Não vale a pena clickar, para ampliar, porque ele é mesmo assim, minorca, hein?
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Pois é. A Isabel (59 anos) e eu (66) somos heróis de odisseia. Já o sabíamos, mas ontem ficou comprovado.
Imagine-se que já há uns larguíssimos anos que não sabíamos o que era isso dos heróicos tempos dos vários Carochas e dos Renault 5, também eles heróicos. Fomos avançando na vida e também - por que não dizê-lo - na bolsa. De tal forma que, quem nos tira a bomba de 2.0 TDI e as respectivas mordomias, é como se nos tirasse o oxigénio... bem, não exageremos, mas... enfim... percebe não?
Pois bem, como emprestámos o nosso carro (único, já que, quando nos aposentámos considerámos que dois carros, além desnecessários já, passariam a ostentação escusada, nos desfizemos do outro) aos dois filhos mais novos, que precisavam de fazer uma viagem mais longa, e os seus carros estavam a precisar de mudança de óleo e outro tipo de manutenção, ficámos apeados.
Tal não constituiria problema, avaliámos, porque não tencionávamos sair do aconchego do lar.
O homem... e a mulher - ou vice-versa, que cá em casa a democracia é condição sine qua non para uma boa vivência... - põem e Deus dispõe. E, assim, de um momento para o outro, lá tivemos que ir de escantilhão a umas centenas de quilómetros daqui, numa missão absolutamente irrecusável e inadiável.
Depois de muito tentarmos alugar um carro sem que tal tivesse sido possível, junto das 8 empresas de rent-a-car cá do burgo sadino que contactámos (e ainda se diz que estamos em crise...), lá tivemos que nos conformar em ir de... Micra, o 998cc da Nissan.
Já imaginou o que é fazer uma viagem de 303km de ida, mais umas voltas no lugar de destino, mais outro tanto de volta, num total de 620km num "mil", tendo saído de Setúbal pelas 9,30h matinais e, depois de quatro horas de paragem lá, a tratar do assunto ao que íamos, regressar a Setúbal pelas 21,00h?
É claro que todo o percurso, excepção feita aos últimos 5km à chegada lá e aos primeiros 5km à saída de lá, são auto-estrada de excelente piso e, em boa parte (80km da A13), sem trânsito.
Por isso digo que somos ambos heróis de odisseia.
Claro que temos muito treino, que começou em África. Vivendo na cidade da Beira (Moçambique) aconteceu que, após o jantar, saíamos para a cidade de Vila Pery - actual Chimoio - (a 180 kms de distância), apenas para tomar o café digestivo do jantar e regressávamos, para dormir até às 5 da manhã do dia seguinte, que era dia de trabalho e que começava às 7h da matina. Claro que não era coisa de todos os dias, apenas de quase todas as semanas... (Bem, só entende maluqueiras destas quem já viveu em país de uma extensão territorial verdadeiramente continental, com estradas com muito pouco trânsito e em que as cidades distam entre si, em média, uns bons 500 quilómetros... para mais). Ora, esse treino nunca por cá deixou de fazer-se.
Nos bons tempos dos finais dos anos 70 e princípios dos anos 80, com três filhos de idades compreendidas entre os 1 e os 6 anos (até aos 13 anos do mais novo jamais fomos fosse onde fosse sem que eles fossem connosco, pois não temos nos nossos nomes qualquer apelido começado por "Mc"), corremos o país de lés-a-lés - ficou a faltar e falta ainda apenas a região de Foz Coa e Miranda do Douro... -, primeiro num Triumph Herald velhinho e de volante à direita, e, depois num Renault 5, até que chegou a vez da era Opel - um Corsa e, depois, um Astra - e, ainda depois, o regresso à Renault, com um Mégane, antes de se iniciar a era TDI.
Mais tarde, já pelos "idos" da década de 90, a saga continuou, tanto numa viagem relâmpago a Veneza, ida e volta cerca de 6.000 kms, feitos à razão de 900/dia e outra à Bretanha e à região do granito rosa, Ploumanach, feita de Mégane e em condições semelhantes às da de Veneza.
E, até hoje, ainda não parámos. Always in motion é o nosso lema e a melhor forma de ninguém nos apanhar e... pedir algum emprestado...
Estou mesmo a vê-lo/a, a estas horas, a dizer para consigo mesmo/a ou para os amigos:
- Lá está o tipo convencido, a gabar-se, como se tivesse feito algo de especial...
Pois... Experimente, ainda que tenha metade dos 65 ou mesmo dos 59... A gente, depois, conversa, ok?
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Ah! Esqueci-me de dizer que o Micra portou-se tão bem... mas mesmo tão bem... que estou a pensar em escrever aos "nipons" da Nissan, cumprimentando-os pelo excelente 1000cc que inventaram e construíram.
Assim como assim, pode ser que façam como aqui há anos atrás, os da Grundig, que me ofereceram, sem que eu pedisse, claro, um televisor do último modelo, de écran de 80cm, só porque lhes escrevi a dar-lhes a saber o quão satisfeito estava com um televisor deles que adquirira anos atrás...
Para minha grande surpresa, dias após, recebi uma comunicação do agente deles aqui em Setúbal, dizendo que, por instruções da administração, estava autorizado a trazer e instalar-me cá em casa mais um televisor, este caríssimo (250 contos) para aquela altura, ou seja, 1985 ou 1986.
Claro que, sendo já cliente seguro da Grundig, mais seguro fiquei, até que eles fecharam e eu me passei para JVC, já no império dos LCDs. Fácil de imaginar, não?
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6 comentários:
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Gosto tanto de viajar que até de carroça ia :-)))
Obrigada por nos trazeres esta "odisseia"!
Beijosss
Viva, Lurdes!
Nós também somos assim.
Beijos
Ruben
Ruben;
Para mim viajar também é uma das coisas boas da vida.
Adorei ler a odisseia e suponho que o factor idade 'matters'... claro! ;)
Bj
I.
Viva, Isabel!
Muito embora concorde que efectivamente a idade "matters", a sua afirmação é curiosa, para não dizer mais..., mas digo mesmo: malandreca... ;-)
Mas... in the other hand... pensa que se vai safar dela?
Hihihihihi !
Bj
Ruben
Ó Rubennnn...!
Olhe que não havia 'segundo sentido'...! ;)
Eu estava apenas a lembrar-me de uma viagem de 3 semanas pela Europa, na década de 80, no meu Mini 1000, - em rodagem - com 2 crianças de 10 e 12 anos no banco de trás e a pensar que agora precisaria de qq coisa com melhor suspensão, direcção assistida, travões de disco, ar condicionado, air bags... essas coisas!
eheheheh!
Bj
I.
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