We are the children
We are the ones
who make a brighter day...
So let's start giving
1985
( o vídeo)
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Aqui vão sendo deixados pensamentos e comentários, impressões e sensações, alegrias e tristezas, desânimos e esperanças, vida enfim! Assim se vai confirmando que o Homem é, a jusante da circunstância que o envolve, produto de si próprio. 2004Jul23
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Resta uma pergunta a TdS – se a crise está a acabar, então não vale a pena manter os brutais apoios à banca nem as obras públicas sem concurso até 5 milhões, não é assim?
Carlos Abreu Amorim, Jurista
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Mas as incongruências de Teixeira dos Santos alguma vez foram surpresa para alguém, a partir de mês e meio após ter substituído Campos e Cunha?
Foram? Não me digam!... Tenho andado distraído. Ou a ver coisas...
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1. O presidente da República marcou as eleições legislativas para uma data diferente das eleições autárquicas. Fê-lo a contragosto: pelo que se percebeu das suas declarações, o chefe de Estado preferia que os dois actos eleitorais ocorressem ao mesm o tempo. Tal como o PSD. A atitude de Cavaco Silva foi sensata. Não só porque vai de encontro ao que a maioria dos partidos desejava, mas também porque as circunstâncias políticas do momento aconselham a que se separem as eleições.
Verdade que a realização em simultâneo das legislativas e das autárquicas poupava dinheiro ao país e tempo aos eleitores, como notou Manuela Ferreira Leite. Verdade que os eleitores portugueses têm maturidade suficiente para saber separar as águas no acto de votar. Verdade que a experiência já se consumou, sem notícia de grandes dramas, em muitas outras democracias. Por que razão não a aplicar, então, em Portugal? Resposta: porque as eleições legislativas de 27 de Setembro têm um carácter singular que nos deve obrigar a todos, partidos e cidadãos, a um sério exercício de reflexão.
A tempestade que se abateu sobre o país na sequência da crise económica e financeira deixou-nos sem fôlego e numa encruzilhada. Isto é: sem saber muito bem que caminho seguir para, pelo menos, vislumbrar a luz ao fundo do túnel. Acresce que o resultado das eleições europeias veio baralhar ainda mais os dados do problema. O "povo" castigou severamente o Governo e deu uma nova alma ao PSD, cuja líder esbracejava, até então, com vigor para se manter à tona. Isto quer dizer que o "povo" está disposto a dar uma oportunidade a Manuela Ferreira Leite.
Ora, se o momento é (muito) sério, porventura decisivo, e os eleitores querem ouvir o que o PSD tem para oferecer, o melhor é não deixar que nada se meta no meio de uma séria discussão sobre os destinos do País. Concentremo-nos nas legislativas. Oiçamos o que têm para nos dizer os partidos que almejam formar Governo, cotejemos as propostas de Sócrates e de Ferreira Leite, comparemos a personalidade de um e de outro. Sem pressas. Usando mais a razão do que o coração. Escolha feita, partamos para as autárquicas. Sem dramas.
Paulo Ferreira
Opinião JN 2009.06.30
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Continuo a entender que com as eleições realizadas no mesmo dia, quem ganharia seria o país. E a poupança de uns milhões de euros (e não apenas de um milhão como por aí alguns tarefeiros afirmam) seria o ganho menor.
A maior afluência de eleitores às urnas do que vai acontecer é, esse sim, o bem mais precioso que tal solução consigo traria. Não interessa nada, se ela beneficiaria o PSD ou qualquer outro partido ou vice-versa. O que interessava era que o país ganhasse ou perdesse com isso. E, decididamente, ganharia. Tudo o mais que se diga, é engrolar o pagode.
No entanto, desta vez Manuela Ferreira Leite, para além de tramar o amigo Cavaco, tramou-se também.
Porquê?
Simplesmente, porque falou quando deveria ter estado calada e, falando, disse o que não devia, o que, muito pelo contrário, deveria tê-la obrigado a calar.
Ao falar por antecipação, tirou espaço de acção ao amigo.
O que se impunha era que nada tivesse dito naquela altura e, quando inquirida pelo Chefe de Estado, dissesse que, embora preferisse uma das soluções por lhe parecer a que melhor defendia os interesses do país, para o PSD tanto fazia uma como outra, já que confiava no discernimento dos portugueses e na sua capacidade de entender o que é melhor para Portugal.
Na ansiedade de sair da passividade e mostrar serviço, após uma inesperada vitória eleitoral que lhe caíu no regaço, precipitou-se, porém. E, com isso, entalou o amigo, que tinha já, ele também, manifestado essa mesma opinião.
