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segunda-feira, 27 de abril de 2009

2139. Freeport - Investigadores em Londres

Caso Freeport: 'Offshores' levam investigação a Londres

Uma pequena comitiva de investigadores portugueses partiu ontem para Inglaterra para a sede do Serious Fraud Office. Procuradores e polícias vão analisar o material recolhido pela investigação dos agentes ingleses. As transferências de dinheiro entre Londres e Lisboa e a circulação de capitais por 'offshores' são as principais prioridades.

A eventual circulação de dinheiro por paraísos fiscais que terão sido utilizados para pagamento de subornos no caso Freeport é a principal razão da viagem de um pequeno grupo de investigadores que partiu, ontem, para Inglaterra. A comitiva, ao que o DN apurou, é liderada pelo procurador Vítor Magalhães, o titular do inquérito, e conta com mais três elementos da Polícia Judiciária de Setúbal, Maria Alice Fernandes, Carla Gomes e Acúrsio Peixoto.

De acordo com uma fonte próxima da investigação ao Freeport, a deslocação de elementos da investigação portuguesa a Inglaterra pretende, além das questões meramente operacionais, estreitar a colaboração com os ingleses. Será a primeira vez que o procurador Vítor Magalhães estará à mesma mesa com os polícias ingleses. No final do ano passado, houve uma reunião na sede do Eurojust, organismo europeu que trata da cooperação judiciária, mas a comitiva portuguesa apenas integrou dirigentes da PJ e do MP. Ninguém dos polícias ou procuradores que estão "no terreno" participou.

Os investigadores vão ainda tomar conhecimento dos elementos recolhidos pelos ingleses, pedidos em 2005, pela PJ de Setúbal. Tal como consta da Carta Rogatória enviada em Janeiro deste ano de Inglaterra, ainda existiam várias situações pendentes, como a identificação das contas e agências bancárias utilizadas pela empresa Freeport em Inglaterra. Os portugueses tinham ainda pedido o registo de movimentos bancários "que possam indiciar corrupção".

A análise destes dados poderá ser um passo importante na investigação. Isto é, os elementos detidos pelos ingleses tanto podem reforçar eventuais suspeitas de que, de facto, houve corrupção, ou, por outro lado, não indiciarem nenhum movimento bancário suspeito. O caso tem apenas dois arguidos: Charles Smith e Manuel Pedro.

DN 2009.04.27

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