A GAIOLA DAS MALUCAS
ou
O Albergue Espanhol
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O Albergue Espanhol
Em resposta ao post Eh pÁ! Esta é forte! no Blog "Broncas do Camilo", ainda um pouco obnubilado pelos festejos da noite passada, redigi o texto que segue e que resolvi trazer aqui, em jeito de croniqueta de dia de Natal em tempos de aflição.
Viva, Camilo!
Se bem que comungue muitas das ideias que aqui expressa, o que mais me aflige em toda esta questão não é o facto de perdemos alguma autonomia que tanto nos custou a ganhar e conservar e recuperar e etc, desde 1143 até aos nossos dias. Isso era inevitável e sempre fez parte da ideia ab initio. Nem de outro modo se compreenderia que quiséssemos estar na União. Há que receber, mas também dar, que diabo! Não se pode estar com um pé fora e outro dentro, como, por exemplo (mau exemplo) a velha Albion.
Portanto, dou de barato que alguma autoridade sobre nós mesmos teríamos que perder, transferindo-a para outros. Como não sou anjinho - presumo que não sou... - nem nenhum de nós (os que nos vamos interessando por estas coisas ridículas..., que os outros apenas querem saber se isso é coisa que se coma ou não...), o facto era esperado desde Janeiro de 1986 e, portanto, em si mesmo não é motivo de grande surpresas nem tão pouco de grandes zangas.
O que muito me aflige, confesso, e julgo ser o que está a afligir a maioria das pessoas é outra coisa, ou melhor, são outras coisas, a saber:
1 - A baixíssima qualidade dos políticos que nos governam cá pela nossa terra - o índice é extremamente baixo... será que na razão directa dos respectivos QIs? - mas não só destes como dos dessa Europa, a maior parte dos quais verdadeiras aberrações de pensamento;
2 - E, quanto a mim, ainda mais preocupante:
Esta sanha louca de meter cada vez mais pessoas e povos e culturas na mesma trouxa!
Vamos em 27. E mais quantos virão ainda? Isto é uma verdadeira megalomania, melhor ainda, esquizofrenia! Um dia destes estamos a deixar aderir a Rússia, a China e os States.
These guys estão loucos e não têm a mínima ideia do que fazem e nos fazem, andando a sabor das marés. Os outros, os que verdadeiramente mandam na UE...
...porque não estou a referir-me ao nosso balofo representante que não conta para nada, a menos que para um certo espectáculo burlesco em que um gajinho magrinho e penteadinho, de cuecas em plena praça pública, pondo à vela aquilo que tem (quem dá ou mostra o que tem a mais não é obrigado... lá isso!...), ou seja, umas perninhas de alicate, se mostra a correr nas praças principais dessa Europa e arredores, causando incómodo a milhares de cidadãos do país em que se dá a tão infeliz e buffa opereta e, portanto, para gozo geral dos povos e dos governantes dos outros países e desgraça nossa.
Sim, estou a falar do dactilógrafo do Tratado Reformador.
Mas, deixemos o parêntese para tratar de assuntos paroquiais, meramente coloquiais, por falta de substracto para mais, e atente-se no que realmente tem essência.
Ab initio eram 6, depois, 9, seguidamente, 12 (e connosco já, que fomos o undécimo), mais tarde, 15, apos, 25 e agora, 27. Mais a Turquia que há-de entrar também, e, pelos planos gizados mais... mais... mais... mais... mais..., ad infinitum et ad eternum, per saecula saeculorum, Amen!...
Esta malta não sabe o que é uma associação, uma união, o diabo que os carregue!
Ora esta União criou-se para fazermos frente a quem nos ameaçava sob o ponto de vista económico, mas não somente. Ora, a continuar este disparate, qualquer dia estamos todos na União Europeia e, do outro lado, só há marcianos com quem trocar mercadorias, valores, comerciar enfim!
E quanto ao guerrear, o mesmo se passa pois que já se falou - e estou em crer que será a empresa seguinte - em meter a Rússia na NATO, mas não somente a Rússia.
These guys são completamente from out of this world e nós estamos à sua mercê, é o que é!...
As minhas maiores aflições centram-se nisto e creio que é aqui que verdadeiramente teremos que estar atentos e muito... muito... muito preocupados. Em face disto, o resto são peanuts.
Abraço
Ruben
Que fazer? Ou, de outro modo, quid juris?
...
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5 comentários:
«Estes gajos são completamente chalados e nós estamos à sua mercê, é o que é!...»
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É isto que me deixa apreensivo quanto ao futuro.
Amigo Ruvasa, este Natal foi um Natal triste.
Sem poder de compra.
Com as lojas sem clientes, mas cheias de despesas e compromissos difíceis de cumprir.
E, "estes gajos chalados" a marimbarem-se para os problemas da malta.
Preocupados, isso sim, com acordos e tratados da tanga.
Com a cor do cócó,do formato do rolo do papel higiénico, da colher de pau e da açorda alentejana...
Tem de se por em prática aquela célebre frase de Martin Luther King:
"...que de cada localidade ressoe a liberdade"...
