Os portugueses têm de salvar-se de si próprios, para salvarem Portugal

quinta-feira, 30 de abril de 2009

2150. Definições

Mágoa

profunda
era estarmos,
no primeiro semestre de 1974,
praticamente na cauda da Europa,
tendo atrás de nós apenas os mais do que pobres países de Leste,
sob o domínio soviético.


Tragédia

sem nome
é estarmos,
no primeiro semestre de 2009,
ainda mais na cauda da Europa,
depois de ultrapassados por uma série de paises de Leste,
agora já não sob o domínio soviético.

...

2149. De vergonha em vergonha até à vergonha final?

Aumenta 55 vezes o limite

Financiamento: Partidos podem receber mais de um milhão de euros em dinheiro vivo

A nova lei do financiamento dos partidos políticos, das campanhas eleitorais e dos grupos parlamentares, ontem aprovada na especialidade em tempo recorde, sobe em mais de um milhão de euros — de 22.500 para 1.257.660 euros — o limite das entradas em dinheiro vivo nos partidos.

Um aumento de mais de 55 vezes em relação ao tecto actual e que se aplica às quotas e contribuições dos militantes e ao produto das actividades de angariação de fundos.

É uma das maiores alterações à lei dos financiamentos políticos e que não constava do projecto de lei conjunto do PS e do PSD, aprovado na generalidade a 13 de Dezembro. Quatro meses e meio depois, a discussão na especialidade foi toda feita ontem de manhã, em grupo de trabalho à porta fechada, onde também se realizou a votação indiciária, depois repetida em menos de 20 minutos na comissão a pedido do deputado do MPT, Quartin Graça, eleito nas listas do PSD. O texto final foi aprovado, na esmagadora maioria dos artigos, por unanimidade, o que prenuncia o consenso que hoje deve ser conseguido no plenário em votação final global.

Aquela alteração foi introduzida como aproximação à proposta do PCP, que pretendia alcançar 1,8 milhões de euros como tecto para a entrada de dinheiro vivo nos partidos e assim cobrir as quotas dos militantes sem conta bancária e grande parte das receitas obtidas na Festa do Avante!. Mas não é uma cedência absoluta: o próprio Governo já tinha deixado perceber a intenção de permitir a entrada de dinheiro vivo nos partidos ao introduzir, na lei do Orçamento do Estado, uma alínea que lhe abria a porta. Essa norma acabou por não passar na altura, por recusa da bancada socialista, que agora deu o seu aval às pretensões comunistas.

(…)

Público 30.04.2009

* * *

No caso do Partido Social Democrata de Manuela Ferreira Leite e amigos, a coisa assume foros de verdadeiro escândalo. Se não, continuemos a ver:


* * *

O Pensamento do Dia


Há minutos, na curta viagem que quotidianamente me traz de casa ao meu gabinete de trabalho, ouvi o noticiário da TSF.

A notícia de abertura era, naturalmente, sobre a pandemia de gripe que está a assustar o mundo. Logo de seguida foi abordado o alargado acordo parlamentar, conseguido por iniciativa do PSD e do PS, que vai permitir, já a partir deste ano, que os partidos políticos possam receber cerca de 1 milhão de euros em dinheiro vivo. O mesmo acordo alarga ainda, de forma generosa, os plafonds do que os mesmos poderão passar a receber através da rubrica donativos.

Não conheço os contornos desta nova regulamentação e por isso não a posso nem devo, por agora, comentar. Contudo, esta iniciativa trouxe-me à memória um episódio que, há cerca de uma ano, alimentou notícias em jornais, abriu telejornais, suscitou fóruns de debate, durante meia dúzia de dias (uma eternidade nos tempos que correm).

O então líder do PSD, eu próprio, tinha feito aprovar uma norma que passava a permitir que os militantes que o desejassem pudessem também pagar as suas quotas anuais (12 euros!) em dinheiro vivo. Medida de senso comum, cumpridora dos direitos e até das leis do Estado de Direito, facilitava a vida a militantes mais humildes, nomeadamente em regiões rurais, que ainda não usam cheques, transferências bancárias ou cartão de crédito.

Caiu o Carmo e a Trindade. Muitos dos actuais dirigentes, dinamizaram uma mega manifestação de 12 ex-secretários gerais (penso que alguns deles, dadas as vicissitudes da vida pública do último ano, já não teriam neste momento grande autoridade moral para evocar mais transparência na vida pública) contra o que era um incrível atentado à transparência da vida democrática de um grande partido.

Ou seja, o pagamento de doze míseros euros anuais indignou meio mundo, este bónus de um milhão é aceitável.

Enfim, mais uma peça para história do que foi uma interessante campanha de combate pela conquista de poder por parte do grupo “coeso, coerente e competente” que hoje lidera o PSD.

Sem azedume, mas com memória, é este o meu pensamento do dia.

30 de Abril de 2009 - Luís Filipe Menezes

* * *

Mas já que aqui chegámos, vejamos mais:

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Menezes acusado de preparar “golpe de Estado” no PSD por causa da alteração dos regulamentos internos

Golpe de Estado no PSD, ameaça à democracia interna, regresso de velhas práticas de manipulação. Estas são algumas das acusações à direcção de Luís Filipe Menezes por causa das propostas de alteração de regulamentos internos (pagamento de quotas incluído), cuja votação foi agendada para o Conselho Nacional marcado para amanhã, na Maia.

Ontem, dez ex-secretários-gerais do PSD eleitos em congresso subscreveram uma carta enviada a Ângelo Correia, que preside ao Conselho Nacional, pedindo a sua intervenção directa para que seja fixado um prazo interno para debate das propostas, antes de se levarem à votação. “O PSD rege-se hoje por um conjunto de regras marcadas pela preocupação de garantir clareza e transparência na sua vida interna. E causa genuína e profunda perplexidade que, nos documentos agora propostos, se possam encontrar soluções que interrompem essa orientação e que, por vezes, representam mesmo o regresso a soluções que a prática demonstrou serem de todo inadequadas”, alertam. Assinam Amândio de Azevedo, António Capucho, Manuel Dias Loureiro, Falcão e Cunha, Rui Rio, Carlos Horta e Costa, Miguel Relvas, Miguel Macedo, Azevedo Soares e José Luís Arnaut. Todos manifestam ainda perplexidade quanto às razões que levam Menezes a propor, de “modo apressado”, alterações que contendem profundamente com as regras de funcionamento do partido, “impedindo as estruturas e os militantes de participarem na discussão”.

