Os portugueses têm de salvar-se de si próprios, para salvarem Portugal

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008

1503. Não consegui resistir…


Um bom futuro
para quem tem 60 anos ou mais


Sabendo que seja com o PSD, com o PS ou com o CDS, Portugal terá um futuro negro nos próximos 30 anos, acautele esse mesmo futuro.

1.Convença os seus filhos a:

1.1. Nas próximas eleições votarem no BE, no PC e nos VERDES.

1.2. Logo em seguida a irem viver e trabalhar no estrangeiro.
(ajude-os no que puder para que eles consigam concretizar esse desígnio. Você já reformado, fica por cá).

2. As consequências são para os seus filhos e netos:

2.1. Daqui a 6 anos eles já terão de certeza uma boa situação financeira, os seus netos já se terão adaptado ao idioma e aos amigos do país que escolheram e frequentarão liceus e universidades eficientes.

2.2.Poderão todos adoptar a nacionalidade do país de acolhimento (Espanhol, Francês, Alemão, Sueco, etc.)

3. Estes 3 partidos de esquerda, uma vez "coligados", obterão uma maioria
absoluta e formarão governo (com sorte, com Louçã como 1º Ministro)

4. Para si que tem 60 anos ou mais:

Irá beneficiar durante cerca de 15 anos das políticas sociais dos partidos de esquerda: aumentos das reformas, cuidados médicos gratuitos em cada esquina, subsídios sociais, clínicas de luxo para a 3ª idade, etc..

5. Os membros do PS, do PSD e do CDS, sem os apoios do poder que lhes
proporcionam as sinecuras entrarão em situação de penúria e ou "se exportam" ou passam a fazer trabalho voluntário para os "seniores reformados"

6. Terão assim os membros do PS, do PSD e do CDS que vender as suas belas casas a preços irrisórios. E quem terá poder de compra para as adquirir? Os filhos emigrantes dos "Seniores Reformados, entretanto "bem de vida".

7. A banca e as grandes empresas serão nacionalizadas e sob a direcção de executivos oriundos dos partidos de esquerda, os seus trabalhadores terão ordenados fantásticos durante 5 anos e os empréstimos para compra de habitação passarão a ter juros super bonificados com spread zero.

Sob a “competente” gestão da Esquerda, toda a banca e as grandes empresas irão falir mas isso não é um problema: Serão comprados por espanhóis e outros europeus que tudo reorganizarão e começarão de novo a pagar bons salários aos seus trabalhadores.

8. Portugal passará pois a ser uma colónia de outros países europeus e com "centros de decisão" nesses países. O que na pratica não afecta a vida do dia a dia dos assalariados e permitirá aos pequenos comerciantes e industriais terem um mercado muito alargado.

9. E nós, que temos agora 60 anos ou mais, após 15 anos de vida regalada proporcionada pela politica de esquerda, já estamos com os pés para a cova. E teremos a vantagem de escolher o dia em que queremos “partir”, por força da conhecida política de eutanásia da esquerda. E “partiremos” na euforia de umas boas doses de cocaína comparticipada.

10. Por essa altura já teremos de novo a companhia dos nossos filhos que com as sua reformas "europeias" voltarão a Portugal para viver confortavelmente nas suas casas compradas baratas uns anos antes àquela gentinha do PS, do PSD e do CDS.
Este é que é um bom plano! Deite o do Sousa as urtigas!


IRMÃO SEXAGENÁRIO

VOTE ÚTIL,

VOTE EXTREMA ESQUERDA
...


Recebido por email,
de várias proveniências
...

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008

1500. Perdoe-se-me a veleidade...

Sim, perdoe-se-me a veleidade de me fazer incluir na única verdadeira Oposição aos desmandos deste Governo que tem havido até agora, ou seja a sempre presente e actuante Blogosfera. Sim, é com muita honra e mesmo incontido orgulho que me sinto fazendo parte integrante - a mais pequena das ínfimas certamente!... - de um punhado de gente (a maioria anónima...) que, perante os atropelos diários de uma classe possidente que tudo atropela e trucida à sua passagem, não se rendeu, não se rende e certamente não se renderá, lutando pelo que entende justo e bom para um país decente que quer que Portugal seja.


Ao que parece, porém, a Blogosfera já vai estando menos isolada. Outras vozes começam a levantar-se, depois de três anos - em alguns casos bem mais... - de letargia. Mais vale tarde do que nunca. São sempre bem-vindas essas vozes, porque o que move a Blogosfera é o interesse do País e do conjunto dos seus cidadãos e não pode haver tarefa mais dignificante do que essa.


* * *


TOMADA DE POSIÇÃO DA S.E.D.E.S.

Fevereiro 2008


1)
UM DIFUSO MAL ESTAR


Sente-se hoje na sociedade portuguesa um mal-estar difuso, que alastra e mina a confiança essencial à coesão nacional.


Nem todas as causas desse sentimento são exclusivamente portuguesas, na medida em que reflectem tendências culturais do espaço civilizacional em que nos inserimos. Mas uma boa parte são questões internas à nossa sociedade e às nossas circunstâncias. Não podemos, por isso, ceder à resignação sem recusarmos a liberdade com que assumimos a responsabilidade pelo nosso destino.


Assumindo o dever cívico decorrente de uma ética da responsabilidade, a SEDES entende ser oportuno chamar a atenção para os sinais de degradação da qualidade da vida cívica que, não constituindo um fenómeno inteiramente novo, estão por detrás do referido mal-estar.


2) DEGRADAÇÃO DA CONFIANÇA NO SISTEMA POLÍTICO


Ao nível político, tem-se acentuado a degradação da confiança dos cidadãos nos representantes partidários, praticamente generalizada a todo o espectro político.