Do entalanço do PR não vem grande mal ao mundo. Esperemos, contudo, que, com a ansiedade e precipitação subsequente, não tenha igualmente entalado o país. Donde, aí sim, já vem mal bem mais grave.
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Narrou-lhes a Paixão de Cristo que foi martirizado para salvar os homens. "E, com a sua morte, salvou-nos a todos?", perguntaram-lhe. Que sim, garantiu o quase-médico. Então, uma manhã, pediram-lhe a bênção. Depois injuriaram-no, chicotearam-no e crucificaram-no.
Na Guiana, uma mãe que tinha o filho doente levou-o a uma igreja. Porque o queria salvar, deixou que o prendessem a uma cruz e o espancassem até à morte num rito a que chamam exorcismo. A notícia não diz como se chamava o infeliz – mas o nome é sempre o mesmo nestas histórias.
O PS quer que os meios 'online' que criou para a próxima campanha eleitoral tenham no eleitorado um efeito próximo daquilo que tiveram as plataformas usadas por Barack Obama, nos EUA, e que o levaram a ser o ocupante da Casa Branca. Amanhã, traz a Lisboa dois responsáveis dessa equipa. (...)
DN 2009.06.29
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Aí vem mais um candidato de plástico e gambiarras... agora na margem oriental do Atlântico.
Com magos e bolos se enganam os tolos...
Onde terá ele ganho a fortuna necessária para um estendal destes? Em tempo de crise!
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Desculpe que o contradiga, caro João Pereira Coutinho, mas as coisas não são bem assim.
First of all - O primeiro-ministro não terá mentido. Os primeiros-ministros não mentem - menos ainda se têm por apelido Sócrates -; quando muito distraem-se lá pelas veredas da verdade inconveniente.
Second of all - Se tivesse mentido, claro que isso teria perturbado muitos cristãos... não fora o caso de estarem muito assoberbados com as críticas ao presidente do Real Madrid por ter pago 94M€ pelo passe de C. Ronaldo e igualmente assoberbados com a preocupação de não criticarem tão acerbamente os 150M€ que o mesmo primeiro-ministro queria pagar para ver Moura Guedes fora do Jornal de sexta-feira (aqui para nós, não sei por que não fizeram a vontade ao homem. Tiravam a jornalista do Jornal de sexta-feira, recebiam os 150 milhões e... punham-na no Jornal de sábado - a menos que ela tivesse exigido mais do que os 150M€ para trabalhar ao fim de semana...).
Third of all - Portugal existe, sim. Por vezes parece que não, mas existe mesmo.
Last of all - É o país das maravilhas. Ah, pois é! Já Vasco Pulido Valente o dizia há muitos anos, na célebre coluna do Expresso, com esse mesmo título.
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No Parlamento, a oposição desconfiou. José Sócrates deixou que as suas palavras fossem contaminadas pela aversão que lhe merece o jornal de sexta-feira da TVI. Manuela Ferreira Leite aproveitou para fazer política e lançar a suspeita. Cavaco Silva por uma vez não foi prudente. E o primeiro-ministro, no fim, para que não restassem dúvidas quanto à sua posição e a do Governo, acabou com o negócio PT-Prisa que alguém quis sabotar com uma milimétrica fuga de informação.
Mais uma vez, a política partidária desceu aos negócios das empresas que o Estado tutela. Especulou. Mentiu. Manipulou. E, no fim, ditou as suas leis sobre um negócio que merecia ser avaliado por si mesmo - e já não vai ser.
João Marcelino
DN 2009.06.27
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"... um negócio que merecia ser avaliado por si mesmo - e já não vai ser"
Já agora, merecia ser avaliado porquê?
A PT, empresa em que o Estado tem palavra determinante, com poder de veto e tudo, como se viu, tinha, a certa altura, meia Comunicação Social em seu poder.
Em nome da transparência democrática, desfez-se do quase monopólio do Estado. Agora, porque convinha a algumas pessoas, com particular realce para o ainda primeiro-ministro, já não havia problemas de transparência democrática, é isso?
Explique lá, ó João Marcelino, essa sua opinião tão esclarecida, que o leva a fazer afirmação tão assertiva? Por favor, para ver se a gente compreende.
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Sob a alegação de que a burka “não é uma questão de religião, mas de servidão”, o presidente da França, Nicolas Sarkozy, abriu guerra ontem contra a vestimenta tradicional muçulmana que cobre o corpo da mulher – só os olhos à mostra.
Em um discurso no qual definiu a burka como indumentária que não bem-vinda, Sarkozy invocou até mesmo princípios tradicionais do seu país, famoso pelo civismo, pela laicidade e pelas máximas da “liberdade, igualdade e fraternidade”.