Só ontem os militantes tiveram acesso ao conteúdo dos documentos, colocados no site oficial do partido. Apresentado como “um processo de profunda reestruturação organizativa, administrativa, financeira e patrimonial” pelo secretário-geral, Ribau Esteves, as propostas contemplam profundas alterações desde o regulamento de quotas, à admissão e transferência de militantes, ao regulamento eleitoral.

Inconformado, Castro Almeida (que encabeçou uma lista ao Conselho Nacional no Congresso de Torres Vedras tendo eleito 17 dos 55 membros efectivos), avançou com uma petição para impedir que as propostas sejam votadas, exigindo ainda a fixação de um prazo - de 30 dias no mínimo - para debate prévio. “Se a direcção do partido forçar a votação nestas condições, seria um golpe de Estado no PSD”, declarou Castro Almeida ao PÚBLICO. Reconhecendo “legitimidade” à actual direcção para proceder a alterações, Castro Almeida pede “um mínimo de transparência e de democracia interna” no processo.

Violento no ataque à forma como a direcção de Menezes pretende alterar os regulamentos, Pacheco Pereira vai também ao conteúdo. “É legítimo suspeitar que [as alterações] possam levar à destruição do que ainda sobrava das propostas de moralização e rigor na vida interna que datam do secretário-geral Rui Rio e Marcelo como presidente do PSD”, escreveu no seu blogue. Considerando estar em causa “a democracia interna do PSD”, Pacheco Pereira ajuíza que “o regresso das velhas práticas de manipulação” podem estar em marcha. Contra a votação está também o grupo de reflexão que tem em Paula Teixeira da Cruz um dos rostos principais. O grupo reuniu-se anteontem, pela primeira vez, em Lisboa, e junta-se aos que reclamam um mês de debate interno.

(...)
Público 07.03.2008

* * *

O País está mesmo necessitado de uma vassourada bem dada em certos senhores, não está?

Pois... Só peca por tardar.

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2148. Freeport - As pressões foram a Belém

Caso Freeport: Sindicato do Ministério Público esteve ontem com Cavaco
Procurador investiga pressões em Haia

Cavaco Silva ouviu ontem atentamente a história das pressões feitas aos dois investigadores do caso Freeport pelo procurador Lopes da Mota, presidente do Eurojust. João Palma, presidente do Sindicato dos Magistrados do Ministério Público, contou em pormenor todas as conversas que os procuradores Vítor Magalhães e Paes Faria tiveram com Lopes da Mota, os recados que José Sócrates terá dado a Alberto Costa, ministro da Justiça, e que foram transmitidos pelo presidente do Eurojust aos dois procuradores, as sugestões para arquivar o processo, as ameaças de que as suas carreiras estariam em risco caso não o fizessem e mesmo alguns episódios anteriores em que se levantaram suspeitas de escutas e perseguições.

CM 2009.04.30

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quarta-feira, 29 de abril de 2009

2147. Bartolomeu Ordoñez - S. João Baptista

São João Baptista
1519-20
Mármore
Alta Renascença
Capela Real, Catedral, Granada, Espanha
Bartolomeu Ordoñez
1490-1520

click, para ampliar

Notas


A Alta Renascença cronologicamente engloba os anos finais do Quattrocento (1400, séc.XV) e as primeiras décadas do Cinquecento (1500, séc. XVI).

João Baptista ou João, o Baptista, viveu na Judeia entre 2aC e 26 dC. Foi um pregador judeu.

Segundo o Evangelho de São Lucas, era filho de uma prima da mãe de Jesus Cristo. Foi profeta. Baptizou muitos judeus, incluindo Jesus, no Jordão, e introduziu o baptismo de gentios nos rituais de conversão judaicos, que mais tarde foram adoptados pelo cristianismo. e o precursor do Messias

João nasceu numa pequena aldeia chamada Aim Karim, a seis quilómetros de Jerusalém.

Foi preso em Pereia, a mando do Herodes Antipas em 25 dC, acusado de liderar uma revolução. Levado para a fortaleza de Macaeros, foi mantido por dez meses até à morte, por decapitação.
(a partir da Wikipédia)
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2146. Freeport - Reuniões em hotel secreto

Diligência: Encontros acontecem em sala alugada de um hotel da capital

Maratona de reuniões em hotel secreto

A maratona de reuniões com o procurador Vítor Magalhães e Maria Alice, responsável da PJ de Setúbal, continuou ontem em Londres. A comitiva vai ficar na capital inglesa até ao fim da semana.

O local escolhido para o encontro com as autoridades inglesas foi um hotel no centro da capital inglesa, mas a localização foi mantida em segredo. O pacto de silêncio foi cumprido, conforme determinara Pinto Monteiro.

Na semana passada, José Sócrates tinha subido o tom das críticas à investigação e atirara directamente à Polícia Judiciária, admitindo que o início das investigações tinha motivações políticas.

No Serious Office Fraud, onde se encontram os polícias que tutelam a investigação em Londres às suspeitas de corrupção no âmbito do licenciamento do outlet de Alcochete, o silêncio também era absoluto. Jina Roe, responsável pela comunicação do gabinete que investiga o crime económico em Inglaterra, garantiu ao CM que não seriam feitos comentários ao encontro entre as autoridades dos dois países. E recusou igualmente fornecer qualquer elemento sobre o local do mesmo.

Também no gabinete da Interpol, a funcionar num andar de um departamento governamental inglês, não havia sinais da comitiva portuguesa.