É uma situação preocupante para quem acredita que a democracia representativa é o regime que melhor assegura o bem comum de sociedades desenvolvidas. O seu eventual fracasso, com o estreitamento do papel da mediação partidária, criará um vácuo propício ao acirrar das emoções mais primárias em detrimento da razão e à consequente emergência de derivas populistas, caciquistas, personalistas, etc.


Importa, por isso, perseverar na defesa da democracia representativa e das suas instituições. E desde logo, dos partidos políticos, pilares do eficaz funcionamento de uma democracia representativa. Mas há três condições para que estes possam cumprir adequadamente o seu papel.


Têm, por um lado, de ser capazes de mobilizar os talentos da sociedade para uma elite de serviço; por outro lado, a sua presença não pode ser dominadora a ponto de asfixiar a sociedade e o Estado, coarctando a necessária e vivificante diversidade e o dinamismo criativo; finalmente, não devem ser um objectivo em si mesmos...


É por isso preocupante ver o afunilamento da qualidade dos partidos, seja pela dificuldade em atrair e reter os cidadãos mais qualificados, seja por critérios de selecção, cada vez mais favoráveis à gestão de interesses do que à promoção da qualidade cívica. E é também preocupante assistir à tentacular expansão da influência partidária – quer na ocupação do Estado, quer na articulação com interesses da economia privada – muito para além do que deve ser o seu espaço natural.


Estas tendências são factores de empobrecimento do regime político e da qualidade da vida cívica. O que, em última instância, não deixará de se reflectir na qualidade de vida dos portugueses.


3) VALORES, JUSTIÇA E COMUNICAÇÃO SOCIAL


Outro factor de degradação da qualidade da vida política é o resultado da combinação de alguma comunicação social sensacionalista com uma justiça ineficaz. E a sensação de que a justiça também funciona por vezes subordinada a agendas políticas.


Com ou sem intencionalidade, essa combinação alimenta um estado de suspeição generalizada sobre a classe política, sem contudo conduzir a quaisquer condenações relevantes. É o pior dos mundos: sendo fácil e impune lançar suspeitas infundadas, muitas pessoas sérias e competentes afastam-se da política, empobrecendo-a; a banalização da suspeita e a incapacidade de condenar os culpados (e ilibar inocentes) favorece os mal-intencionados, diluídos na confusão. Resulta a desacreditação do sistema político e a adversa e perversa selecção dos seus agentes.

Nalguma comunicação social prolifera um jornalismo de insinuação, onde prima o sensacionalismo. Misturando-se verdades e suspeitas, coisas importantes e minudências, destroem-se impunemente reputações laboriosamente construídas, ao mesmo tempo que, banalizando o mal, se favorecem as pessoas sem escrúpulos.


Por seu lado, o Estado tem uma presença asfixiante sobre toda a sociedade, a ponto de não ser exagero considerar que é cada vez mais estreito o espaço deixado verdadeiramente livre para a iniciativa privada. Além disso, demite-se muitas vezes do seu dever de isenta regulação, para desenvolver duvidosas articulações com interesses privados, que deixam em muitos um perigoso rasto de desconfiança.


Num ambiente de relativismo moral, é frequentemente promovida a confusão entre o que a lei não proíbe explicitamente e o que é eticamente aceitável, tentando tornar a lei no único regulador aceitável dos comportamentos sociais. Esquece-se, deliberadamente, que uma tal acepção enredaria a sociedade numa burocratizante teia legislativa e num palco de permanente litigância j

udicial, que acabaria por coarctar seriamente a sua funcionalidade. Não será, pois, por acaso que é precisamente na penumbra do que a lei não prevê explicitamente que proliferam comportamentos contrários ao interesse da sociedade e ao bem comum. E que é justamente nessa penumbra sem valores que medra a corrupção, um cancro que corrói a sociedade e que a justiça não alcança.


4) CRIMINALIDADE, INSEGURANÇA E EXAGEROS


A criminalidade violenta progride e cresce o sentimento de insegurança entre os cidadãos. Se é certo que Portugal ainda é um país relativamente seguro, apesar da facilidade de circulação no espaço europeu facilitar a importação da criminalidade organizada. Mas a crescente ousadia dos criminosos transmite o sentimento de que a impune experimentação vai consolidando saber e experiência na escala da violência.


Ora, para além de alguns fogachos mediáticos, não se vê uma acção consistente, da prevenção, da investigação e da justiça, para transmitir a desejada tranquilidade.


Mas enquant

o subsiste uma cultura predominantemente laxista no cumprimento da lei, em áreas menos relevantes para as necessidades do bom funcionamento da sociedade emerge, por vezes, uma espécie de fundamentalismo utra-zeloso, sem sentido de proporcionalidade ou bom-senso.


Para se ter uma noção objectiva da desproporção entre os riscos que a sociedade enfrenta e o empenho do Estado para os enfrentar, calculem-se as vítimas da última década originadas por problemas relacionados com bolas de Berlim, colheres de pau, ou similares e os decorrentes da criminalidade violenta ou da circulação rodoviária e confronte-se com o zelo que o Estado visivelmente lhes dedicou.


E nesta matéria a responsabilidade pelo desproporcionado zelo utilizado recai, antes de mais, nos legisladores portugueses que transcrevem para o direito português, mecânica e por vezes levianamente, as directivas de Bruxelas.


