Os portugueses têm de salvar-se de si próprios, para salvarem Portugal

sexta-feira, 24 de agosto de 2007

1223. Carta de António Brotas a Helena Roseta

Lisboa, 24 de Agosto de 2007

Cara Helena Roseta,

Leio no jornal (no “Público” de ontem) que o executivo lisboeta aprovou uma proposta da vereadora Helena Roseta a exigir ao Governo que no estudo comparativo que o Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC) está a realizar sobre a localização do futuro aeroporto de Lisboa “seja incluida a alternativa Portela+1” tomando como segunda opção para apoio do actual aeroporto a “hipótese de Alcochete”.

Não deixando de considerar como muito positivo o facto da Câmara de Lisboa se começar a interessar e tomar uma posição sobre um problema de grande importância estratégica para a cidade, faço-lhe notar que a fórmula “Portela +1” é algo equívoca, e que a exigência, agora, no final de Agosto, de um acrescento ao estudo inicialmente pedido ao LNEC só pode trazer confusões e atrasos.

O LNEC foi encarregue de estudar as vantagens e inconvenientes dos dois aeroportos da Ota e de Alcochete e de fornecer ao Governo elementos para decidir sobre a localização do NAL ( novo aeroporto de Lisboa). Não sei como é que o LNEC está a dar conta deste trabalho que, em princípio, deve ser apresentado dentro de 3 ou 4 meses.

Se a opção final for a de um aeroporto na carreira de tiro de Alcochete, onde tem possibilidades de expansão quase ilimitadas, este aeroporto deverá ser construido por fases. Num primeiro período, terá, necessariamente, de coexistir com o aeroporto da Portela. Só, talvez daqui a 10 ou 15 anos, será necessário decidir se o aeroporto de Alcochete se deve expandir de modo a permitir o encerramento do da Portela, ou se devemos, em definitivo, adoptar a solução Portela+1 (Portela+Alcochete). Nessa altura teremos de ter já resolvidos outros problemas como é o caso da nova travessia ferroviária do Tejo.

É, portanto, absolutamente impossível ao LNEC fazer agora um estudo e fornecer uma informação válida sobre a fórmula Portela+1. Deixemos-lo, portanto, com seu mandato inicial e façamos votos de que o cumpra o melhor possível.

Entretanto, é altamente desejável que a Câmara de Lisboa, na sequência desta sua decisão, crie o que lhe tem faltado, um verdadeiro centro de estudo e de debates sobre os grandes problemas estratégicos que interessam à cidade.

António Brotas
Professor Jubilado do IST
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2 comentários:

Menina Marota disse...

Numa noite quente de Agosto, longe de Lisboa, por aqui neste litoral do Norte, a política está longe...

Beijo e bom fim de semana ;))

Ruvasa disse...

Viva, Menina!

Sorte a tua! Desfruta-a o mais que puderes.

Beijos e fim de semana melhor ainda.

Ruben