores da IGES se tinham deslocado à universidade com o mesmo objectivo, que acabou por não ser cumprido.
Depois dessa tentativa, a direcção da UnI recebeu um fax, exigindo a marcação de um encontro com os responsáveis da universidade, para as 15h de ontem.
Ainda de acordo com a mesma fonte, a direcção da UnI impediu a saída do processo de Sócrates, alegando que os inspectores já o tinham analisado com detalhe e «não encontraram razões para o levar». O processo escolar do primeiro-ministro mantém-se, por isso, guardado no cofre-forte da universidade.
A universidade não atribui a esta visita da Inspecção-Geral o adiamento da conferência de Imprensa, que deveria ter-se realizado ontem para fazer «revelações bombásticas» sobre o caso da licenciatura do primeiro-ministro.
Segundo fontes próximas da direcção da Sides, o adiamento para hoje à tarde deve-se ao facto de estarem ainda a ser investigados diversos diplomas passados pela universidade.
Quanto ao dossier Sócrates, as mesmas fontes asseguraram ao SOL que o único elemento de avaliação que consta do seu processo escolar é, de facto, o trabalho de Inglês Técnico, com data de 22 de Agosto – que o SOL ontem revelou em primeira mão -, enviado para o reitor da UnI pelo então secretário de Estado adjunto do Ministro do Ambiente, agrafado a um cartão onde está manuscrito: «Meu caro, como combinado aqui vai o texto para a minha cadeira de Inglês»
O resto do processo escolar do PM contém apenas pautas com as notas das outras cadeiras feitas por Sócrates para completar a sua licenciatura
As investigações internas detectaram ainda uma informação no ficheiro informático relativo a Sócrates, que o indica como estando isento de pagar propinas.
Na entrevista dada à RTP na semana passada, o primeiro-ministro assegurou ter pago todas as propinas, tendo inclusive mostrado as respectivas facturas.
Contactada, a Inspecção-Geral do Ensino Superior remeteu para mais tarde uma informação sobre a ida de ontem à UnI. De qualquer modo, e através do mesmo contactado, foi explicado ao SOL que, enquanto decorrerem as inspecções àquela universidade, não deverão ser prestadas informações sobre a UnI.
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1004. É tempo de agir!
O mal-estar e a insatisfação que se constatam em todo o País têm raízes mais fundas. O que está verdadeiramente em causa é um problema de cultura de vida em sociedade.
Só razões de ordem psicológico-cultural podem explicar a nossa queda no fosso em que nos situamos actualmente, depois de sistematicamente, ao longo de sucessivos anos, termos ignorado todos os avisos que as nossas realidades nos evidenciaram.
É assim que, para além da questão orçamental e económica, nos defrontamos com gravíssimas carências nas vertentes educacional, artístico-cultural, social, de administração pública até de actividade privada, com perda irremediável de valores indispensáveis a um equilibrado e harmonioso desenvolvimento sustentado da sociedade que integramos.
Ora, é sabido que tal não tem acontecido e, muito pelo contrário, foram malbaratados e perdidos valores fundamentais da identidade nacional.
Sendo certo que este é um problema de todos os portugueses, não pode permitir-se que, sob esta verdade, se escamoteie a responsabilidade, em primeira linha, dos políticos que nos têm governado e continuam a governar.
Na verdade – e a verdade é para se proclamar frontalmente, sem tibiezas – a forma como temos sido governados é a grande responsável pela situação em que o País se encontra. Já ninguém acredita na bondade da política e menos ainda nos propósitos dos políticos, por muito dignos que sejam, e isso é dito à boca cheia por todo o país. Estamos a degradar, de forma irremediável, talvez, a democracia por que tanto ansiámos.
E não se vê que, da parte do poder político, dos vários poderes políticos, surja uma mensagem de esperança, congregadora de vontades e aptidões. Mensagem catalizadora de anseios, mobilizadora de capacidades, porque estribada em exemplos de dignidade, capacidade e vontade de acertar.
Não há, numa palavra, verdadeira classe dirigente em Portugal.
Muito pelo contrário, aquilo a que, em crescendo, se assiste, apenas tem como resposta de efeito, a radicalização do binómio nós-eles, em que nós, sociedade civil, estamos cada vez mais sós, desoladamente entregues à nossa sorte, e, igualmente de forma crescentemente mais isolada, eles, ou seja, a classe política, sem excepções claramente visíveis.