A decisão de secretismo chegou ainda a estender-se à data da viagem para Londres. No entanto, uma fuga de informação acabou por levar os magistrados a cancelar a viagem na semana passada e, anteontem, após mais uma notícia, a PGR viu-se obrigada a confirmar a partida.

Esta diligência é vista com grande expectativa pelas autoridades. A comitiva espera conseguir levar para Portugal a documentação relativa ao fluxo bancário das alegadas comissões, o que poderá permitir consolidar a prova em termos de investigação.

DEPARTAMENTOS EM ZONAS NOBRES

O Serious Fraud Office é um departamento que investiga o crime económico e suspeitas de corrupção. Está situado numa zona de escritórios, em Londres.

No lado oposto da cidade situa--se a delegação do Eurojust (em cima), cuja sede está em Haia – capital da Holanda – e serve para agilizar a colaboração na área da justiça entre os países europeus. Lopes da Mota, o magistrada acusado de pressões é o representante português na Eurojust.

PORMENORES

APENAS UM MAGISTRADO

Só um dos dois procuradores da investigação do caso Freeport, Vítor Magalhães, está em Londres, juntamente com elementos da PJ. Paes Faria ficou em Lisboa.

EXPECTATIVA

A comitiva portuguesa espera também descobrir se Charles Smith disse a verdade às autoridades ingleses e se pagou mesmo subornos para conseguir o licenciamento do outlet de Alcochete. Na posse da documentação, as autoridades poderão proceder a novos interrogatórios.

PINTO MONTEIRO PEDIU SEGREDO

Pinto Monteiro, procurador-geral da República, pediu ao magistrado que se deslocou a Londres a reserva relativamente ao local onde os encontros com os ingleses iriam decorrer.

Para evitar fugas de informação, e ao contrário do que é habitual, as reuniões com as autoridades inglesas não decorreram em nenhum departamento da polícia, mas sim numa sala de um hotel, previamente alugada, situado no centro da capital inglesa.

CAVACO RECONHECE PRESSÕES

João Palma, presidente do Sindicato de Magistrados do Ministério Público, reúne-se hoje, pelas 11h30, com Cavaco Silva, no Palácio de Belém, a quem dará conta das pressões alegadamente sofridas pelos magistrados no âmbito do caso Freeport.

A reunião com o Presidente da República fora pedida pelo próprio João Palma, depois de ter tornado público que os magistrados que investigam o processo Freeport estavam a ser pressionados. Cavaco Silva deverá agora conhecer os contornos exactos do caso que já motivou um inquérito na Procuradoria-Geral da República. É também público que o alegado autor das pressões terá sido Lopes da Mota, actualmente no Eurojust em Haia, depois de Paes Faria e Vítor Magalhães terem entendido que aquele invocara o nome do ministro da Justiça para os "sensibilizar" para o arquivamento da investigação relativamente ao primeiro-ministro.

Lopes da Mota veio entretanto negá-lo, mas nem uma reunião promovida pelo procurador-geral da República e que sentou à mesma mesa os três protagonistas permitiu chegar a um consenso. Mantêm-se as versões contraditórias.

A delegação do Sindicato de Magistrados do Ministério Público terá agora oportunidade de dar conta a Cavaco Silva aquilo que lhes foi relatado por Paes Faria e Vítor Magalhães.

NOTAS

PEDIDO: CARTA ROGATÓRIA

Muitas das informações que as autoridades lusas recolheram agora em Londres haviam sido pedidas em carta rogatória. Não houve, então, resposta britânica.

FINANÇAS: PERITO EM LONDRES

Um perito das Finanças, que trabalha com o MP desde o caso Furacão, está em Londres há mais de uma semana para analisar os fluxos bancários de alegadas comissões no caso Freeport.

RAPIDEZ: ATÉ AO FINAL DO ANO

Cândida Almeida já afirmou que espera que o processo esteja concluído até ao final do ano. Pinto Monteiro, procurador-geral da República, considera difícil que a meta venha a ser atingida.

CM 2009.04.29

terça-feira, 28 de abril de 2009

2145. Tourada à corda

Ora vamos lá a testar a coragem da rapaziada da Ilha Terceira,
ali para os Açores



Tourada à corda é um divertimento tauromáquico tradicional nos Açores, com particular expressão na ilha Terceira, acreditando-se ser a mais antiga tradição de folguedo popular do arquipélago.

A modalidade tauromáquica é específica dos Açores e caracteriza-se pela corrida de 4 touros adultos da raça brava da ilha Terceira ao longo de um arraial montado numa rua ou estrada, num percurso máximo que regra geral é de 500 m.

O animal é controlado por uma corda atada ao pescoço e segura por 6 homens (os pastores) que conduzem a lide e impedem a saída do touro para além da área estipulada.

Após a lide, os animais são devolvidos às pastagens sendo repetidamente utilizados, embora com um período de descanso mínimo de 8 dias.

O primeiro registo conhecido da realização de uma tourada à corda data de 1622, ano em que a Câmara de Angra organizou um daqueles eventos, enquadrado nas celebrações da canonização de São Francisco Xavier e de Santo Inácio de Loyola.

Contudo, presume-se que as corridas de touros à corda nos folguedos populares já ocorressem há muito, o que justifica a inclusão daquele evento numa festividade oficial.

A realização destas corridas foi adquirindo ao longo dos tempos um conjunto de características, fixadas por normas e regras de cariz popular que hoje se encontram legalmente codificadas.

Aquelas normas estabelecem os procedimentos de saúde e bem-estar animal a seguir em relação aos touros, os sinais correspondentes aos limites do arraial (riscos no chão), os sinais a utilizar na largada e recolha do touro (foguetes), as regras a seguir na armação dos palanques e na protecção dos espectadores e ainda a actuação dos capinhas (toureiros improvisados que executam sortes recorrendo a um guarda-sol, uma varinha, um bordão enconteirado ou uma samarra).
Wikipédia


Nota -

Este é o único tipo de tourada que aceito e de que gosto.

