Manuela Ferreira Leite levou bons anos a perceber, mas acabou por conseguir. E até já reconheceu, pelo menos em parte. Não há, pois, que ter pressa. A seu tempo e no seu passo acabará por lá chegar. Nem todos têm a mesma capacidade de prontidão.
E o que é que Manuela já percebeu e reconheceu, negando implicitamente o que antes dissera? Coisa tão simples de constatar como esta: que Pedro Santana Lopes é de uma enorme, inigualável humildade democrática.
Que, tendo sido presidente da Câmara Municipal de Lisboa, arrancada, por ele sozinho e contra muitas resistências mesmo no seu partido, das mãos da Esquerda folclórica - toda ela é folclórica, como se sabe - e primeiro-ministro a tirar as castanhas de outros do lume e depois ainda candidato a primeiro-ministro, teve a assombrosa humildade de entender que os parentes não lhe cairiam na lama se regressasse como candidato a presidente da Câmara Municipal de Lisboa.
Atitude que seria impossível de averbar relativamente a qualquer outro político português, mesmo de pacotilha.
É assim Pedro Santana Lopes. Por isso, há tanta gente por esse país fora a tê-lo em alta consideração. Sem restrições. Pena é que, após ele, tenha o modelo sido destruído.
Em parte, repito, já o reconheceu Manuela Ferreira Leite que ainda há tão pouco tempo dele dizia o que Maomé talvez não se atrevesse a dizer do toucinho e há não tanto tempo quanto isso, em uníssono com Marcelo Rebelo de Sousa e José Pacheco Pereira (pois quem haveria de ser?) e bem assim com o agora talvez também encavacado homem, contribuiu decisivamente para que Sampaio tivesse tido o atrevimento irresponsável que teve e igualmente para a sua derrota nas legislativas de 2005.
O que disse agora, sendo justo, não foi, porém, suficiente. Mas lá chegará também. É tão somente uma questão de tempo. Embora não sendo pombos, acabam por vir à mão... Nº
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