– A burka vai contra a ideia da república francesa sobre a dignidade da mulher – disse ele.
A declaração de Sarkozy foi feita uma semana depois de o governo francês aceitar a possibilidade de estudar uma lei que proíba o uso da burka no país. Ocorreu durante discurso solene no Palácio de Versailles dirigido ao parlamento do país (as duas Casas) e reavivou uma polêmica ocorrida em 2004 sobre o véu islâmico – na época, em razão desse véu, foi aprovada uma lei que proíbe o uso de qualquer símbolo religioso em locais públicos.
Tal como parece ser o caso agora, a iniciativa promoveu um debate entre os defensores das liberdades individuais e os que consideram que estas podem ser limitadas em nome da laicidade.
Diário Catarinense, Brasil, 2009.06,24
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Sarkozy disse mesmo mais. Que não se trata de questão religiosa, falsamente invocada. Trata-se, isso sim, de uma questão de dignidade da mulher.
Significa isto que Sarkozy, disse, loud & clear, aquilo que uma série de poltrões, alapardados nos vários poderes desta Europa de "Chamberlains" de pacotilha, pensam mas não se atrevem a murmurar, sequer, não vão os árabes zangar-se muito. Credo!
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Arthur Neville Chamberlain (1869-1940) foi 1º ministro de Inglaterra no período que antecedeu a II Grande Guerra Mundial.
Defendia uma política de convivência pacífica com Hitler, tendo, na Conferência de Munique, condescendido com a divisão da Checo-eslováquia e a anexação da Boémia por parte do III Reich.
(a partir da Wikipedia)
Em dia de S. João uma estória de traição
O título é um pouco exagerado, como se diz dos publicitários. Por outro lado, em dia de S. João o tema também corre o risco de ser pouco popular e ainda muito menos santo, mas se as notícias não escolhem hora, os comentários também não podem perder o pé.
Claro que nesta quadra de santos populares o pé deveria fugir-me mais para o bailarico, mas acontece que me fugiu para esta estória de muito pouco amor e solidariedade em tempo de crise.
Para quem não está familiarizado com o assunto, a Administração da Autoeuropa tinha chegado a um pré-acordo com a Comissão de Trabalhadores da empresa para salvaguardar o emprego a 250 funcionários contratados a prazo, o que implicava o corte no pagamento de trabalho extraordinário realizado em seis sábados por ano. Esta medida abrangia os trabalhadores que já tivessem beneficiado de mais de 22 dias anuais pagos sem produção.
Este pré-acordo foi alvo de um referendo interno na Autoeuropa e para enorme surpresa da Administração da Autoeuropa e da Comissão de Trabalhadores, a solução foi rejeitada, ainda que por pequena margem.
Em consequência do falhanço do acordo, os 250 trabalhadores em causa poderão vir a ser dispensados a todo o momento.
Ficamos todos a saber que na Autoeuropa de Setúbal há 1381 trabalhadores para quem a solidariedade é uma palavra vã. 1381 profissionais que não estão dispostos a abdicar de umas migalhas para que 250 dos seus colegas possam ter o pão do-dia a-dia.
A Autoeuropa está onde está graças ao esforço de milhões de portugueses. Se veio para cá e cá continua é porque este Governo, bem como os anteriores, fizeram das tripas coração para a obter e para que cá continuasse, mesmo em tempos de enorme crise no sector como aquela que atravessamos. Quem diz o Governo, diz todos nós, porque se trata dos impostos pagos pelos contribuintes de todo o país, que foram solidários com o problema de desemprego que afligia toda a região de Setúbal nessa época. Quem é que não se lembra das manifestações em que se falava de fome e se empunhavam bandeiras negras?
Pois estes 1381 trabalhadores, que escaparam da miséria e estão melhor na vida graças a isso tudo, que estão fartos de ganhar horas extraordinárias pagas a mais de 200% e já beneficiaram de muitos dias pagos sem trabalharem (ainda que aí a culpa não seja deles) não foram capazes de acertar uma pequena redução no pagamento de algumas das suas horas extraordinárias, que permitisse salvar o emprego a 250 dos seus colegas.
Extraordinária é esta estória de verdadeira "traição", que me choca particularmente em dia de S. João. Um feriado que se segue a uma noite de rusgas populares e festa garantida até às tantas, em que milhares de portuenses e forasteiros dão as mãos e comungam de uma alegria de viver solidária que nem umas marteladas nem o cheiro a alho porro é capaz de estragar.
Já uma estória destas, onde não deve ter faltado a mãozinha da CGTP, deixa muito a desejar.
JN 2009.06.24 (coluna de opinião)
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Sem comentários, por desnecessidade...
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