5) APELO DA SEDES

O mal-estar e a degradação da confiança, a espiral descendente em que o regime parece ter mergulhado, têm como consequência inevitável o seu bloqueamento. E se essa espiral descendente continuar, emergirá, mais cedo ou mais tarde, uma crise social de contornos difíceis de prever.


A sociedade civil pode e deve participar no desbloqueamento da eficácia do regime – para o que será necessário que este se lhe abra mais do que tem feito até aqui –, mas ele só pode partir dos seus dois pólos de poder: os partidos, com a sua emanação fundamental que é o Parlamento, e o Presidente da República.


As últimas eleições para a Câmara de Lisboa mostraram a existência de uma significativa dissociação entre os eleitores e os partidos. E uma sondagem recente deu conta de que os polít

icos – grupo a que se associa quase por metonímia "os partidos" – são a classe em que os portugueses menos confiam.


Este estado de coisas deve preocupar todos aqueles que se empenham verdadeiramente na coisa pública e que não podem continuar indiferentes perante a crescente dissociação entre o conceito de "res pública" e o de intervenção política!


A regeneração é necessária e tem de começar nos próprios partidos políticos, fulcro de um regime democrático representativo. Abrir-se à sociedade, promover princípios éticos de decência na vida política e na sociedade em geral, desenvolver processos de selecção que permitam atrair competências e afastar oportunismos, são parte essencial da necessária regeneração.


Os partidos estão na base da formação das políticas públicas que determinam a organização da sociedade portuguesa. Na Assembleia ou no Governo exercem um mandato ratificado pelos cidadãos, e têm a obrigação de prestar contas de forma permanente sobre o modo como o exercem.

Em geral o Estado, a esfera formal onde se forma a decisão e se gerem os negócios do país, tem de abrir urgentemente canais para escutar a sociedade civil e os cidadãos em geral. Deve fazê-lo de forma clara, transparente e, sobretudo, escrutinável. Os portugueses têm de poder entender as razões que presidem à formação das políticas públicas que lhes dizem respeito.


A SEDES está naturalmente disponível para alimentar esses canais e frequentar as esferas de reflexão e diálogo que forem efectiva e produtivamente activadas.


Sedes, 21 de Fevereiro de 2008

O Conselho Coordenador

Vítor Bento (Presidente) - M. Alves Monteiro - Luís Barata - L. Campos e Cunha - J. Ferreira do Amaral - Henrique Neto - F. Ribeiro Mendes - Paulo Sande - Amílcar Theias

Cabe-me apenas dizer o seguinte:

Das nove personalidades que subscrevem o documento, sei que, pelo menos cinco são militantes do PS ou, no mínimo, muito conotados com o Partido, pelo que não se justificará qualquer tentativa de iludir a questão, dizendo-se que se trata de um ataque ao PS por parte dos seus adversários políticos.

Se a isto juntarmos a declaração da insuspeita Ana Benavente, Professora universitária, militante do PS, certamente que o quadro ficara muito completo e mais claro:

1. Não sou certamente a única socialista descontente com os tempos que vivemos e com o actual governo. Não pertenço a qualquer estrutura nacional e, na secção em que estou inscrita, não reconheço competência à sua presidência para aí debater, discutir, reflectir, apresentar propostas. Seria um mero ritual.

Em política não há divórcios. Há afastamentos. Não me revejo neste partido calado e reverente que não tem, segundo os jornais, uma única pergunta a fazer ao secretário-geral na última comissão política. Uma parte dos seus actuais dirigentes são tão socialistas como qualquer neoliberal; outra parte outrora ocupada com o debate político e com a acção, ficou esmagada por mais de um milhão de votos nas últimas presidenciais e, sem saber que fazer com tal abundância, continuou na sua individualidade privilegiada. Outra parte, enfim, recebendo mais ou menos migalhas do poder, sente que ganhou uma maioria absoluta e considera, portanto, que só tem que ouvir os cidadãos (perdão, os eleitores ou os consumidores, como queiram) no final do mandato.

Umas raríssimas vozes (raras, mesmo) vão ocasionando críticas ocasionais.

2. Para resolver o défice das contas públicas teria sido necessário adoptar as políticas económicas e sociais e a atitude governativa fechada e arrogante que temos vivido? Teria sido necessário pôr os professores de joelhos num pelourinho? Impor um estatuto baseado apenas nos últimos sete anos de carreira? Foi o que aconteceu com os "titulares" e "não titulares", uma nova casta que ainda não tinha sido inventada até hoje. E premiar "o melhor" professor ou professora? Não é verdade que "ninguém é professor sozinho" e que são necessárias equipas de docentes coesas e competentes, com metas claras, com estratégias bem definidas para alcançar o sucesso (a saber, a aprendizagem efectiva dos alunos)?

Teria sido necessário aumentar as diferenças entre ricos e pobres? Criar mais desemprego? Enviar a GNR contra grevistas no seu direito constitucional? Penalizar as pequenas reformas com impostos? Criar tanto desacerto na justiça? Confirmar aqueles velhos mitos de que "quem paga é sempre o mais pequeno"? Continuar a ser preciso "apanhar" uma consulta e, não, "marcar" uma consulta? Ouvir o senhor ministro das Finanças (os exemplos são tantos que é difícil escolher um, de um homem reservado, aliás) afirmar que "nós não entramos nesses jogos", sendo os tais "jogos" as negociações salariais e de condições de trabalho entre Governo e sindicatos.

Um "jogo"? Pensava eu que era um mecanismo de regulação que fazia parte dos regimes democráticos.