A manutenção deste status quo e o seu agravamento constante nada de bom oferece à sociedade portuguesa, potenciando, pelo contrário dificuldades surgidas a cada episódio menos feliz. Pode mesmo ser factor determinante para que se atinjam níveis não compagináveis com um relacionamento saudável entre todos.
Os últimos desenvolvimentos desta crise de valores têm-se revelado particularmente desastrosos, razão por que entendemos, como membros da sociedade civil, não politicamente enfeudados, não mais nos ser lícito a tudo assistirmos sem reacção, no sentido de inverter a marcha dos acontecimentos.
E foi assim que decidimos alertar a classe política na sua globalidade, quem decide aos vários níveis, nacional, regional e local, políticos e administrativos do país, para a conveniência de os recursos públicos – ao menos esses – serem usados de forma criteriosa e justa, isenta e parcimoniosa à exaustão.
É que é imperioso que os decisores políticos interiorizem essa necessidade.
É imperioso que os decisores políticos interiorizem, por exemplo, que a extinção imediata de tantos e variados institutos e outras sinecuras afins, meras duplicatas de serviços e organismos do Estado, porque criados com o putativo fim de dar colocação a “aparelhos privados” de sucessivos governos, é tarefa absolutamente necessária e impostergável.
É imperioso que os decisores políticos interiorizem, por exemplo também, que as empreitadas do Estado e das autarquias têm que seguir escrupulosamente cadernos de encargos rigorosamente elaborados, por forma a dar-se termo a uma prática insustentável, verdadeiro escândalo nacional, que conduz a que qualquer obra pública demore uma eternidade mais do que o prazo inicialmente previsto e custe duas e até três vezes mais do que o orçamento previra, com as legítimas desconfianças a que tais procedimentos dão causa.
É imperioso que os decisores políticos interiorizem, ainda por exemplo, que as empresas públicas têm que ser geridas em obediência a critérios de razoabilidade e bom aviso, pondo-se termo, a gestões ruinosas, quiçá de inominável irresponsabilidade, que as transformam em autênticos sorvedouros de recursos do país, sem que dessa sangria resultem benefícios assinaláveis para a comunidade.
É imperioso que os decisores políticos interiorizem, finalmente por exemplo, que o número de deputados à Assembleia da República é francamente ridículo, num país com a nossa dimensão espacial – e até demográfica –, pelo que se mostra inadiável, até para que sirva de testemunho de boa fé, um corte radical nesse número, fundamentado na razão, e não mais as meras “aparadelas” de simples cosmética a que se assistiu no passado.
É imperioso que os decisores políticos interiorizem, enfim, que é urgente e inadiável que a política ofereça à sociedade portuguesa um substrato moral insusceptível de ser questionado.
Estas, pois, as nossas razões, o nosso propósito. Entendemos chegado o momento de todos serem confrontados com as responsabilidades que a cada qual são atribuíveis. Em consciência, não podíamos, pois, calar.
Postas as coisas nos termos em que ficam, que reputamos de suficientemente esclarecedores, cabe referir que, a partir desta iniciativa e porque aceitamos que ela nos cria responsabilidades acrescidas, a que não queremos eximir-nos, não permitiremos que, de hoje para o futuro, em termos de cidadania, tudo continue como até aqui. Nós e milhões de outros como nós, em quem nos firmamos, na certeza de que nos acompanharão, das mais variadas formas. Custe o que custar, agrade ou desagrade aos poderes instituídos. Estaremos atentos e actuantes. Ninguém duvide.
Com a acção não procuramos notoriedade. Por essa simples razão, desde já declaramos, que, ainda que com toda a cordialidade e compreensão, declinaremos qualquer entrevista, ou peça semelhante, que nos possa vir a ser proposta. Somos simples e anónimos cidadãos comuns e como tal fazemos questão de continuar.
2005Junho17
Ruben Valle Santos
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Este texto foi escrito há quase dois anos, por ocasião da criação do Movimento Cidadão Atento.
Por não ter perdido nada da sua actualidade e, pelo contrário, tudo se ter agravado de então para cá, julgo de toda a pertinência a sua republicação. Bom seria que o que nele se diz fosse ponderado pelo conjunto da sociedade portuguesa.
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