Gentileza de Luísa Castanheira

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2144. Marriô Suarrês, encore une fois!...

A descolonização foi óptima, foi feita num tempo recorde que admirou muitos países que fizeram descolonizações, como os franceses
Mário Soares, nas Jornadas de Ciência Política do ISCSP

* * *

Podem os franceses s'étonner à vontade que daí, ao contrário do que sucedeu com a descolonização, não virá grande mal ao mundo. E até se compreende que o façam, já que não foram eles a sofrer na carne e nos ossos os efeitos da óptima façanha deste senhor e seus compagnons de route levaram a cabo.

Por outro lado lado, é fenómeno bastamente conhecido que, nesta altura da vida, a língua se desata e não há força, sequer divina, que trave a verborreia desconexa e inconsequente que assalta o utente.

De modo que... sejamos compassivos.
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2143. Mário, o político que falta à Europa

É aí que estamos. Com a União Europeia desprovida de líderes e a reagir muito pouco e mal, na esperança de que tudo fique na mesma. Impossível! A crise global está instalada, entre nós, e para ficar, por algum tempo mais. Que fazer?
Mário Soares, "Diário de Notícias", 28-04-2009

* * *

Uma reflexão:
Desde que te aposentaste, meu caro, a Europa não mais foi a mesma... Falta-lhe o guru.

Uma aflição:
Que fazer?! Agora é que ficámos à rasquinha! Isso era o que estávamos à espera que nos dissesses, já que tu é que sabes, camarada...
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2142. Na "mouche"!

Não é o Ministério Público que produz códigos complexos pouco transparentes
que geram processos intermináveis.

Alberto Pinto Nogueira
Procurador Distrital do Porto

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2141. P'ra compensar a tristeza abaixo...

A família estava a almoçar.

Irrequietos, os putos resolveram desfrutar o avô e deitaram-lhe Viagra no café.

Passados minutos, ele levanta-se e anuncia que precisa de ir ao WC.

Quando regressa tem as calças ensopadas...

- Que é que aconteceu, avô?

- Sei lá!... Precisei de fazer xixi, tirei a pila, vi que não era a minha e voltei a guardá-la...

Gentileza de A. Umbelina
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2140. "Pós & Tontas"

Poucas circunstâncias há tão tristes e embaraçosas como constatar-se que alguém que, por motivos honrosos ou não, algum dia alcançou notoriedade, se vicia de tal modo com a luz da ribalta que fica incapaz de se retirar a tempo de evitar cometer mais tolices.
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segunda-feira, 27 de abril de 2009

2139. Freeport - Investigadores em Londres

Caso Freeport: 'Offshores' levam investigação a Londres

Uma pequena comitiva de investigadores portugueses partiu ontem para Inglaterra para a sede do Serious Fraud Office. Procuradores e polícias vão analisar o material recolhido pela investigação dos agentes ingleses. As transferências de dinheiro entre Londres e Lisboa e a circulação de capitais por 'offshores' são as principais prioridades.

A eventual circulação de dinheiro por paraísos fiscais que terão sido utilizados para pagamento de subornos no caso Freeport é a principal razão da viagem de um pequeno grupo de investigadores que partiu, ontem, para Inglaterra. A comitiva, ao que o DN apurou, é liderada pelo procurador Vítor Magalhães, o titular do inquérito, e conta com mais três elementos da Polícia Judiciária de Setúbal, Maria Alice Fernandes, Carla Gomes e Acúrsio Peixoto.

De acordo com uma fonte próxima da investigação ao Freeport, a deslocação de elementos da investigação portuguesa a Inglaterra pretende, além das questões meramente operacionais, estreitar a colaboração com os ingleses. Será a primeira vez que o procurador Vítor Magalhães estará à mesma mesa com os polícias ingleses. No final do ano passado, houve uma reunião na sede do Eurojust, organismo europeu que trata da cooperação judiciária, mas a comitiva portuguesa apenas integrou dirigentes da PJ e do MP. Ninguém dos polícias ou procuradores que estão "no terreno" participou.

Os investigadores vão ainda tomar conhecimento dos elementos recolhidos pelos ingleses, pedidos em 2005, pela PJ de Setúbal. Tal como consta da Carta Rogatória enviada em Janeiro deste ano de Inglaterra, ainda existiam várias situações pendentes, como a identificação das contas e agências bancárias utilizadas pela empresa Freeport em Inglaterra. Os portugueses tinham ainda pedido o registo de movimentos bancários "que possam indiciar corrupção".

A análise destes dados poderá ser um passo importante na investigação. Isto é, os elementos detidos pelos ingleses tanto podem reforçar eventuais suspeitas de que, de facto, houve corrupção, ou, por outro lado, não indiciarem nenhum movimento bancário suspeito. O caso tem apenas dois arguidos: Charles Smith e Manuel Pedro.

DN 2009.04.27

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2138. A caminho do "treta"

Ontem, no decurso do FCP-Vitória de Setúbal, surpreendi-me a cogitar acerca daquele hábito de alguns árbitros apitarem a tudo o que mexe entre os 80 e os 40 metros da baliza de um dos contendores, pelo que não é já necessário apitar a 20 ou a 25, menos ainda a distâncias menores, com o que fica toda a gente muito mais em sossego.


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Bruno Gama e Leandro Lima, ambos emprestados pelo Futebol Clube do Porto ao Vitória de Setúbal, estavam a ser os melhores jogadores do Vitória, no jogo de ontem, em que o FCP recebia o clube setubalense e se debatia com sérias dificuldades para marcar.


Para espanto geral, foram ambos, de uma assentada, substituídos aos 57 minutos, ou seja, 13 minutos após o intervalo e a 33 do final, quando o jogo continuava empatado a zero, para desespero do Drago das Antas.


Ponto final na ansiedade.


Três minutos depois, aos 61, Lisandro marcou.

Seis minutos depois, aos 67, marcou de novo.


E foi assim a história do jogo.


O FCP vai ser campeão.


Claro, merecidamente.

