Os portugueses têm de salvar-se de si próprios, para salvarem Portugal

terça-feira, 22 de julho de 2008

1635. Maddie McCann e a vergonha nacional

Como é que alguém - ainda que se trate de um simples cidadão ignorante e irresponsável, note-se! - pode afirmar e, mais, escrever, que no processo relativo ao desaparecimento da pequena Maddie nada foi apurado, nada foi constatado que pudesse resultar em acusação fosse contra quem fosse?

?!?!?!?!

Então, permita-se-me que pergunte, tentando obter os devidos esclarecimentos:

1 - Não está mais do que apurado que houve nítida negligência dos pais da menina?

2 - Não está mais do que provado que se apurou, sem margem para a mínima dúvida, pelo menos um crime de abandono de menores, por parte de quem tem o dever de os proteger?

3 - Perante tais circunstâncias, é normal, portanto aceitável, que o processo deva ser arquivado, sem mais?

4 - A pequena Maddie não merece, sequer, um pingo de consideração e respeito?

Estas as quatro perguntas que me incendeiam o espírito e envergonham a minha condição de cidadão tout court, mais ainda a de cidadão português.

Será que em Portugal, TUDO pode acontecer? Até mesmo o que não acontece em mais parte nenhuma do mundo, civilizado ou não?
...

2 comentários:

Ana disse...

Manda quem pode, obedece quem deve.

Passou-se por cima da vida duma criança, como quem atira para a sargeta um pedaço de lixo.
(quem diz sargeta diz mar)
Há nisto tudo um lado sombrio bem inquietante.

Abraço

Ruvasa disse...

Viva, Ana!

Sim, bem inquietante. Em tudo, este foge às normas de casos semelhantes. E seguramente não é para melhor.

Deixa-me particularmente desassossegado a circunstância de os poderes públicos portugueses, judiciais e políticos, se terem deixado ir na onda.

Um caso destes tinha, no mínimo, que ter como resultado - já que outros não teve... - a responsabilização de quem responsabilidades teve e não as terá assumido.

Não é possível que nada tenha passado. A Judiciária é hierarquicamente dependente; o MºPº também. Logo, forçoso é que respondam pelo que deveria ter sido feito e não foi.

Daqui não há que sair.

Abraço

Ruben