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quinta-feira, 19 de março de 2009

2060. Freeport - Movimentos na Bolsa (2001)

Especial - 03/19/2009
Celestino movimentou 503 mil contos em acções

A Procuradoria-Geral da República diz que "os magistrados que detêm a investigação confirmam que os documentos não pertencem ao processo Freeport"



Celestino Coelho Monteiro movimentou na Bolsa, através da empresa offshore Medes Holdings LLC, pelo menos 503.482.794$00, ou seja 2.511.361,59 euros, com a compra e venda de 809.264 acções, só de Fevereiro a Maio de 2001. Os dados constam dos documentos que foram divulgados na Internet, a que o 24horas teve acesso, e que revelam transacções e compras de um dos tios do primeiro-ministro José Sócrates nos anos de 2000 a 2004. Estes documentos terão desaparecido de uma casa de Celestino Monteiro, em Lisboa (ver ao lado).

A assessoria de imprensa da Procuradoria- Geral da República esclareceu ao 24horas que, segundo informação do Departamento Central de Investigação e Acção Penal, "os magistrados que detêm a investigação confirmam que aqueles documentos não pertencem ao processo Freeport". O 24horas tentou contactar várias vezes Celestino Coelho Monteiro, mas sem o conseguir. Nos extractos bancários do BNC Internacional (Cayman) – entidade bancária desactivada em 2006 pelo Banco Popular, que absorveu o Banco Nacional de Crédito – há registo de transacções nos meses de Fevereiro e Março e depois de 2 a 4 de Maio de 2001.

Mais de 800 mil títulos movimentados

A Medes vendeu 458.906 acções tendo comprado 350.358 acções, movimentando a empresa os mais de 503 mil contos (nos extractos consultados há uns que apresentam os valores em escudos – o euro só entraria emvigor a 1 de Janeiro de 2002 – e outros, com a indicação de se tratar de uma "2.ª via", em euros. Há um outro documento que refere transacções na Bolsa – a 16 de Maio de 2001 –, mas que não esclarece a natureza desses movimentos: trata-se de uma folha sem qualquer timbre e não indicando se trata de venda ou compra de títulos. Em baixo, na mesma página, há notas manuscritas de um aparente deve e haver de transacções na Bolsa, todas posteriores a 17 de Maio de 2001. Os extractos do BNC revelam um interesse variado da Medes na sua carteira de títulos: Sonae.com, EDP, Telecom, Novabase, Grão- Pará, Jerónimo Martins, Portucel ou Pararede são algumas das empresas cotadas que mereceram a atenção de Celestino Coelho Monteiro e dos seus sócios.

A Medes é uma empresa offshore sediada no estado americano do Wyoming e de subsidiárias, nomeadamente em Gibraltar. A acompanhar os referidos extractos estão várias "declaration of trust" que referem os nomes de Celestino Júlio Coelho Monteiro, Carlos César da Silva Coelho Monteiro, Diana Olímpia Pinto da Silva Coelho Monteiro e Elvira Fernanda Pinto da Silva Monteiro, todos com o mesmo domicílio, um andar na Av. Almirante Reis, em Lisboa. Uma acta da empresa confere-lhes poder para "abrir e movimentar, solidariamente" as suas contas.

24 Horas

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