Os portugueses têm de salvar-se de si próprios, para salvarem Portugal

domingo, 2 de dezembro de 2007

1286. A Oeste? Nada de novo...

Tenho andado mais ausente do que de costume das páginas deste meu/nosso blog. Vários foram os motivos, desde afazeres de ordem familiar a outros menos recatados e um pouco mais efervescentes.

Acontece que há 18 anos - em 1989, portanto – me afastei das lides partidárias, completamente desiludido e desgostoso, revoltado mesmo, com certas práticas – que não adjectivo concretamente por uma questão de decoro e de amizade e fraternidade para com algumas pessoas – que muito me lesaram e a outros e ao partido em que militava, aqui em Setúbal. Talvez que daqui a muito pouco tempo "seja tempo" de trazer tudo à luz do dia, com a narração de certas manobras e alguma reprodução documental de apoio à verdade dos factos.

Bem, mas dizia eu que há 18 anos andava afastado das lides partidárias.

Pois bem. Aqui há menos de quinze dias fui convidado para, integrado numa equipa, tentar modificar um status quo que apenas diminui o meu partido e a concelhia a que estou agregado.

Enchemo-nos de boa vontade e demonstrámos urbi et orbe uma postura inovadora, em que a transparência, a clareza de propósitos, a comunicação constante e desinibida com os militantes-eleitores – a par de um projecto político também ele a atirar um calhau ao charco – constituíram a pedra de toque da mudança.

Mudança que pretendíamos encetar e levar por diante, em prol de um partido mais aberto, mais arejado, mais democrático e interveniente, que se torne num agente de desenvolvimento desta nossa terra que, de há cerca de 15 anos para cá parou no tempo e foi ultrapassada por qualquer “aldeia galega”, já que, de 3ª ou 4ª cidade do país, que era, está hoje bem perto da cauda da tabela, no que respeita às capitais de distrito… mas não só.

Demos o nosso melhor no tempo de que dispusemos que foi menor, bem menor, do que o dos nossos opositores, detentores do poder de há anos e anos para cá, always the same. Como a lesma.

Não foi suficiente e não dispusemos de alguns meios - que também não utilizaríamos, diga-se em abono da verdade. O resultado de tudo isto somado foi que perdemos. Por números inesperados e pesadotes.

Enfim, tal circunstância não me abateu nem abaterá. Julgo-me suficientemente apegado à democracia, a real - não a formal e capciosa, tão do agrado de alguns… - para que do ponto de vista pessoal tal insucesso me cause qualquer engulho.

O que me incomoda – e muito – é a circunstância de ter concluído que as razões que há 18 longos anos me levaram a virar costas à política partidária activa não deixaram, como ingenuamente cheguei a supor, de existir, porque se algo se alterou relativamente às práticas de então, foi em direcção ao seu lamentável refinamento.

Tudo isto me desgosta profundamente, como facilmente se imagina.

Verifico que Setúbal continua terra condenada. Pelos detentores do poder autárquico, pelos detentores do poder central. Mas igualmente, imagine-se!, pela incapacidade dos detentores do poder no meu partido a nível local, que mais se assemelham ao protagonista de conhecida e bem humorada história, que, não agindo por incapacitante impotência, atingido que foi o seu plafond de competência, também não saía de cima, para evitar que surgisse outro que, mais capacitado, logo pusesse em evidência a sua fraqueza. E, para isso, caricatamente mas igualmente com algumas ajudas extra-regulamentares, agarrava-se à parceira subjacente de todas as formas e com todas as forças, pouco lhe importando a respectiva legitimidade.
Das formas e das forças, evidentemente.

Porém – há sempre um porém… – se tudo isto me desgosta de forma profunda e dilacerante, não será suficiente para que me tolha. Quem sinta o mesmo que aja em conformidade. Como lhe compete.
...

6 comentários:

Isabel Filipe disse...

"....
porque se algo se alterou relativamente às práticas de então, foi em direcção ao seu lamentável refinamento.
"

é realmente uma pena .... uma tristeza ... uma vergonha ...
________________________________


porque julgo que será assunto do teu interesse

Petição em Prol das Crianças Vítimas de Abusos Sexuais

vê no meu Blog pfvr

bjs e continuação de bom domingo

Ruvasa disse...

Viva, Isabel!

É verdade. As coisas são como são.

Vou já para lá, amiga.

Beijinho

Ruben

Ruvasa disse...

Amigo Ruben

Eu, enquanto for militante, estarei sempre presente nas votações.

Quanto ao resto, também me encontro um pouco afastado do dia a dia
político/partidário.

Hoje, dedico a maior parte do meu tempo à cidadania activa e tento esquecer os maus tratos e os maus exemplos que os políticos estão a dar ao País.

Um abraço amigo
AAlves

Ruvasa disse...

Viva, AAlves!

Bem sei, Amigo, bem sei...
Quem é que, com um mínimo de senso não faz o mesmo?
Mas alguém tem que dar a volta ao status quo...

Abraço

Ruben

Anónimo disse...

«ter concluído que as razões que há 18 longos anos me levaram a virar costas à política partidária activa não deixaram de existir»


...pois amigo Ruben...tá tudo na mesma ou pior...e em tds os partidos, não é só no teu.

Beijinho

Ruvasa disse...

Viva, MJoão!

É triste, muito triste.

Enfim, algo terá que ser feito.

Beijinho

Ruben