Os portugueses têm de salvar-se de si próprios, para salvarem Portugal

quarta-feira, 29 de outubro de 2014

3209. Citius e outras pressas...

Que vos dizia eu aqui há cerca de 10 dias atrás?
Houve quem se admirasse e até quem duvidasse, não é verdade?
Agora, o que se espera é que se averigue concretamente o que ocorreu e, em caso de concretização da culpa, se puna quem deve ser punido.

* * *

Mas as averiguações não podem incidir exclusivamente sobre os responsáveis-executores do crime; os responsáveis-mandantes devem ser igualmente procurados.

Porque estas coisas, quando acontecem, não acontecem por geração espontânea. Muito pelo contrário, obedecem a intenções políticas bem determinadas e estratégias delineadas com antecedência e esquematizadas de forma a acontecerem APENAS quando fizerem mais mossa. Os executores executam mas, para tal, dispõem de backup. E o backup são os mandantes. Os primeiros, os executores têm a responsabilidade material; os mandantes, a moral, que não é menor, muito pelo contrário, do que a material.

Ora, todos sabemos que haviam sido feitos vários testes ao Citius ao longo do processo de reforma e as coisas tinham corrido sempre bem, sem terem surgido problemas. E, no próprio dia de arranque do sistema, novo teste foi executado com mesmo resultado, ou seja, sem qualquer problema. Até que, já com o processo a correr, as coisas descambaram.

Só podia ter sido por sabotagem.

Restam poucas dúvidas de que, embora em grau menor, o mesmo ou algo de muito semelhante tenha acontecido no Ministério da Educação, com a colocação de professores.

Não era possível que, na fase em que se está da política em Portugal, fosse permitido que as coisas corressem bem ou não corressem mal em dois ministérios que, conjuntamente com o da Saúde, são absolutamente fundamentais, pela sua dimensão, pela grandeza dos número de meios envolvidos,

As coisas são como são é não como por vezes gostaríamos que fossem.

NB.- O interessante da questão é que, depois de tanto barulho ter sido feito e por tanto tempo por toda a Comunicação Social acerca deste caso Citius ("citius" é uma palavra de Latim que significa "rapidamente"), esta notícia de hoje apenas tenha saído no DN e, embora em primeira página, num linguado pequeníssimo.

Fruta da época...

rvs
2014 Out 29

3208. Acabando com os mitos...


Acabando com os mitos...
Um dos mitos que vai sobrevivendo na sociedade portuguesa é o de que a actual crise é geral.

Não é. Efectivamente, ela não atingiu todos os portugueses, diga-se em abono da verdade. e, para sermos mais rigorosos ainda, ela não atingiu aqueles que, por via de regra, são os mais desprotegidos, ou seja, os de rendimentos mais baixos.


Nestes casos e pelo contrário, a crise beneficiou-os.

Há, pois, que lucidamente desfazer mitos demagógicos que por aí são apresentados aos cidadãos que, por falta de preparação, os engolem tal e qual como são servidos, sem qualquer mastigação prévia, pois..

Em primeiro lugar, a crise atingiu todos quantos perderam o seu posto de trabalho. Quanto a estas vitimas, não há a mínima dúvida. Perder o seu posto de trabalho, ainda que se tratasse apenas de um posto de emprego, é uma perda relevante e crítica.

Depois, foi relevantemente atingida apenas a classe média. E, dentro da classe média, os mais atingidos foram, sem a menor sombra de dúvida, os pensionistas. Os da classe média, sublinhe-se uma vez mais. Os funcionários públicos perderam algumas benesses é certo e os privados menos ainda por certo.

Mas as perdas havidas com a contribuição especial de solidariedade não vão ter prolongamento, uma vez que ela vai ser desactivada a partir de Janeiro próximo.

A classe mais desfavorecida não sofreu tais perdas. E acontece mesmo que, além de não ter tido cortes nem congelamentos, teve mesmo benefícios.

Porquê?

Porque os preços, tanto da alimentação, como do vestuário e do calçado e bem assim dos medicamentos - que, como é sabido, são os de maior necessidade e consumo - sofreram baixas assinaláveis, em alguns casos da ordem dos 50% a 70% relativamente àqueles a que estávamos "habituados" antes da crise. E este abaixamento de preços foi a natural consequência de dois fenómenos.

O primeiro, foi a instalação dos chineses e suas lojas em Portugal. O segundo, a própria crise que chegou mesmo ao ponto de atingir também os próprios chineses, já que o comércio indígena, que havia sido por eles perfeitamente desbaratado, acabou por desbaratá-los também de seguida, após ter sido obrigado a baixar os preços por força da crise.

Sim, a crise teve também o efeito salutar de evidenciar que os preços que se praticavam em Portugal, na alimentação, nos vestuário, no calçado e nos medicamentos eram perfeitamente abusivos.

E já nem falo no preço da restauração em geral... A queda foi a pique. E igualmente no preço das habitações. Sei de casos em que casas que se vendiam anteriormente a 80 e a 90.000 euros se venderam depois 40 e a 50.000. Não digo aqui onde, mas posso provar. E o vendedor não perdeu dinheiro com tal abaixamento de ganho. A ESPECULAÇÃO ERA ENORME.
Só quem não vive - morar é outra coisa - em Portugal é que não se apercebeu de tudo isto ainda.
Há, pois, que abrir os olhos e ver com olhos de ver mesmo, para não ser engrolado pela cambada que por aí campeia!
rvs
2014Out28

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