O pré-acordo entre a comissão de trabalhadores da Autoeuropa e a administração previa que, para assegurarem os empregos, numa fase em que a indústria automóvel atravessa graves dificuldades de mercado, os trabalhadores prescindissem do pagamento do trabalho extraordinário em seis sábados por ano. A contrapartida da empresa era, no imediato, a de que 250 trabalhadores contratados a prazo, com os emoregos em alto risco, não seriam despedidos nos próximos dois anos.
Estando tudo assim, foi a proposta de pré-acordo levada a votação em plenário e, de repente, sem aviso-prévio, alguém ou algo deu a volta a tudo e a proposta foi chumbada.
A empresa oferece trabalho directo a 3.000 pessoas e indirecto a um total de cerca de 8.000.
A primeira consequência pode ser o despedimento imediato dos tais 250 contratados a prazo. E o que mais se verá depois.
Grande vitória sindical!
A radicalização de posições em hora de aperto, em que os trabalhadores não têm onde se segurar com firmeza é, na verdade, uma grande prova de inteligência!
Mas, não sejamos ingénuos. Para que isto tenha acontecido, alguém esteve interessado no desfecho, por algo ter a ganhar com o rompimento. Resta saber quem.
Talvez que a Intersindical esteja em condições de esclarecer. Esperemos que, nos próximos dias, a Central, que é sempre tão lesta a divulgar posições, o faça também em relação a esta tremenda crise.
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