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domingo, 26 de abril de 2009

2137. Fónix, ó Aníbal!

25 de Abril: Chefe de Estado deixa alertas ao governo e aos partidos

Cavaco pede soluções ao Bloco Central

O próximo governo poderá não ser de maioria absoluta. O cenário foi ontem reconhecido, implicitamente, pelo Presidente da República, que deixou um apelo: "As forças políticas devem ter presente que sobre elas recai a grande responsabilidade de encontrar soluções de governo, e que essa responsabilidade é particularmente acentuada nos tempos difíceis que o País atravessa."


No discurso na sessão solene comemorativa do 25 de Abril, no Parlamento, Cavaco Silva aconselhou "consensos entre os partidos estruturantes da nossa Democracia [Bloco Central]" em torno de temas como o emprego, a segurança e o combate à corrupção. E frisou: "Os portugueses estão cansados de querelas político-partidárias que nada resolvem."

A abstenção foi um dos temas abordados pelo Chefe de Estado, que alertou para o problema de "legitimação democrática que a nossa República pode enfrentar". Por isso, deixou também um apelo aos portugueses: "Participem activamente nas três eleições que irão realizar-se este ano."


Mas somaram-se os recados ao Governo e aos partidos: "Este não é, seguramente, o tempo das propostas ilusórias. Este não é o tempo de promessas fáceis, que depois se deixarão por cumprir. A crise cria a obrigação acrescida de prometer apenas aquilo que se pode fazer, com os recursos que temos."


O Presidente pediu ainda aos partidos contenção nos gastos com as campanhas. "Que haja sobriedade nas despesas, que não se gaste o dinheiro dos contribuintes em acções de propaganda demasiado dispendiosas." Preocupado com a crise económica, Cavaco Silva frisou que esta poderá não ser passageira, e que "não pode ser iludida".

PRESIDENTE DISSE

"É importante que o debate se concentre na resolução dos grandes problemas do País (...) sem se perder tempo nem energia em recriminações sobre o passado." "Quem critica deve participar. É cómodo ficar de fora e culpabilizar os agentes políticos ou os agentes económicos."

"NÃO PODEMOS PERDER A ESPERANÇA NO FUTURO"

O 25 de Abril ontem, hoje a amanhã. A promessa foi deixada pelos milhares de portugueses que ontem desceram a Av. da Liberdade em direcção ao Rossio. O tradicional desfile comemorativo da Revolução ficou este ano marcado pelo descontentamento face à crise económica e associado a um sentimento de descrença política. Um cenário descrito pelo próprio Presidente da República no seu discurso. "Haverá com certeza muitos portugueses que se interrogam sobre se foi este o País com que sonhámos em Abril de 1974."

O Presidente Cavaco Silva encerrou o seu discurso com uma mensagem de esperança: "A pior forma de lidar com o presente seria perder a esperança no futuro (...). Acredito que, se todos nos mobilizarmos, se forem tomadas as decisões certas, a crise será vencida. Então, seremos dignos daqueles que, há mais de três décadas, tiveram a coragem de se levantar porque acreditaram num País novo e num futuro melhor."

SÓCRATES E ALEGRE ELOGIAM CAVACO

"Não podia estar mais de acordo com o discurso do Presidente." Foi com estas palavras que José Sócrates reagiu ao discurso de Cavaco Silva, num dia em que voltou a pedir a maioria absoluta para o PS nas Legislativas. Manuel Alegre, que recebeu o primeiro-ministro no Parlamento, considerou que Cavaco Silva "fez um bom exercício democrático".

REACÇÕES

"SINAL DA NOSSA RESPONSABILIDADE COLECTIVA" (Ferreirea Leite, PSD)

Aquilo que se espera do Presidente é exactamente aquilo que ele disse: um sinal da nossa responsabilidade colectiva, que pertence também à sociedade civil.

"UM ESTENDER DE MÃO À IDEIA DO BLOCO CENTRAL" (Jerónimo de Sousa, PCP)


Aquilo que se impunha era de facto uma ruptura com esta política, e essa palavra não ficou. Houve um certo estender de mão à retoma da ideia do Bloco Central.

"DESTACOU IMPORTÂNCIA DA SEGURANÇA" (Paulo Portas, CDS-PP)

Disse coisas acertadas. Enunciou os temas importantes para discutir nas próximas campanhas e pôs à cabeça o emprego e imediatamente a seguir a segurança.

"RECONHECE A PROFUNDIDADE DA CRISE" (Francisco Louçã, BE)

O discurso tem dois aspectos importantes: apelo à participação – e dou-lhe inteira razão, a abstenção é favorecer que outros decidam por nós – e reconhece a profundidade da crise.

NOTAS

ACUSAÇÃO: PAULO RANGEL

O líder parlamentar do PSD acusou o Governo de "roubar a liberdade de escolha às gerações futuras" com o programa das "grandes obras públicas".

ALERTA: JAIME GAMA

O presidente da AR advertiu ontem para o facto de a estabilidade no relacionamento institucional ser um "imperativo de Estado" na actual conjuntura de crise.

CRÍTICA: MARQUES JÚNIOR


O capitão de Abril e deputado do PS sublinhou que "ainda hoje, incompreensivelmente, há militares [de Abril] a aguardarem a reconstituição das suas carreiras".

CM 2099.04.26

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Centrão?! Tu quoque, pater conscriptus? Alembras-te de '85? Não tiveste que arrebentar-les c'os tímbales?

Bloco Central?! Fónix, ó Aníbal! A gente sabe que te convém c'um'ó quilé, mas... tem lá maneiras, caraças!

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sábado, 25 de abril de 2009

2136. A propósito do 25 de Abril...


E o povo, pá?!




Ora aqui está um serviço público da maior relevância!



Dá-les no tótíço, pá!




2135. Hipocrisia, estupidez?





Polémica

Bandeira ao contrário pode ofender símbolo

EVA CABRAL

Osvaldo de Castro, deputado do PS, considera que o anúncio da SIC-Radical ao programa 'Esplendor de Portugal' pode levar o Ministério Público a actuar. Autor assume haver provocação, mas recusa falta de respeito.