3. Na sua presidência europeia (são seis meses, não se esqueça), o senhor primeiro-ministro mostra-se eufórico e diz que somos um país feliz. Será? Será que vivemos a Europa como um assunto para especialistas europeus ou como uma questão que nos diz respeito a todos? Que sabemos nós desta presidência? Que se fazem muitas reuniões, conferências e declarações, cujos vagos conteúdos escapam ao comum dos mortais. O que é afinal o Tratado de Lisboa? Como se estrutura o poder na Europa? Quais os centros de decisão? Que novas cidadanias? Porque nos continuamos a afastar dos recém-chegados e dos antigos membros da Europa? Porque ocupamos sempre (nas estatísticas de salários, de poder de compra, na qualidade das prestações dos serviços públicos, no pessimismo quanto ao futuro, etc., etc.) os piores lugares?

Porque temos tantos milhares de portugueses a viver no limiar da pobreza? Que bom seria se o senhor primeiro-ministro pudesse explicar, com palavras simples, a importância do Tratado de Lisboa para o bem-estar individual e colectivo dos cidadãos portugueses, económica, social e civicamente.

4. Quando os debates da Assembleia da República são traduzidos em termos futebolísticos, fico muito preocupada. A propósito do Orçamento do Estado para 2008, ouviu-se: "Quem ganha? Quem perde? que espectáculo!". "No primeiro debate perdi", dizia o actual líder do grupo parlamentar do PSD "mas no segundo ganhei" (mais ou menos assim). "Devolvam os bilhetes...", acrescentava outro líder, este de esquerda. E o país, onde fica? Que informação asseguram os deputados aos seus eleitores? De todos os partidos, aliás. Obrigada à TV Parlamento; só é pena ser tão maçadora.
Órgão cujo presidente é eleito na Assembleia, o Conselho Nacional de Educação festeja 20 anos de existência. Criado como um órgão de participação crítica quanto às políticas educativas, os seus pareceres têm-se tornado cada vez mais raros. Para mim, que trabalho em educação, parece-me cada vez mais o palácio da bela adormecida (a bela é a participação democrática, claro). E que dizer do orçamento para a cultura, que se torna ainda menos relevante? É assim que se investe "nas pessoas" ou o PS já não considera que "as pessoas estão primeiro"?

5. Sinto-me num país tristonho e cabisbaixo, com o PS a substituir as políticas eventuais do PSD (que não sabe, por isso, para que lado se virar). Quanto mais circo, menos pão. Diante dos espectáculos oficiais bem orquestrados que a TV mostra, dos anúncios de um bem-estar sem fim que um dia virá (quanto sebastianismo!), apetece-me muitas vezes dizer: "Aqui há palhaços". E os palhaços somos nós. As únicas críticas sistemáticas às agressões quotidianas à liberdade de expressão são as do Gato Fedorento. Já agora, ficava tão bem a um governo do PS acabar com os abusos da EDP, empresa pública, que manda o "homem do alicate" cortar a luz se o cidadão se atrasa uns dias no seu pagamento, consumidor regular e cumpridor... Quando há avarias, nós cortamos-lhes o quê? Somos cidadãos castigados!

O país cansa!
Os partidos são necessários à democracia mas temos que ser mais exigentes.
Movimentos cívicos...procuram-se (já há alguns, são precisos mais). As anedotas e brincadeiras com o "olhe que agora é perigoso criticar o primeiro-ministro" não me fazem rir. Pela liberdade muitos deram a vida. Pela liberdade muitos demos o nosso trabalho, a nossa vontade, o nosso entusiasmo. Com certeza somos muitos os que não gostamos de brincar com coisas tão sérias, sobretudo com um governo do Partido Socialista!

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1499. Marieta & Julieu - É muito mais fácil!...

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gentileza de Hermínia
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1498. Relembrando... Portugal continua atolado




Surpreende a incapacidade dos portugueses de manifestarem, de forma bem marcante, em massa, uma indignação mais do que justa ! Falta de estatura cívica ?





Fazer incluir falsidades em documentos oficiais do Estado Português é crime grave que não pode ficar impune. Quanto mais tempo passa sem que se tomem as medidas correctivas adequadas e impostergáveis, maior é a sem vergonha, a indecência e a arbitrariedade dos autores, cúmplices, encobridores, agentes, enfim, da indignidade em que Portugal foi vilmente atolado, em total desprezo por cerca de 900 anos de História.





Surpreende a incapacidade dos portugueses de manifestarem, de forma bem marcante, em massa, uma indignação mais do que justa ! Falta de estatura cívica ?



domingo, 17 de fevereiro de 2008

1496. À atenção geral...

A Independência do Kosovo:
“O fim da Europa”

Peritos analistas políticos pronunciam-se acerca do aviso do ministro dos Estrangeiros russo, Lavrov.

MOSCOU, Fevereiro 15 (RIA Novosti) - RIA Novosti pediu a peritos analistas políticos que comentassem as palavras do ministro dos estrangeiro russo, Sergei Lavrov, que disse que a independência do Kosovo podia ser o começo do fim da Europa, e esse reconhecimento oficial da soberania ameaçará a segurança global.

- Quais, perguntámos, serão as consequências geo-políticas da declaração de Kosovo de independência unilateral?

Alexander Rahr, analista político no Conselho alemão de Relações Exteriores e membro do Clube Internacional de Discussão Valdai:

- A declaração unilateral de independência do Kosovo e, especialmente, o seu reconhecimento por países europeus, abriria uma caixa da Pandora. Pode criar um precedente para outras repúblicas separatistas e regiões autónomas, o que exigiria acção semelhante e os mesmos direitos que poderão ser concedidos aos Kosovars.

