Os portugueses têm de salvar-se de si próprios, para salvarem Portugal

domingo, 28 de fevereiro de 2010

2596. Tudo muito simples

É tudo muito simples de resolver.

Nesta fase do impasse político que se vive em Portugal, o que importa saber, sem margem para dúvidas e em termos jurídico-políticos é o seguinte:

O vilarista mentiu, ou não, quando, em 24 de Junho de 2009, afirmou perante o plenário de São Bento, nada saber do negócio PT/TVI?

É isto que importa averiguar oficialmente e daí tirar as necessárias consequências.

E digo averiguar oficialmente, porque já a ninguém de senso comum resta a mínima dúvida de que, efectivamente mentiu, tantas e tão claras são as evidências.

Mas estas coisas têm o seu ritmo e as sua liturgias. Que não podem ser distorcidas mesmo ainda amputadas.

Ora, como conversa "de café, com malta amiga", o que tem sido feito na Comissão de Ética, Cultura e Sociedade, é giro, dá para distender, mas não serve para atribuir responsabilidades a quem as tem.

Outra força e objectivo, porém, bem diversos da tal "rapaziada", terá a Comissão Parlamentar de Inquérito. Mesmo porque disporá de força e cominação judiciais.

Resta saber que papel quererá, na verdade, desempenhar em todo este mal-odorado processo. Porque não basta averiguar. Uma vez determinado como as coisas se passaram, há que tirar conclusões e consequências.

Perante o que já se sabe, restam muito poucas dúvidas de que o trabalho da referida Comissão Parlamentar de Inquérito vai ser pouco mais do que o de formalizar o que já está sabido ex abundante.

E o que é que abundantemente sabido está? Que, ao fim de todas as formalidades, só resta o afastamento do vilarista do cargo que ocupa. Resulte esse afastamento de motu proprio, embora a contragosto e por não lhe restar outra saída, ou em "mota alheia", posta em movimento por outrem e... que o leve para bem longe da nossa vista.

Portugal precisa de urgentemente fechar este parêntese, para que o caminho em busca de uma democracia digna, ainda que incompleta, não seja atulhado de mais escolhos tão difíceis de transpor como este está a ser.

A caminhada teve já uma interrupção de cinco anos, pelo que mister é que seja retomada. E não o pode ser com vilaristas e correlativos.

Basta o que basta já!
...

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