Os portugueses têm de salvar-se de si próprios, para salvarem Portugal

sexta-feira, 29 de agosto de 2008

1763. Outro e último ensaio


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1762. Almada Negreiros - "Fernando Pessoa"

Retrato do Poeta Fernando Pessoa
1954
óleo s/tela
Museu da Cidade, Lisboa
José Sobral de Almada Negreiros
1893-1970
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1761. As tribos do rio Omo - 2










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1760. São ou não são ridículos?

Primeiramente, andaram pelo menos dois anos a engendrar leis abstrusas e insensatas, em alguns casos mesmo verdadeiramente atentatórias de um regime democrático que se caracterize por regras de saúde mental mínima.



Depois, ou seja, a 27 de Agosto, veio o senhor do lado - que se chama José Magalhães e é secretário de estado adjunto do ministro da administração interna - dizer que, se a "lei" vigente não satisfaz, há que enviá-la novamente para o Parlamento, a fim de que se tomem as adequadas providências.




Logo a seguir, isto é, pela hora do almoço do dia 28 de Agosto, surgiu o senhor ao lado retratado - Pedro Silva Pereira de sua graça e ministro da presidência - que, em jeito de quem diz que o senhor de cima, como mero secretáriosito de estado, não sabe o que diz, o que ele, ministro da presidência sabe muito bem, jurar a pés juntos que, como estava, tudo estava bem e... ponto final.





Finalmente, pela noitinha do mesmo dia 28 de Agosto, fez a sua aparição o transfigurado senhor do lado - que dá pelo nome de Rui Pereira e é ministro da administração interna - a modos que como quem diz que ninguém faz uma desfeita daquelas ao seu secretariazinho adjunto, sem que ele não revide, e, portanto, assegurar que há que alterar a lei, de molde a que, quanto aos crimes que envolvam armas, deverá ser prevista a prisão preventiva...


Isto é que é verdadeiramente o que, com toda a propriedade, se pode chamar de governozito multifacetado e capaz de todas as soluções e opiniões, mesmo as mais diametralmente opostas, ou seja, um governozão para todas as eventualidades, pois cobre todas as hipóteses, mesmo as inimagináveis. Que faneca de governo, hein?!?!

* * *

Perante tão animador quadro e tudo o mais que se antecipa que virá a curto prazo, poderia ser aqui elencada uma infinidade de considerações, qual delas a mais lisonjeira para os senhoritos que, por desdita nossa, consta que nos governam. No entanto, para não ofender a inteligência de quem me lê, não o faço, limitando-me a deixar uma pergunta que me parece pertinente e impostergável:

- Então, como vos tenho repetido aqui, são ou não são ridículos?


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Mas, pior do que isso, pior do que ridículos - que até seria caso para diversão e riso às lágrimas - são perigosíssimos. Brincam, manipulam sem pejo a segurança geral do País, dos seus concidadãos. Que é que se pode fazer a gente deste quilate?

* * *


Enquanto isso...

... este senhor desapareceu de circulação, calou-se mais do que rato assustado e ninguém sabe onde o homem pára. Ele, sempre tão arrogante, tão pesporrente, tão suficiente e excessivo até ao tutano, subitamente perdeu a fala e entrou em hibernação em pleno verão, o que até é bom, porque ninguém lhe poderá chamar urso que, como é sabido, só hibernam de inverno. Retiro esse que, diga-se em abono da verdade, só peca por tardio. Mas, que ninguém alimente ilusões. Logo que o temporal amaine um pouco, ei-lo que há-de ressurgir, mais "tão" do que nunca, mais "tão badalão" do que sino de igreja de aldeia em dia de incêndio na floresta.

Enquanto isso...

... esta senhora continua "missed anywhere" há, quando menos, mil e tal horas de angústias várias... ("Mas por que é que me meti nisto, eu que não tenho vida nem o mínimo jeito para estas coisas?").

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Sabem que mais?


Tch... Tch... Tch... Tamos fètos ao bife, compadre e comadre!

E sabem mais do que mais? No próximo despejo para as urnas, continuem a assinalar os quadradinhos que assinalaram da última vez. Vão ver o gozo que isso vos dará óspois...
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quinta-feira, 28 de agosto de 2008

1759. As tribos do rio Omo

O vale inferior do Omo situa-se a 800km de Adis Abeba, capital da Etiópia. Tem uma área de mais de 4000m2. É habitado por várias tribos, como os Karo, Mursi, Hamer, Bume, Konso, OImorate, etc.

Nele podem, ser encontrados restos paleontológicos, com mais de três milhões de anos, de hominí
deos como o australopiteco ou o homo habilis.