Lavrov tem uma certa razão. Os bascos poderão exigir a secessão de Espanha, os tiroleses poderão separar-se da Itália e os húngaros da Roménia. Os Caucasianos do Norte poderão exigir a secessão da Rússia, e a Baviera pode insistir na independência separando-se da República Federal de Alemanha.

Mas o Ocidente pensa que Lavrov está a dramatizar a situação, porque o separatismo assenta principalmente em problemas económicos, e a Europa espera que sua economia seja forte e suficientemente estável para não origem a qualquer separatismo.

Mas a ameaça existe e as palavras de Lavrov, que não serão consideradas importantes hoje, poderão tornar-se significativas daqui a alguns anos.

John Laughland, co-autor do livro 'Rússia: A Nova Guerra Fria'? e membro do Clube Internacional de Discussão Valdai:

- Como sabe, apoio a posição russa no Kosovo porque tem o mérito da coerência, ao passo que a posição do Ocidente é inconsistente e contraditória. O Ocidente (UE + EUA) apoia a independência de Kosovo mas opõe-se à independência da Flandres, do Chipre do norte, da República Srpska, na Bósnia, de Transnistria, Abkhazia, Ossetia do sul, etc. O Ocidente opõe-se também à divisão do Kosovo, ainda que apenas sérvios residam a norte de Mitrovica. A independência do Kosovo estimulará apelos de independência semelhantes na Macedônia Ocidental e no vale de Presevo. Indirectamente, pode causar inquietação também no Cáucaso.

Além do mais, o Kosovo não será realmente independente. A UE assumirá as funções de protectorado da ONU. Foram elaborados planos para enviar milhares de funcionários de UE e polícia para o "post-status" no Kosovo, enquanto os 16.000 militares da NATO ali permanecerão. O Kosovo teria tido uma independência mais real dentro da Sérvia que teve sob a ONU ou terá cm a Europa.

Lavrov está certo quando diz que a independência de Kosovo será o começo do fim da Europa actual porque a situação de agora do Kosovo foi fixado por uma Resolução (2144) do Conselho de Segurança da ONU. Se a UE e os EUA anularem essa resolução, que diz que Kosovo é parte da Sérvia, eles uma vez mais terão demonstrado o seu desprezo pela lei internacional e mostrar-se-ão aliados internacionais incertos.

O Kosovo assemelha-se à Bósnia no período 1878-1914. Em 1878, o Tratado de Berlim põe Bósnia sob administração provisória austríaca enquanto estipula que permaneça parte do império Otomano. Em 1908, a Áustria transgrediu os termos do Tratado e anexou o território directamente. A Sérvia protestou, mas em vão. Dez anos mais tarde o Arquiduque Franz-Ferdinand foi assassinado por um patriota sérvio em Serajevo. O resto, como se diz, é história.

Jan Carnogursky, primeiro-ministro da Eslováquia entre 1991 e 1992, perito em assuntos do Kosovo membro do Clube Internacional de Discussão Valdai:

- O reconhecimento da independência do Kosovo seria uma tragédia para sérvios, para quem Kosovo é um fundamento e uma parte inalienável da sua história nacional.

O estado sérvio nasceu no Kosovo e territórios adjacentes nos séculos IX e X. A ortodoxia sérvia está também aí enraizada, desde que Stº. Savva, o santo mais venerado na Sérvia, fundou muitos mosteiros no Kosovo no século no princípio do séc. XIII. A província era também o âmago do estado sérvio durante a primeira metade do século XIV.

O ministro dos estrangeiros russo, Sergei Lavrov, disse que esta independência do Kosovo podia ser o começo do fim para Europa. Isto é um dramático, embora essencialmente correcto, ponto de vista acerca do problema.

Moscovo nunca aprovou a política ocidental relativamente ao Kosovo e à Jugoslávia anterior como um todo. Embora tenha jogado um papel chave no fim da guerra, em 1999, a Rússia era o único membro do Grupo de Contacto que não indicou o seu próprio sector de responsabilidade na província. Quando os pára-quedistas russos fizeram a sua marcha sobre Pristina em Junho de 1999, os sérvios ficaram radiantes, porque sempre viram presença da Rússia como a melhor garantia dos seus direitos.

Infelizmente, desenvolvimentos posteriores no Kosovo mostraram que, no séc. XXI, a geopolítica facilmente pode deitar por terra a Moral e os princípios legais. A secessão do Kosovo da Sérvia, sem o acordo de Belgrado, criará um precedente para a Abkhazia, a Ossetia do sul e o Transdnestr e dão a Moscovo o direito moral de reconhecer a independência das repúblicas, após o fim do sovietismo.

Daniel Vernet, director do gabinete de relações internacionais do Le Monde e membro do Clube Internacional d discussão Valdai, em 2004:

- Penso que as palavras de Lavrov são demasiadamente dramáticas. A decisão de independência do Kosovo está longe de ser a ideal; mas dada a situação actual, é o menor de muitos males. Se bem me lembro, é a política que Slobodan Milosevic prosseguiu desde 1989 que é a culpada da situação actual.

Quanto às consequências geopolíticas, não penso que alguém aponte da independência do Kosovo como pretexto para a destabilização nos Balcãs nem em regiões europeias adjacentes. Penso que esse bom senso prevalecerá e as consequências internacionais de independência do Kosovo serão mínimas.

James George Jatras, director do Conselho Americano para o Kosovo:

- Parece que dentro de dias a Administração da ONU para a supervisão muçulmano-albanesa no Kosovo emitirá uma declaração unilateral de independência seguida pelo reconhecimento pelos Estados Unidos e de outros países. A Sérvia naturalmente rejeitará tal desenvolvimento, como o fará a Rússia, e quase certamente a China, cujos vetos no Conselho de Segurança os EUA teriam rodeado.