O anúncio de promoção do programa da SIC-Radical 'Esplendor de Portugal' onde se vê uma bandeira nacional invertida está a provocar polémica, com Osvaldo de Castro, presidente da Comissão parlamentar de Direitos , Liberdades e Garantias a referir ao DN "que o Ministério Público pode vir a ter de actuar".

O deputado socialista lembra que a bandeira é um símbolo nacional com tutela penal, considerando que "se é legítimo utilizar a frase "Um país de pernas para o ar" não se deveria ilustrar a mesma com uma bandeira nacional invertida, como se vê no anúncio a uma série de nove documentários sobre o que significa ser português hoje, e que vai estrear no dia 13 de Maio.

Refira-se que o próprio site da Presidência da República lembra que "a bandeira nacional é símbolo da soberania da República, da independência, da unidade e integridade de Portugal é a adoptada pela República instaurada pela Revolução de 5 de Outubro de 1910".

O site lembra expressamente que o artigo 332.º do Código Penal pune com pena de prisão até dois anos ou com pena de multa até 240 dias "quem publicamente, por palavras, gestos ou divulgação de escrito, ou por outro meio de comunicação com o público, ultrajar a República, a bandeira ou o hino nacionais, as armas ou emblemas da soberania portuguesa".

Face a este dispositivo de defesa penal da bandeira, Osvaldo de Castro considera que qualquer "juiz sensato considerará que a utilização dada pela SIC-Radical não se justifica".

Já Hugo Gonçalves, jornalista da SIC-Radical e autor dos programas garantiu ao DN " que não existe qualquer intenção de faltar ao respeito à bandeira nacional".

Em seu entender, trata-se de um anúncio assumidamente "provocatório" mas que apenas tem a intenção de chamar a atenção do público para um conjunto de documentários que vão abordar temas tão variados como a religião, a política, o sexo ou as celebridades".

Segundo Hugo Gonçalves, os nove programas vão dar a óptica de quem tem menos de trinta anos de idade e "está agora, em muitos casos, a regressar a Portugal com outra visão do país."

DN 2009.04.25

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Só num país de parvos, idiotas e cretinos hipócritas é que poderia ter surgido uma tal polémica.

Já alguém deu conta de que em Inglaterra e nos Estados Unidos, para citar apenas estes, meninas e meninos (felizmente mais elas do que eles, haja Deus!) vestem calções feitos com trapos que representam as respectivas bandeiras nacionais, símbolos eles também dos povos inglês e americano?

E, note-se, esses trapos, representando as bandeiras, passeiam-se colados aos cus e outras pudicícias, (provavelmente com odores pouco agradáveis) das meninas e dos meninos, sem que alguém se incomode com isso, porque, como é bem de ver, não existe qualquer ofensa no assunto. A ofensa está no animus furandi ou animus laedendi. E não parece que seja o caso.

A bandeira, embora símbolo respeitável, mais não é do que isso mesmo, símbolo, representado por um trapo. Ofensa grave há, isso sim, quando é voluntariamente espezinhada no chão perante uma multidão atónita, no estrangeiro, por um nacional. Uma vez mais, não parece ser o caso. Já o foi, noutra oportunidade, mas não o é nesta de que trata a polémica.

Ofensa ainda mais grave acontece quando não são respeitados valores que são valores e princípios reais, não meros tecidos em que se desenha uma bandeira.

A título de exemplo, se nesses dois países, um qualquer político vê recaírem sobre a sua pessoa fundadas suspeitas de reiterada prática de ilícitos graves, que fazem eles, que fazem? Ou se retiram, se em consciência se sabem culpados, ou se explicam cabalmente, de modo a que não subsista a mínima dúvida acerca da sua idoneidade pessoal, moral, política e social.

Quem é que já viu alguém do PS preocupado com aquela afronta, acontecida há bons anos, como é conhecido, ou com as últimas, estas, sim, bem graves por atingirem não apenas símbolos mas directamente a própria dignidade intrínseca do País?

Que raio de porra de moralidade e falta de noção de respeito pátrio é esta, alguém me diz?

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2134. Freeport - O rasto


Caso Freeport: Já há provas sobre o levantamento de 150 mil libras

Polícia inglesa apanha rasto aos subornos

A polícia inglesa já conseguiu detectar os levantamentos em dinheiro das 150 mil libras enviadas pela Freeport para a empresa de Charles Smith e que terão sido utilizadas no pagamento de subornos a um primo de José Sócrates, avançou ontem a TVI no seu ‘Jornal da Noite’. No DVD divulgado há uma semana pela estação de Queluz, Charles Smith conta a história a Alan Perkins e adianta que o dinheiro recebido em três tranches, de 50 mil libras cada, foi usado para pagar uma parte do preço combinado com os homens de Sócrates para o então ministro do Ambiente licenciar o outlet de Alcochete.

No referido DVD, Smith também esclarece que a verba foi depositada na conta da Smith & Pedro como se se tratasse do pagamento dos serviços de consultadoria efectuados pela empresa à Freeport e que tinham sido tributados como tal pela administração fiscal portuguesa.

Estas revelações da TVI surgem no momento em que um perito financeiro que trabalha com os procuradores do caso Freeport está em Londres há vários dias, como o CM noticiou, e que os investigadores Paes Faria e Vítor Magalhães, eventualmente acompanhados de Cândida Almeida, directora do Departamento Central de Investigação e Acção Penal, estão de malas aviadas para Londres. As autoridades inglesas vão entregar aos colegas portugueses 25 dossiês com muita informação bancária e receberão em troca os últimos depoimentos recolhidos em Portugal e informações sobre contas e outras movimentações financeiras de alguns dos envolvidos no processo.

MAIS DADOS

MIL EUROS

Charles Smith contou aos investigadores que pagava mil euros por mês a José Manuel Marques, director do Instituto de Conservação da Natureza.

