Os portugueses têm de salvar-se de si próprios, para salvarem Portugal

sexta-feira, 27 de julho de 2007

1197. Incêndios florestais em Portugal

Passados que estão os meses de Junho e Julho (se bem que deste ainda restem 4 dias), importa fazer um pequeno balanço, embora provisório, da época que, por via de regra, se caracteriza pelo eclodir de milhares de incêndios florestais no nosso país.

E esse pequeníssimo balanço - afinal, destinado a realçar algo que parece evidente e tem vindo a ser todos os anos razoavelmente mistificado - parece vir trazer à evidência que a esmagadora maioria - para não dizer mais... - dos fogos florestais não tem, como por aí tanto se propala, origem em actos criminosos por intenção ou mesmo por negligência.

Na verdade, enquanto assistimos a incêndios devastadores na região mediterrânica leste, onde as temperaturas têm sido elevadíssimas, em Portugal, onde, pelo contrário, o calor tem sido moderado, temos vivido, até ao momento presente, uma situação de grande acalmia.

Ora, sabendo-se que, embora não se tendo verificado grandes vagas de calor em Portugal, o certo também é que as temperaturas não têm sido outonais ou mesmo primaveris e não tem chovido, pelo que os pinhais estão secos (ainda ontem o pude constatar uma vez mais, na zona do Pinhal, de onde sou natural e onde vou frequentemente), fácil é criminosamente lhes pegar fogo. Sim, se houver, como tanto se propala por aí, mão criminosa na grande maioria dos incêndios florestais verificados no país, por que raio de motivo este ano não têm sido dadas notícias de quaisquer fogos, no decurso destes dois últimos meses?

E parece só se poder retirar uma conclusão: a razão principal a existência dos fogos florestais está na falta de limpeza das matas e na falta de vigilância da floresta, e não, como se tem feito crer, em mão criminosa que ateie as chamas.

A menos que se defenda a teoria de que os criminosos estão muito recolhidos em casa, com receio da de se molharem nos pinhais... com a chuva que não tem caído.

Uma vez mais se constata, pois, que as teorias tão elaboradas que são apresentadas "ao respeitável público" não se baseiam em seja o que for de concreto e palpável, mas antes se limitam a veicular opiniões inconsistentes que dão corpo às habituais e sempre célebres "estatísticas portuguesas".

"Estatísticas portuguesas" que, em tempos, foram bem caracterizadas por alguém através de tirada que afirmava que a diferença entre um computador americano e um computador português estava no facto de que o americano calculava, ponderava e apresentava um relatório fundamentado, enquanto que o português "tinha uma ideia" de que as coisas se passassem como ele imaginava que passavam, ideia essa que logo era vertida em sentença de lei.


Ora, experimente aplicar a teoria ao caso vertente e veja se, tantos anos passados, não continua "tudo como dantes, quartel general em Abrantes"??
...

2 comentários:

Camilo disse...

À semelhança do "Caso Casa Pia"...
o Amigo Ruvasa vai ver que o ministro do MAI vai dizer que desconhecia haver incêndios florestais em portugal.

Ruvasa disse...

Viva, Camilo!

Admire-se! Lata não lhes falta. E, se não disser isso, é capaz de dizer que não tem havido incêndios por força da acção esforçada do governo.

Em 1996, com Guterres, num ano em que choveu que se fartou e, por isso, houve poucos incêndios, tiveram a lata de dizer isso mesmo.

De modo que...

Abraço

Ruben