Parece ainda subavaliada a extensão que a acção de EUA estraçalharia qualquer aparência de legalidade no sistema internacional. Pode ser a primeira vez que um grupo de países pretenda separar parte de um território do estado sem retirar qualquer privilégio. (Fique ciente de que muitos países foram derrotados e ocupados e forçados assinar tratados cedendo terra. Edvard Benès foi mesmo mais longe e assinou o Tratado dos Sudetas, em 1938. Nenhuma mão sérvia jamais chegará tão longe). Garantias internacionais de integridade territorial tal como o Alvará da ONU e o Acto Final de Helsínquia seriam uma letra morta.

A acção dos EUA é também um golpe pesado e talvez a única parte do sistema da ONU com qualquer valor real: o Conselho de Segurança, que ajudou a prevenir qualquer guerra importante desde 1945, muito como no século XIX o "Concerto das Potências" ajudou a assegurar que nenhuma guerra geral tenha ocorrido na Europa entre 1815 e 1914. De facto, mesmo desvalorizada, a posição da Rússia no Conselho de Segurança, por opor o seu veto, é um grande "factor positivo" para Washington, cuja mensagem para Moscovo pretende ser: "O que você talvez pense, é que estamos ainda em 1999. Podemos fazer como como quisermos e você não nos pode parar".

A acção de EUA -- apoiado por nossos "aliados" totalmente servis da Europa - não determinará o estado do Kosovo. O estado actual do Kosovo está claro: é parte de Sérvia com uma presença internacional com que a Sérvia relutantemente concordou. Depois que uma declaração unilateral de independência e o reconhecimento de alguns países, começaria uma espécie de competição entre países reconhecedores e não reconhecedores. Apesar da reivindicação absurda de Washington de que o Kosovo não constituiria um precedente, um governo de qualquer estado multi-étnico logo veria o Kosovo como um perigo. O Kosovo nunca se tornaria membro da ONU.

A Sérvia recuperaria o controle da área do norte de Kosovo e talvez algum enclave. Isto não seria um prelúdio de partilha, contudo a libertação de parte dele, isso sim, seria a ocupação ilegal de parte de Sérvia por um ilegítimo e criminoso regime separatista em Pristina apoiado por poderes estrangeiros agressivos. Duraria até que os albaneses e os seus apoiantes decidissem começar um novo ciclo de violência, atacando os sérvios, que viveriam no temor de que o terço restante da população de antes da guerra seria desenraizado e o resto de suas igrejas destruído.

As áreas de controlo albanês no Kosovo afundar-se-iam mesmo mais no buraco preto do crime organizado (drogas, escravatura, armas) e o terror de "jihad" sob um "governo" composto de criminosos de guerra e manda-chuvas da Mafia albanesa. Longe de estabilizar os Balcãs ocidentais, perpetuar-se-ia a instabilidade pela alienação da Sérvia, o único país consequente da região.

Num todo, visionamos um autêntico "desastre de comboio," como mesmo os proponentes da independência lhe chamam: destruindo o sistema legal internacional, a confrontação de EUA-RÚSSIA, violência no terreno, criminalidade, desrespeito pelos direitos humanos e uma nova guerra fria. Quem poderia pedir mais?

* * *

Aqui fica esta peça, publicada no Global Research.ca – Center for Research on Globalization e de que tomei conhecimento através de ma chamada de atenção do blogamigo Ralf Wokan.

A tradução do documento foi feita com alguma rapidez, pelo que poderá haver alguns aspectos que se desviem ligeiramente do sentido das intenções dos declarantes. Para colmatar possíveis deficiências, no final do texto deixo o url.

Relembro que a I Guerra Mundial teve como fundamento mais próximo o assassinato de Francisco Fernando da Áustria, arquiduque da Áustria-Hungria, em Serajevo, actual capital da Bósnia Herzegóvina (que encontrará no mapa publicado), em 28 de Junho de 1914.

http://www.globalresearch.ca/index.php?context=va&aid=8098
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1495. Afinal era só aprendiz!...







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Segue
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sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008

1492. Citação do dia

"In recent days, there is a sense of movement and a sense of spirit. Something is happening in America and people are prepared and ready to make that great leap."
REPRESENTATIVE JOHN LEWIS, referring to growing support for Barack Obama.


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"Nos últimos dias, tem havido uma sensação de movimentação e de predisposição. Algo está a acontecer na América e as pessoas estão preparados e prontas para dar o grande salto".

JOHN LEWIS, membro da Câmara dos Representantes, referindo-se ao apoio crescente a Barack Obama.
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Nota do Blog
Em todo este processo, tem-me causado grande estranheza a circunstância de Barack Obama estar a ser suportado pelo clâ Kennedy e não haver referências ao assunto e mesmo quando em uma ou outra reportagem, Edward Kennedy aparece, fá-lo sempre a um canto da imagem, de fugida, para, de imediato, desaparecer. Muito estranho e nada normal numa família sempre tão na primeira linha.



terça-feira, 12 de fevereiro de 2008

1491. Marieta & Julieu - "A opção"

Click, para ampliar
Gentileza de IM
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1490. Marieta & Julieu - Eles "andem" ao Deus dará...


E, agora, a prova de que eles "andem" por aí, desprezados, sem aproveitamento,
em verdadeiro crime de lesa-pátria...

Click em ambas as imagens, para ampliar e se aperceber melhor da tragédia!...
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segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008

sábado, 9 de fevereiro de 2008

1487. Florença - "Il Duomo"



A renascentista cúpula de Il Duomo (a abóbada) tem forma octogonal e é de uma beleza deslumbrante.