MULHER MÁ

O mesmo Smith afirmou que Onorina Silvestre, consultora da Câmara de Alcochete, lhe pedia dinheiro, mas que nunca recebeu nada porque "era uma mulher má".

CORRECÇÃO

Sócrates entregou no passado dia 23 de Março no Tribunal Constitucional os rendimentos auferidos no período em que foi ministro do Ambiente.

CM 2009.04.25

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sexta-feira, 24 de abril de 2009

2133. Como eu quisera ser... Sócrates!


Ah!

Como eu quisera ser… com' é Vocência,

Enorme d' atitude e inteligência!


Perante vós, humilde, eu nada valho

E fico deslumbrado co’o intelecto!

Bem negra é a campanha reviralho

Que bate forte, forte com’um malho

Mas eu garanto que não lhe darei tecto.


Ah!

Como eu quisera ser… com' é Vocência,

Enorme d' atitude e inteligência!


Na tormenta que sobre o mundo cai

Que mais pode pedir nosso país?

Um protector, um verdadeiro pai,

Lutador rijo que apenas de pé cai,

Um governante que tanto o faz feliz!


Ah!

Como eu quisera ser… com' é Vocência,

Enorme d' atitude e inteligência!


Escutá-lo falando na Assembleia

É ventura maior do que mereço,

E fale embora d’improviso ou leia

Raramente eu percebo a sua ideia…

Que Deus lhe dê saúde é o que peço!


Ah!

Como eu quisera ser… com' é Vocência,

Enorme d' atitude e inteligência!


De tal garbo decerto não há quem!

Mão à cinta e chispante largo gesto,

Em jeito fero, já fulmina alguém…

Quem quer que diga: assim não estará bem

Só o dirá por despeito manifesto.


Ah!

Como eu quisera ser… com' é Vocência,

Enorme d' atitude e inteligência!


Se um seu par, ou não, seja quem for

Lhe apresenta questão que o atrapalha

Não desarma, pois sabe que a batalha

Terá momentos, sim, de alto fragor,

Mas o questor não perde, não detalha.


Ah!

Como eu quisera ser… com' é Vocência,

Enorme d' atitude e inteligência!


É certo estar agora em grande azar

Pois tudo em que se mete dá pr’ó torto,

Mas logo que a maleita lhe passar,

Galáxias em redor irão pasmar

Porque irá ser melhor que o clube “Porto”…


Ah!

Como eu quisera ser… com' é Vocência,

Enorme d' atitude e inteligência!


Processos vai abrir c’uma tal sanha

Que custas não serão só dois tostões…

Pior vai ser quando a resposta venha,

Que a replicar, usando de igual manha,

Estarão de portugueses dez milhões


Ah!

Como eu quisera ser… com' é Vocência,

Enorme d' atitude e inteligência!


E quando um dia, avô abençoado,

Sentar no colo o neto ‘inda petiz,

Nesse momento de sonho realizado

Dirá consigo, vendo o país quebrado

- Eis que, afinal, minha obra sempre fiz!...


Ah!

Como eu quisera ser… com' é Vocência,

Enorme d' atitude e inteligência!


Ruvasa

2009.04.24

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2132. Freeport - Investigadores portugueses em Londres

DVD: Diligências das autoridades portuguesas vistas com expectativa

Investigadores em Londres

A equipa de investigadores portugueses que tem a seu cargo o processo Freeport deverá partir hoje para Londres, para a sede do Serious Fraud Office, para trocar elementos com as autoridades daquele país.

A polícia britânica tinha pedido diversas informações, algumas delas visando directamente o primeiro-ministro José Sócrates, e as autoridades aguardavam também a recepção de elementos probatórios, designadamente a documentação relativa ao eventual fluxo de dinheiro que terá sido usado para consumar o crime de corrupção.

A diligência das autoridades está a ser vista com grande expectativa. O Ministério Público quer terminar o processo rapidamente e, anteontem, Cândida Almeida, directora do Departamento Central de Investigação e Acção Penal (DCIAP), admitiu ao CM que o ideal seria o fim das investigações antes das eleições legislativas. "Seria bom para o País", afirmou, reconhecendo no entanto que tal poderia ser impossível, dada a complexidade do processo.

A verdade, porém, é que, nos últimos meses, a investigação sofreu um avanço considerável. As autoridades inglesas enviaram uma carta rogatória em Janeiro pedindo elementos sobre o primeiro-ministro e depois disso as diligências aumentaram. Foram inquiridas diversas testemunhas e constituídos arguidos dois dos envolvidos: Charles Smith e Manuel Pedro.

A colaboração com as autoridades inglesas é no entanto fundamental, já que foi naquele país que foi recolhido o DVD que incrimina directamente o primeiro--ministro português. As autoridades aguardam também pelas perícias financeiras às contas bancárias, bem como o detalhe das transferências bancárias em zonas offshores. Há ainda pormenores da inquirição a Charles Smith, feita em Londres, que os investigadores quererão aprofundar.

JOSÉ SÓCRATES PERDE 381 MIL ESPECTADORES

A entrevista de José Sócrates, exibida terça-feira na RTP 1, foi a segunda mais vista desde que é primeiro-ministro. Teve uma audiência de 1 245 200 telespectadores (13,2%), menos 381 mil do que em 2007. A 11 de Abril do ano passado, também na RTP 1, Sócrates captou 1 627 000 telespectadores (17,2%), tendo sido a sua entrevista mais vista. A terceira aconteceu em Janeiro, à SIC. No ranking de terça--feira, a entrevista ficou em 3º lugar, atrás das novelas da TVI.

"AQUILO SÓ PODIA TER SIDO FEITO NA RTP": Manuela Moura Guedes, Subdirectora de Informação da TVI

Correio da Manhã – 0 primeiro--ministro [PM] acusou, na entrevista à RTP 1, o ‘Jornal Nacional de sexta-feira’, que a Manuela apresenta, de ser um "jornal travestido", "uma caça ao homem", feito de "ódio e perseguição"...

