Os portugueses têm de salvar-se de si próprios, para salvarem Portugal

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

2799. Há que pedir responsabilidades

AQUI TEMOS UM CASO EM QUE É PRECISO EXERCER PRESSÃO, PARA QUE SE FAÇA JUSTIÇA

O ex-secretário de Estado, actualmente deputado do PS, Paulo Campos, deve ser obrigado a explicar detalhadamente quais os motivos que o levaram a afastar as críticas que eram feitas à renegociação levada a efeito pelo governo anterior relativamente às concessões Norte e Grande Lisboa, da Ascendi (Mota-Engil de Jorge Coelho).

Tais críticas, afinal, revelaram-se adequadas e justas, uma vez que tais renegociações acarretaram para o
Estado um prejuízo de cerca de 600 milhões de euros. Pelo que não se compreende a posição assumida pelo ex-governante, que deve ser chamado a justificar-se e a responder capazmente em face das responsabilidades que lhe caibam.

Este é um caso concreto e é em casos concretos que há que pegar. Não em abstracções e dispersões que a nada conduzem e só lançam confusão.

Houve quem perguntasse o que fazer, nesta senda de "Responsáveis a Julgamento".

Prometi que vos deixaria aqui mais respostas, para além das já conhecidas do antecedente.

Temos, pois, uma cara, um nome, uma personagem concretos. Temos igualmente matéria suficientemente grave para nela se pegar e exigir o correspondente procedimento de inquérito, para determinação da existência ou não de ilícito de índole criminal. Nada falta, portanto. Já que sabemos também a quem devemos exigir que se actue, ou seja, ao Proccurador-Geral da República, Fernando Pinto Monteiro.

E, com isto, cumpro o prometido.

Fico, pois a aguardar a vossa reacção. Para ver se, na verdade, vale a pena ou tudo o que por aí se lê, não passa de meras palavras e frases sem substrat
o que lhes dê forma consistente e racional.

* * *

Há outra responsabilidade muito concreta que tem de ser assacada: a dos 33 milhões de euros (do que se conhece, mas certamente que haverá mais, como a A26 concebida apenas para o servir) gastos no famigerado aeroporto de Beja.

Esta é uma patifaria monstruosa, pela qual os respectivos inspiradores, decisores e construtores têm de responder.

A justificação alarve é de que se destina a voos low-cost, de e para o Algarve

Imagine-se! Como se o litoral algarvio ficasse ali mesmo à mão, mais acessível que o de Faro ou que o de faro estivesse congestionado!

Resultado:

Lisboa não tem aeroporto alternativo de low cost. E podia ter, na base aérea do Montijo. Mas Faro, esse sim, tem. Porque estava muito necessitada? Não! Tem-no apenas porque alguma empreiteira recheada de amigos precisava de umas obrasitas para equilibrar as contas.

Outro resultado:

O aeroporto está a funcionar desde Abril de 2011 e voos... que é deles? Por ele passaram apenas os passageiros com destino a Cabo verde, no dia da inauguração, para bejense ver!!!

Como é que foi possível alguém decidir enterrar toneladas de dinheiro numa coisa que toda a gente sabia de antemão só poder ser decidida por razões de corrupção?

E... fica também impune mais este assalto à bolsa do País?


*


O que tem que ser tem muita força.


Assim, venho humildemente emendar a mão, relativamente ao que (ontem) disse acerca do aeroporto de Beja.

Constatou-se ontem mesmo, com o temporal que levou pelos ares o telhado da zona de check-in do aeroporto de Faro, a utilidade do de Beja.

O referido aeroporto serviu ontem mesmo de grande apoio ao de Faro.

Os aviões que se dirigiam àquele último e não o puderam fazer, safaram-se porque foram desviados para... Sevilha!

O de Beja não foi preciso, mas, se fosse, lá estava, pronto p'rás curvas...

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

2798. Ena, isso é que foi metê-lo, ó António!


António Peres Metello
é o economista, ou parecido com isso, que raramente diz coisa com coisa e apenas tem servido para defender os pontos de vista dos seus apaniguados, com é bem sabido.


Mas, está visto, não há quem sempre erre, como não há quem sempre acerte.


Então não é que ontem teve um “desarrincanço” valente? Veio dizer o que mais ninguém fora capaz de esclarecer até aí.


Explicou ele que, tendo o Estado gente a mais e sendo esse um dos principais “cancros” da despesa do mesmo Estado, acabar com tal situação é mais do que prioritário.


No entanto, despedir, de supetão, 100 mil funcionários não é possível sem enorme sobressalto social. Seria como lançar bomba de hidrogénio sobre o país, que tudo arrasaria.


O Estado ficaria, de um momento para o outro, completamente de rastos e o desemprego subiria, igualmente de um momento para o outro, para cerca de 1 milhão de pessoas, ou seja 10%, não da força de trabalho – note-se – , mas do total da população portuguesa.


Uma tragédia de proporções bíblicas!


Assim sendo, não restava outra solução que não a que foi adoptada, ou seja, cortar os subsídios de férias e de Natal por dois anos, período durante o qual, se se mantiver o ritmo normal, os pedidos de passagem à aposentação rondarão esse número de 100 mil, pelo que, no final do período, continuando congeladas as admissões, estará feito o ajuste indispensável no número dos servidores do Estado e na correspondente despesa.


A isto chama-se cortar na principal gordura do Estado. Trata-se de um parto com muita dor? Sim! Mas uma cesariana com morte de mãe e filho não seria bem pior?


* * *


Entretanto, pergunta-se: E Cavaco? Sim, Cavaco – que, no tempo em que o Vilarista desmandava pelo País fora, não foi capaz de abrir a boca nem para um simples bocejo – e na véspera, se atirou ao governo por esta medida?


Cavaco?! Ora, ora… Foi com os netos, o palhaço e o macaquinho, de combóio ao… circo!

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

2796. Momento único


2795. Vigarices e vigaristas

Vamos lá esclarecer uma circunstância de elevada importância:

Vigarista é vigarista e gatuno é gatuno seja qual for a circunstância.

No entanto,

* as vigarices e roubalheiras de qualquer patife, possíveis por força do poder adquirido enquanto em funções governativas, mas levadas a efeito APÓS terminadas essas funções, têm determinada gravidade;
* as vigarices e roubalheiras do mesmo patife, levadas a efeito ENQUANTO no exercício de funções governativas, têm gravidade incomensuravelmente maior.
Ora, medite lá um pouco no assunto. E, de futuro, não caia na pecha que confundir uma circunstância com a outra. São bem distintas.

Embora graves ambas e passíveis de pesada condenação judicial, a gravidade referida a actos praticados APÓS o exercício de funções governativas não tem comparação possível com a dos actos praticados DURANTE o exercício.