Lá nos confins da Etiópia, longe da civilização, durante seis anos, Hans Sylvester fotografou tribos em que homens, mulheres, crianças e velhos são verdadeiros génios de uma arte ancestral.
Eles têm o dom da pintura e os seus corpos de dois metros de altura são imensas e inesgotáveis telas, em permanente renovação.

Fique com alguns assombrosos exemplos dessa arte milenar.


Gentileza de R. Wokam

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( continua )
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terça-feira, 26 de agosto de 2008

1757. Chamar os bois pelos nomes

Tive o prazer de conhecer o actual Juiz Desembargador António Martins, Presidente da Associação Sindical dos Juízes Portugueses, há cerca de 25 anos.

Desde os primeiros contactos, constituiu-se, juntamente com os agora também Desembargadores Sérgio Abrantes Mendes e Cid Geraldo, num dos juízes - sem qualquer tipo de menosprezo pelos restantes - por quem, pela ponderação, firmeza de carácter, capacidade de julgamento e coragem para apontar os bois e dar-lhes nomes, sempre tive e continuo a ter uma enorme consideração, isto independentemente de há já longos anos não manter quaisquer contactos pessoais com dois deles e poucos e muito espaçados com o terceiro.

Pois bem, António Martins acaba de, em entrevista longa a Mário Crespo, no Jornal das 9 da Sic Notícias, pôr o dedo em quase todas as feridas que levaram à presente situação de alarme e justificado temor em que vivemos, com o surto violência criminal armada com que actualmente nos defrontamos.

E digo "quase" apenas porque há, quanto a mim, ainda uma outra, que não apontou nem caracterizou, porque nitidamente saía do âmbito das suas competências, pelo que andou avisadamente não o fazendo.


No mais, actuou como não podia deixar de actuar, escalpelizou tudo o que havia para escalpelizar, não fugindo às questões e esclarecendo algo que de há muito deveria ter sido esclarecido, mas que tem andado escapado do conhecimento do cidadão comum, por camuflagem talvez mesmo criminosa.

Desassombradamente, mas sem quaisquer laivos de sensacionalismo, esclareceu as razões por que se chegou a este estado de coisas - ia a escrever "estado de sítio", que, afinal, é bem do que se trata já - sem se "esquecer" de nomear os verdadeiros responsáveis. E quem são os responsáveis? Os políticos, claro! E porquê? Não, não porque sejam eles quem, em última instância, apanham sempre com as culpas. Não, senhor. Simplesmente porque a eles - e apenas a eles - as responsabilidades são mesmo atribuíveis.

Levianamente e com arrogância e pesporrência de que apenas os irresponsáveis e ignorantes são capazes, fecham-se nos seus casulos e, sem consultarem ninguém, estupidamente convictos da suficiência balofa de que estão prenhes até à raiz da... proeminente cabeça, bolsam e defecam leis e mais leis abstrusas, imbecis, mentalmente incapazes, impróprias de uma qualquer sociedade que se preze de civilizada que, ao fim de todos estes anos de anomalia psíquica, a outro fim não poderiam conduzir do que a este em que triste e ameaçadamente fomos trazidos.

Ao dr. António Martins, é, por isso, pela lucidez da análise, mas, principalmente pela coragem demonstrada, devida esta palavra de reconhecimento, de compreensão e de apoio incondicional. E como a ele, a todos os restantes profissionais do foro e aos polícias que, no dia a dia e a despeito das tremendíssimas dificuldades com que se debatem e do labéu a que injustamente estão submetidos, lutam e sofrem para que a Justiça em Portugal não faleça por completo... e de morte macaca. Como tantos parecem querer que aconteça...
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1756. É já muito preocupante !!!

A sociedade portuguesa, que sempre foi pacífica e onde se podia circular à vontade e despreocupadamente, fosse por onde fosse e a que horas fosse, de repente, de há uns meses para cá, tornou-se extremamente violenta, não deixando ninguém em sossego.

Todos os dias - e mais do que uma vez por dia - surgem relatos sucessivos, com poucas horas de intervalo, de assaltos a bancos, a ouriversarias, a supermercados, a estações de serviço nas auto-estradas, a simples lojas de bairro, a tudo, enfim, o que possa conter umas notas de euro, por vezes, simples moedas.

E o pior é que, em vários desses assaltos, tem havido reféns, feridos e até mortos.

Para nós, portugueses, é um choque terrível.

Nunca tivemos nada disto e estávamos longe de pensar que, de um momento para o outro, tudo cá chegasse em ritmo alucinante.


Hoje, aqui em Setúbal, foi assaltada uma estação de correios. Cerca das 10,30 horas. Foi a 4ª-vez-4ª neste mês de Agosto!!!

Ficámos, então, a saber que existe uma outra estação dos CTT próxima, que, também este mês já foi assaltada por 3 vezes.