Manuela Moura Guedes – E eu vou avançar com um processo-crime por difamação. É um ataque a uma equipa de pessoas que trabalha apenas pela verdade e que faz investigação. Parece que sempre que isso acontece incomoda o poder. Se um jornal vive da sua credibilidade e seriedade, tudo o que ele [PM] disse foi para tentar descredibilizar.

– Ficou chocada com aquelas afirmações feitas em directo?

– Nunca vi semelhante coisa numa pessoa que tem o cargo que tem. No ‘Jornal Nacional de 6.ª’ trabalhamos para levar às pessoas a versão dos acontecimentos com verdade e rigor. E vem uma pessoa, com o cargo que ele [PM] tem, dizer aquilo numa entrevista à RTP.

– Acha que este foi o momento oportuno para aquela entrevista?

– Era preciso. E, por alguma razão, foi feita na RTP e feita como foi... Aquilo foi um monólogo gigante. Ele [PM] pôs os jornalistas na ordem, principalmente a Judite de Sousa, porque o José Alberto [Carvalho] a gente já sabe como é... Mesmo quando havia uma tentativa para fazer uma pergunta mais oportuna ele [PM] pô-los na ordem. E aquilo só podia ter sido feito na RTP, ou então naquele jornal reverendo....

– Acredita que, em Portugal, é possível ganhar um processo contra o primeiro-ministro?

– Mal seria... A base de uma democracia é a Justiça, ou melhor, a confiança na Justiça. Se tal não acontecer não estamos numa democracia. Apesar de, segundo as últimas sondagens, 80 por cento dos portugueses não acreditarem na justiça portuguesa, eu acredito que isso é o pilar da democracia .

– Acha que o primeiro-ministro está a fazer um ataque aos jornalistas?

– Ele [PM] convive mal com a liberdade de Informação. Principalmente, quando esta chega à verdade que o incomoda.

(...)

CM

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2131. Como é que queriam que fosse?

Maioria dos portugueses não se revê nos partidos políticos

É cada vez maior o número de portugueses que não se revêem na actuação dos partidos políticos. É o que revela uma sondagem da SIC, Expresso e Rádio Renascença. Por outro lado, quase 80% concorda com as candidaturas independentes à Assembleia da República.

Para 77% dos entrevistados, são cada vez mais os portugueses que não se revêem nos partidos políticos. Apenas 16% defende o contrário. E 7% não sabe ou não responde.

Quanto aos interesses pelos quais se rege a política partidária, 72% acredita que os interesses próprios motivam a acção dos políticos, enquanto 17% discorda.

Mais de metade dos portugueses está contra o surgimento de novos partidos à direita.
Por outro lado, quase 30%, defende que são necessárias novas forças.

Do lado oposto do espectro político, à esquerda, 21% acredita que são necessários novos partidos, mas 60% defende que não.

Esta sondagem mostra que mais de metade dos portugueses está contra a transformação dos movimentos políticos em partidos. Pouco mais de 20% está a favor.

Por último, 78%, concorda que candidaturas independentes ao Parlamento devem ser possíveis, fora dos partidos.

Este estudo foi realizada para a SIC, Expresso e Rádio Renascença, entre os dias 25 a 31 de Março, com recurso a 1018 entrevistas telefónicas validadas.

Perguntas da Sondagem

São cada vez mais os portugueses que não se revêem nos partidos nacionais

Concorda: 77,3%
Discorda: 15,9%
Ns/Nr: 6,8%

A política partidária move-se por interesses próprios
Concorda: 72,4%
Discorda: 16,7%
Ns/Nr: 10,9%

A política partidária move-se por interesses nacionais
Concorda: 29,7%
Discorda: 48,6%
Ns/Nr: 21,7%

São necessários novos partidos à direita
Concorda: 29,3%
Discorda: 50,7%
Ns/Nr: 21,7%

São necessários novos partidos à esquerda
Concorda: 20,8%
Discorda: 59,8%
Ns/Nr: 19,4%

Os movimentos cívicos existentes devem tornar-se partidos
Concorda: 23,3%
Discorda: 56,9%
Ns/Nr: 19,8%

Devem ser possíveis candidaturas ao Parlamento de independentes fora dos Partidos
Concorda: 78,1%
Discorda: 13,2%
Ns/Nr: 8,7%

SIC Online - 2009.04.24

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Embora não seja novidade que, a exemplo de outras entrevistas que diariamente vemos nas TVs, a maioria dos entrevistados não faz a menor ideia do que está a falar, pelo que estes resultados dificilmente sejam confiáveis, a pergunta que eles sugerem é a seguinte:

- Alguém ficou surpreendido?

Como é que se poderia pretender que fosse de outro modo, com o espectáculo indecoroso que os partidos diariamente dão?

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quinta-feira, 23 de abril de 2009

2130. Elucidativo!


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2129. Sintomático, não?!...


Decorre neste momento na Assembleia da República, o debate sobre a criminalização do enriquecimento ilícito, sob propostas do PSD e do PCP.

Tanto o BE, como o CDS-PP, como igualmente os Verdes estão a aderir à posição daqueles dois partidos, o que faz com que, como jamais terá acontecido no Parlamento, exista uma convergência de posições quanto à necessidade de atacar esta chaga da sociedade portuguesa, que, por via de regra, é consequência de corrupção desenfreada e que muito ensombra a nossa Democracia.

A unanimidade de posições nos representantes dos eleitores portugueses na AR só não se verifica, porque os deputados do PS (quem mais poderia ser?) se afirmam do contra - e como tal se conduzem -, não aceitando que tal prática criminosa seja punida, pelo que se aprestam para bloquear as medidas que têm que ser tomadas de imediato e que apenas pecam por tardias. Por que será que os socialistas agem assim?

Segundo dizem, por pruridos de consciência - sem justificação aceitável, aliás - que, na questão do acesso libertino às contas bancárias dos cidadãos, que decretaram há dois ou três dias, neste caso, sim, com efectivo abuso legislativo, já não os atormentam.

Sintomático! E de anotar, para memória futura...
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