Gostei do seu comentário.
Ele dá-me aquela força que às vezes me falta, porque, momentos há que penso estar sòzinho.
Felizmente verifico que não.
Afinal,há mais...VIGILANTES!!!
Um grande Abraço,
mas dos grandes!
Dizer hoje, dia de Natal, nas TV's...
"A nossa economia está a criar mais emprego do que perde..."
É mesmo de gajos chalados.
Chalados e sem cura!!!
Viva, Camilo, meu blogamigo!
Não está sozinho, não! Nem estamos sozinhos. Basta dar uma volta pela Blogosfera e ler e outra pela própria rua em que vivemos e ouvir e logo notaremos que, efectivamente, não estamos sós.
O problema é esta falta generalizada de entendimento correcto do que é uma democracia e o carneirismo que no ataca tãop fortemente, no momento de lançar o voto.
Tenho feito alguma campanha pelo voto NULO, que considero o adequado, já que a abstenção e o voto EM BRANCO são completas burrices, por facilitarem - e de que maneira! - as golpadas, mas o que é certo é que, até ao momento, não conseguiu convencer muita gente.
Abraço
Ruben
Ruvasa,
Agradeço o comentário que deixou no meu post em «Democracia em Portugal?».
Gostei deste seu texto. Os governantes são vaidosos ofuscados pelo poder e esquecidos da sua verdadeira função que é criar bem estar para os cidadãos.
Quanto ao voto em branco ou voto nulo, parece que o branco, embora se possa prestar a golpadas (difíceis por nas mesas estarem representantes de diversos partidos) faz parte da contagem final, enquanto o nulo não conta para nada. Isto significa que a percentagem do vencedor fica muito mais pequena e pode tornar-se ridícula tirando força à sua representatividade. Imagine um PM que que saísse de um partido que teve 20% ou menos dos votos úteis! Que respeito merecia interna ou externamente? E se o povo abrisse os olhos e aderisse a esta solução, essa percentagem seria ainda mais baixa, contando apenas com os votos dos privilegiados do clã.
São precisas muitas vozes para acordar o povo da letargia em que tem sido mantido.
Abraço
No blog Do Miradouro há novos artigos todos os dias
Viva, bom dia, A.João Soares!
(difíceis - as golpadas - por nas mesas estarem representantes de diversos partidos)
Desculpe, mas aí é que está o engano. Andei 12 anos na fiscalização de mesas e estive mais 10 em situação em que me chegavam notícias e resultados francamente "desanimadores" e garanto-lhe que é um engano total.
Na verdade, nas mesas não estão representantes de diversos partidos. Dependendo da região em que se está, os membros das mesas são todos ou quase todos do mesmo partido. E se não são todos do mesmo partido um ou outro é de partidos complementares, prevalecentes na região. Mais não digo, mas tenha a menor dúvida. A democraticidade dos actos eleitorais é uma falácia, em inúmeros casos, tão inúmeros que é preocupante. Infelizmente, sei do que falo, de ciência segura.
E se já antes era assim, imagine agora que o "trabalho" é pago...
Quanto à questão do voto "branco" ou "nulo". Bem, branco permite todas as chapeladas e o nulo igualmente.
O facto de o nulo não contar para os resultados finais não significa nada de especial, porque o branco também não.
O apuramento faz-se como segue:
Contam-se todos os votos entrados na urna.
A partir daí e do número de eleitores com direito a voto, determina-se a percentagem de votantes e, consequentemente, a de abstenções.
Seguidamente, apreciam-se os votos entrados, separando-os os de cada partido os nulos e os brancos. Depois, determina-se o número de votos brancos e de votos nulos e respectivas percentagens. Finalmente, pega-se nos votos em todos os partidos e determina-se um número, suponhamos 500. Destes, 100 são para o partido A (20%), 200 para o partido B (40%), 50 para o partido C (10%), etc. As percentagens incidem sobre os total de votos nos partidos concorrentes, depois de descontados os votos nulos e brancos.
Ora, o que eu defendo é o seguinte:
A forma mais eficaz de evitar aldrabices é ir votar, mas jamais deixar o voto em branco. Ao mesmo tempo que não se deixa de cumprir um dever cívico, dá-se a conhecer que se está de sobreaviso, desconfiado com todos (nesta coisa é mesmo de desconfiar de todos).
Depois, votar NULO é mostrar a todos que se está descontente com todos por igual.
E só vejo uma maneira de estes tipos que nos têm vindo a enganar estes anos todos, tomarem algum tento na bola, por se aperceberem de que realmente as pessoas não estão para brincadeiras, é começarem, em cada eleição, a aparecer percentagens d votos nulos que atinjam número significativo, ou seja perto dos 10% em vez da ridicularia de 0,5% ou menos. Isso assustá-los-ia de verdade. O escândalo seria de tal monta que obrigaria os tipos a repensarem tudo e a mudarem de atitude. Muito embora me engane por vezes e tenha sempre muitas dúvidas, em relação a este caso, pela experiência que tenho no assunto, restam-me muito poucas dúvidas.
Abraço
Ruben
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