Os portugueses têm de salvar-se de si próprios, para salvarem Portugal

quinta-feira, 13 de dezembro de 2007

1304. E agora... um pouco de cultura setubalense

Quer seja curto ou comprido
quer seja fino ou mais grosso
é órgão muito querido
por não ter espinhas nem osso.

De incalculável valor
pois ninguém tem um a mais,
desempenha no amor
um dos papéis principais.

Quando uma dama aparece
ei-lo a pular com fervor.
Se é de rapaz, estremece;
se de velho, pouco é o vigor.

Seu nome não é tão feio
pois tem sete letras só.
Tem um R e um A no meio,
começa em C e acaba em O.

Nunca se encontra sozinho,
vive sempre acompanhado
por um par de orgãozinhos,
perto de si, lado a lado.

O nome destes, porém,
não gera tais confusões...
Tem sete letras também
tem um L e acaba em ÕES.

Vou acabar com o embalo
e com as más impressões:
os órgãos de que vos falo
são coração e pulmões!


Manuel Maria Barbosa du Bocage
...

2 comentários:

Camilo disse...

Tenho os livros do Manuel Maria... Já os li e reli.
Mas, sempre que se me depara "isto", delicio-me como se fosse a primeira vez.
E farto-me de rir.
Obrigadinho, Amigo Ruvasa.

Ruvasa disse...

Viva, Camilo!

Sim, o Manuel Maria foi um caso muito sério na poesia portuguesa e também na irreverência.

Cá pelo sítio há um bom par deles, do género, ainda.

;-)

Abraço

Ruben