A mentalidade instalada na sociedade portuguesa, que a anquilosou, é a de que não é preciso trabalhar para se subir na vida.
Claro que é a mentalidade do “chico-esperto”. Não é preciso trabalhar; é indispensável, sim, ser-se esperto. Mesmo que não se cace ratos e se seja mesmo caçado. Acrescentada à habitual “coitadice”, nada ficou a faltar para a queda desamparada.
Tinha que dar nisto em que estamos, como é evidente.
É, pois, todo um problema -- um tremendo erro! -- cultural e, como tal, vai demorar muito tempo a corrigir.
Contudo, é preciso começar e, uma vez começado, ser persistente.
Se todos os que do problema temos consciência interiorizarmos isso e, em vez de ficarmos sentados no balcão a assistir ao desastre total, por todos os meios e as mais variadas formas dermos o nosso contributo, com maiores ou menores custos, com maiores ou menores dificuldades, a bom porto haveremos de chegar.
Acredito, sinceramente acredito, que as sociedades não se regeneram por decreto. Regeneram-se, isso sim, por vontade própria. Mas essa vontade tem que ser suscitada, para se tornar apetecida. E verdadeiramente eficaz
É tarefa que nos cabe.
Por mim, com maiores ou menores virtualidades, com maior ou menor sucesso, é o que tenho vindo a fazer há anos, pelo menos desde 2003. Com maior empenho ultimamente, por ter concluído que a maioria dos trabalhos em que estamos metidos não teriam surgido se a mentalidade fosse a que devia ser e não a que é.
É, pois, tarefa de todos os Portugueses conscientes de que as coisas têm de mudar e que estejam imbuídos da vontade de para isso contribuírem.
Mesmo que sejamos apelidados de ingénuos e apostrofados de coisas bem piores, que importa? O que conta, até mais do que o resultado, é a intenção. E o resultado, por mínimo que seja, será uma vitória.
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