Foi projectada por Filippo Brunelleschi e é constituída por duas calotes em forma de ogiva.

Ficou pronta em 1434.






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1486. "A Religião da Paz"


Muçulmanos desfilando nas ruas de Londres durante a sua "Demonstração da Religião da Paz".

Tente imaginar um tal desfile, mas de sinal contrário, nas ruas de Baghdad, ou mesmo de Teheran ou ainda de uma qualquer capital islâmica.



* * *


Estas fotos ficam aqui, em homenagem a uma série de pessoas que conheço - e com quem tenho trocado impressões - porque, também eles, entendem que estas movimentações muçulmanas são todas em prol da Paz. Idiotas úteis sempre houve e sempre haverá. O que é que Hitler teria conseguido sem eles? Nada! Rigorosamente nada!
Gentileza de IM

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2008

1485. A saga...

Já nem sei se hei-de escrever

A saga continua (?!?!?!)

ou

A saga contínua (?!?!?!)

Francamente!...

Alguém por aí conhece a historieta "Pedro e o lobo"?

Neste momento, o que é que acha que aconteceria se o "Pedro", aflito por estar prestes a ser devorado pelo lobo, gritasse:

- Socorro, acudam, está aqui o lobo, que me vai devorar !!!

Cá para mim, todos na aldeia pensariam:

- Qual lobo, qual quê?! Aquilo é a treta habitual. Mas, mesmo que seja verdade, olha, que o coma. De preferência de cebolada... Coitadinho do lobo, vai ter cá uma indigestão!...

* * *

1 - Afinal, a conferência dos recibos sempre aclarou alguma coisa. hein?!

2 -
Estou absolutamente convencido der que o "Pedro" já não consegue, mesmo que queira, dizer três frases seguidas, sem que duas se desconformem com a verdade...
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1484. O Juiz - ...e se vem outro pior?

1483. Marieta & Julieu - "O especialista assobiador"

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008

1482. Estes dois homens deviam ter sido já demitidos

Em outra oportunidade, referi-me a este assunto, no post 1475.

No entanto, tenho que a ele voltar, porque, se se tratava então de um escândalo, agora ultrapassou já essa barreira e é uma total aberração que não pode ser deixada passar ser consequências.


O director nacional da Polícía Judiciária, Alípio Ribeiro, proferiu as declarações que proferiu, deixando a Instituição, o MºPº e, pelo menos uma parte da judicatura portuguesa, completamente de rastos. Com eles, o País. Perante todo o mundo, porque o caso tem repercussões mundiais e até perante gente que ainda não se sabe que culpas reais tem, mas que se sabe, isso sim, que, pelo menos a de abandono de menores, tem efectivamente. Sem quaisquer dúvidas.

Devia ter sido, acto contínuo, demitido. Outra atitude não é admissível, em defesa da dignidade do País e das suas Instituições.

Acontece, porém, que, em lugar de ter sido demitido, o
respectivo superior hierárquico, ministro da justiça, veio afirmar, com aquele ar de serafim enjoado que todos lhe conhecemos, que "o facto de o director nacional da PJ continuar em funções significa tudo o que penso sobre essa matéria". Ou seja, concorda com as declarações ou, no mínimo, não as considera suficientemente graves para que proponha ao primeiro ministro a demissão de tal director.

Aqui chegados, ao nível a que foi produzida tal declaração está, pois,
acrescentado um degrau.

Ora, o que é verdade e ninguém, nem mesmo os "serafins enjoados", pode escamotear é que as declarações são de extrema gravidade.

E se o ministro da justiça não toma as medidas adequadas e com a máxima urgência que deveria tomar, e mais, assume, ele próprio, uma atitude que agrava tudo o que vinha do antecedente, então nada mais lhe resta do que ser mandado repousar, no aconchego do lar, pois que o seu comportamento revela, no mínimo, um enorme cansaço, a que urge pôr termo imediato, antes de que algo de maior gravidade aconteça.

Esta história, como decerto já adivinhou, pode ter continuação...
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1481. Ele "ande" aí...




Gentileza de I.M.
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terça-feira, 5 de fevereiro de 2008

1480. A incomparável Florença

Trecho da incomparável Florença.
Em primeiro plano, à direita, as arcadas e a fachada do piso superior da Galleria degli Uffizi.
Ao fundo, igualmente à direita, a torre e uma ameia do Palazzo Vecchio.
Ainda ao fundo, uma nesga da Piazza della Signoria, e, à mesma distância, mas à esquerda, invisível, fica La Loggia.

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1478. Alerta!... Alerta está!...

Os regimes podem renascer. Este está gasto.
Fui sondado para encabeçar "movimento de indignação"
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Não garanto que as frases sejam estas, ipsis verbis. O sentido, porém, não está desvirtuado.

Alertado por bloguista amigo, fui à procura do que havia sobre o assunto.

Para se avaliar bem do peso destas observações, mas igualmente para se aquilatar de outras coisas que é de bom aviso que se retenha, aqui ficam mais umas achegas:

São da autoria do gen. Garcia Leandro, novo director do Observatório de Segurança, Criminalidade Organizada e Terrorismo.

Acresce que o Observatório foi fundado e organizado por Rui Pereira, actual ministro da administração interna.

Outros membros dos corpos sociais são o gen. Loureiro dos Santos (presidente da Mesa da Ass. Geral) e José Manuel Anes (secretário-geral).