Hoje também, hora e meia após aquele assalto, mais outro se verificou, igualmente à mão armada, numa estação de serviço da via rápida da Caparica, a cerca de 30km de Setúbal, por auto-estrada.

Vai a ver-se e, em todos os casos, os assaltantes, aos pares, são os mesmos e,quando não os mesmos, "irmãos" ou "primos". E todos na casa dos 20 a 25 anos.

Não é possível contemporizar com tais atitudes, com tal clima de terror. Há que tomar-se medidas enérgicas, sem desfalecimento. Doa a quem doer. A nossa sociedade não pode ficar à mercê desta alucinação, a que não estamos habituados.

Quem é que pode, de um momento para o outro, passar a circular na rua ou seja lá onde for, sempre a olhar por cima do ombro, para ver se não está a ser seguido com intenções malévolas, ou a rezar aos seus santinhos, para que o guardem?

Nós, portugueses, espalhámo-nos aos milhões por todo o planeta - e por lá continuamos - e nunca demos lugar a notícias destas, jamais constituímos ameaça fosse para quem fosse. Pelo contrário, fomos sempre reconhecidos como sociedade pacífica e trabalhadora, que contribui para o progresso e bem-estar dos países que nos acolhem e suas gentes.

E há que atender também à circunstância de, por dois ou três milhares de marginais da pesada, toda uma comunidade de muitíssimas dezenas de milhar começar a ficar mal afamada e olhada de soslaio, por gente que os acolheu de boa fé, mas que vive agora com justificado temor.

O Governo tem que tomar providências adequadas e urgentíssimas, tanto de carácter interno, como a nível de relações exteriores.

Isto, antes de que nos vejamos forçados àquilo que nunca quisémos ser
- nem precisámos de ser -, ou seja, compulsivos compradores e detentores de armas para nos defendermos e integrantes de milícias para defesa da própria vida e do sossego da nossa comunidade, que sempre foi pacífica.

Ora esta!


Actualização (18,02horas)

Até ao presente momento, afinal, e resumindo, são cinco os assaltos à mºao armada, hoje, a saber:

1. estação postal de Montebelo, Setúbal, pelas 10,30h
2. estação de serviço na via rápida da Caparica, pelas 12,00horas, a cerca de 30km de Setúbal
3. estação de serviço do Fogueteiro, ignoro a que horas, a cerca de 12km da anterior
4. agência de um banco, em Sintra, a cerca de 35km da anterior.
5. uma outra agência bancária, ignoro onde

Em todas houve uso de armas de fogo e as pessoas eram da mesma proveniência, denotando uma certa concertação de bando.


Actualização (07,36h, de 27 Agosto)

Foi um dia tremendo. As agências bancárias ontem assaltadas não foram duas, mas três.

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1755. José Malhoa - "Laura Sauvinet"

Laura Sauvinet
retrato
óleo s/tela
1888
José Malhoa
1855-1933
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segunda-feira, 25 de agosto de 2008

1754. A verdadeira "cidade" vermelha

Nos nunca por demais glorificados tempos áureos do PREC (processo revolucionário em curso), dos felizmente "idos" de 1975, em que houve uma forte e muito agressiva tentativa no sentido de fazer de Portugal uma mera imitação de Cuba no extremo da Europa Ocidental, tornando-o satélite da União Soviética, entrou em uso as pessoas denominarem Setúbal, a bela terra de Manuel Maria Barbosa du Bocage, de "cidade vermelha", por se entender que aqui havia mais comunistas por m2 do que no próprio Kremlin.

Chegado de África a esta terra - que apenas conhecia de ter cá passado um dia por altura dos meus 15 anos - em Setembro de 1977, tive o gratíssimo prazer de, em 15 de Dezembro de 1979, encabeçar uma lista de candidatura aos órgãos sociais da Santa Casa da Misericórdia, que se saldou pela primeira derrota eleitoral do Partido Comunista Português na região, em 5 anos. Essa é glória que ninguém ma tira...

Nunca mais ti
veram a oportunidade de lá meterem os pés e tudo arrasarem.

Foi então que
começou a tornar-se claro para as pessoas - as que não conheciam a cidade - que, afinal, Setúbal não era assim tão vermelha como se dizia. De então para cá as coisas formam-se normalizando, claro.

* * *

A propósito de localidades vermelhas, descobri, finalmente descobri, a verdadeira "aldeia vermelha".

Fica situada no departamento de Corrèze, região de Limousin, com capital na célebre Limoges, no centro, ligeiramente desviado no sentido oeste, de França.

Trata-se de uma aldeia vinda dos tempos medievais, chama-se
Collonges (la rouge) e é belíssima, como se pode ver pelas fotos juntas. Trata-se de uma zona de excelentes paisagens e de turismo de habitação de alta qualidade. Se passar lá perto, não se esqueça de dar um salto. Vale a pena!



















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