Garcia Leandro, que foi director do Instituto de Defesa Nacional e pertenceu à direcção da Associação Portuguesa do Colégio de Defesa da NATO, parece favorável a uma demarcação do Observatório, relativamente ao Estado, considerando que entrou em fase de consolidação, importando que os seus membros não sejam agentes do Estado, mas simples cidadãos.

Aqui fica a informação. Para que conste.
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1477. Quitéria & Gertrudes - "A indemnização..."

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segunda-feira, 4 de fevereiro de 2008

1476. "Estranha forma de vida"

É da autoria do meu ilustre amigo José Miguel Dias Pereira, advogado de profissão, defensor acérrimo das gentes e interesses setubalenses, o artigo que adiante transcrevo por o julgar de muito interesse, principalmente na hora que vivemos neste país que é uma bênção dos Céus, mas que muita gente teima em estragar por completo.

Dias Pereira faz parte daqueles que não se conformam com a actual situação nacional, mas também a nível local, e que se vai rebelando como é possível, sem nunca perder a esperança em "amanhãs" melhores, desde que "não cantem", porque de desafinadas cantorias estamos todos saturados até à medula...

Deixo-o, pois, com "A estranha forma de vida", de José Miguel Dias Pereira. Fica em boa companhia, creia.

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Foi por vontade de Deus

que eu vivo nesta ansiedade (…)

Que estranha forma de vida

tem este meu coração:
vive de forma perdida;
Quem lhe daria o condão? (…)

Coração independente,
coração que não comando:
vive perdido entre a gente,
teimosamente sangrando,
coração independente.

Eu não te acompanho mais:
pára, deixa de bater.
Se não sabes onde vais,
porque teimas em correr,
eu não te acompanho mais.”

Não apurarei se esta letra, imortalizada por Amália Rodrigues, era dela, ou de outro poeta de serviço, nem essa conclusão seria relevante para este escrito, onde venho partilhar com os meus leitores um estado de alma.

A minha deixa, começa com a lucidez do título “Estranha forma de vida”, quando o poeta se refere a um coração que se apaixona e que por isso vive e bate para além da razão, e que ele desiste de acompanhar, porque vive perdido, independente e sem controle, não sabe para onde vai, mas teima em correr. E que acaba com o poeta, coitado, a sentir-se oprimido por um coração assim.

Pronto: eu não sou poeta e por isso, indo direito ao assunto, é estranha a forma de vida do nosso Estado. E da nossa relação com ele. Tal como a relação do poeta com o seu coração. É que, se Coração do Poeta era dele, apesar de se ter autonomizado e ganho vida própria (a tal que é estranha), também o Estado é nosso, e se autonomizou, passando a assumir destinos que nada dizem aos cidadãos (e que por isso nos são estranhos e nos oprimem).

Querem ver? Ele é uma lei estúpida do tabaco, assomo claro de que querem mesmo tomar conta de nós, depois de andarem anos a dizer-nos o que era bom para nós; quer proteger-me a mim – não fumador – duma coisa de que eu me sei proteger e onde não preciso da ajuda de ninguém (muito menos de quem não serve de exemplo…). Outra: uma autoridade ainda mais estúpida – parece que se chama ASAE mas também dá pelo nome de “Polícia das Bolas de Berlim” – que se demarca das leis que aplica, invocando que não legisla, mas que as leva até onde o legislador nem imaginou, salvo no que se lhe aplica…

E que dizer na área da segurança individual, de um sistema de investigação que só apanha um delinquente por denúncia, por escuta telefónica ou por acaso? Ainda há 6 meses soube do enjoo de um Sr. Agente perante uma denúncia de crime de intromissão em propriedade privada e de dano grave por o participante… não poder dizer quem tinha sido. Especializou-se em quem tem morada, número de contribuinte e por onde pagar - o que justifica os gravíssimos assaltos perpetrados pela maioria dos radares de velocidade de Lisboa ou as operações que por cá vemos na Variante ou na descida do Jumbo. E que, por isso, perde mais tempo e aplica mais meios para apurar de quem é um Mercedes estacionado 10 minutos fora do tempo do parquímetro – que há-de pagar um multa de 30€, nem que seja a última coisa que faça! - do que a perseguir e apanhar o marginal que danificou o mesmo carro, em mais de 2.000€… Lindo.

E por aí fora com as taxas do audiovisual, dos resíduos sólidos, do Simplex, ou da Administração Central, Local e Fiscal, toda virada para os números ou as estatísticas, e para servir de palco a uma classe emergente e já poderosa de dirigentes sem Mundo ou Obra, de implacável mediocridade e de sofreguidão pelo poder, que fazem a inteligência parecer uma desvantagem perante a vida. Uma miríade de exemplos que muito me divertiria enumerar aqui (se não fosse triste e, pior, do meu Estado), mas onde não hesitarei em começar uma cruzada, se me provocarem.

O meu ponto é este: tal como o poeta de fartou do coração e lhe diz “pára e deixa de bater, se não sabes onde vais; porque teimas em correr, eu não te acompanho mais” também os portugueses começam a dizer do seu Estado a mesma coisa. Seja no crescente alheamento eleitoral, que só não é maior porque há abstenção no próprio recenseamento, apesar de obrigatório, como no alheamento cívico e participativo, e como tal na negação desse verdadeiro Colectivo que é um Povo.

E então, parafraseando o poeta: “Oh Estado: Pára e deixa de cobrar, se não sabes para onde vais; porque teimas em existir, eu não te acompanho mais!

Na verdade, se já nem isto nos importa, se não nos sentimos reprimidos, negados, mesmo gozados, como Povo, é de facto estranha, a nossa actual forma de vida…

Dias Pereira
(Cidadão e Contribuinte)
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