Os portugueses têm de salvar-se de si próprios, para salvarem Portugal

terça-feira, 26 de agosto de 2008

1756. É já muito preocupante !!!

A sociedade portuguesa, que sempre foi pacífica e onde se podia circular à vontade e despreocupadamente, fosse por onde fosse e a que horas fosse, de repente, de há uns meses para cá, tornou-se extremamente violenta, não deixando ninguém em sossego.

Todos os dias - e mais do que uma vez por dia - surgem relatos sucessivos, com poucas horas de intervalo, de assaltos a bancos, a ouriversarias, a supermercados, a estações de serviço nas auto-estradas, a simples lojas de bairro, a tudo, enfim, o que possa conter umas notas de euro, por vezes, simples moedas.

E o pior é que, em vários desses assaltos, tem havido reféns, feridos e até mortos.

Para nós, portugueses, é um choque terrível.

Nunca tivemos nada disto e estávamos longe de pensar que, de um momento para o outro, tudo cá chegasse em ritmo alucinante.


Hoje, aqui em Setúbal, foi assaltada uma estação de correios. Cerca das 10,30 horas. Foi a 4ª-vez-4ª neste mês de Agosto!!!

Ficámos, então, a saber que existe uma outra estação dos CTT próxima, que, também este mês já foi assaltada por 3 vezes.


Hoje também, hora e meia após aquele assalto, mais outro se verificou, igualmente à mão armada, numa estação de serviço da via rápida da Caparica, a cerca de 30km de Setúbal, por auto-estrada.

Vai a ver-se e, em todos os casos, os assaltantes, aos pares, são os mesmos e,quando não os mesmos, "irmãos" ou "primos". E todos na casa dos 20 a 25 anos.

Não é possível contemporizar com tais atitudes, com tal clima de terror. Há que tomar-se medidas enérgicas, sem desfalecimento. Doa a quem doer. A nossa sociedade não pode ficar à mercê desta alucinação, a que não estamos habituados.

Quem é que pode, de um momento para o outro, passar a circular na rua ou seja lá onde for, sempre a olhar por cima do ombro, para ver se não está a ser seguido com intenções malévolas, ou a rezar aos seus santinhos, para que o guardem?

Nós, portugueses, espalhámo-nos aos milhões por todo o planeta - e por lá continuamos - e nunca demos lugar a notícias destas, jamais constituímos ameaça fosse para quem fosse. Pelo contrário, fomos sempre reconhecidos como sociedade pacífica e trabalhadora, que contribui para o progresso e bem-estar dos países que nos acolhem e suas gentes.

E há que atender também à circunstância de, por dois ou três milhares de marginais da pesada, toda uma comunidade de muitíssimas dezenas de milhar começar a ficar mal afamada e olhada de soslaio, por gente que os acolheu de boa fé, mas que vive agora com justificado temor.

O Governo tem que tomar providências adequadas e urgentíssimas, tanto de carácter interno, como a nível de relações exteriores.

Isto, antes de que nos vejamos forçados àquilo que nunca quisémos ser
- nem precisámos de ser -, ou seja, compulsivos compradores e detentores de armas para nos defendermos e integrantes de milícias para defesa da própria vida e do sossego da nossa comunidade, que sempre foi pacífica.

Ora esta!


Actualização (18,02horas)

Até ao presente momento, afinal, e resumindo, são cinco os assaltos à mºao armada, hoje, a saber:

1. estação postal de Montebelo, Setúbal, pelas 10,30h
2. estação de serviço na via rápida da Caparica, pelas 12,00horas, a cerca de 30km de Setúbal
3. estação de serviço do Fogueteiro, ignoro a que horas, a cerca de 12km da anterior
4. agência de um banco, em Sintra, a cerca de 35km da anterior.
5. uma outra agência bancária, ignoro onde

Em todas houve uso de armas de fogo e as pessoas eram da mesma proveniência, denotando uma certa concertação de bando.


Actualização (07,36h, de 27 Agosto)

Foi um dia tremendo. As agências bancárias ontem assaltadas não foram duas, mas três.

...

15 comentários:

H. Sousa disse...

É estranho, tudo muito estranho e dá que pensar. Porque será? O que mudou para que tal acontecesse? Há interesses em jogo?

Marco Valle disse...

O que mudou? Pois o que mudou foi o agravamento da pobreza, das dificuldades dos cidadãos nacionais e estrangeiros. Por norma o português é um povo de brandos costumes e não se dá a essas actividades, infelizmente o mesmo não se pode dizer de certos elementos de outras comunidades residentes (reforço apenas alguns elementos dessas comunidades). É fácil perceber o que se passa. Com as dificuldades económicas, a falta de formação cívica e científica das pessoas, a falta de disciplina, o clima geral de desresponsabilização (culpa de pseudo psicologos da treta que sem uma ordem que os regre tudo justificam e desculpabilizam) aliadas a uma falta de capacidade, meios e disposição por parte das autoridades policiais, muita gente neste país também aprende e começa a recorrer a estas práticas, confiando ainda por cima na impunidade vigente.
A polícia não apanha ninguém (em meia hora estão em Espanha e aí tá o caso encerrado), se por ventura a polícia apanha, mesmo que o indivíduo tenha feito a maior barbaridade, não se pode empregar força letal (para mim a maior inferioridade da autoridade é essa)se azaradamente o faz, o desgraçado do polícia bem pode fazer as malas. Se o criminoso for apanhado, mesmo em flagrante, o mais provavel é estar de novo cá fora e antes do agente pois este ainda tem de preencher a papelada. Se o caso for realmente sério ( para chegar a este estatuto tem de ser uma coisa realmente forte, assaltos, espancamento, roubo de automóveis, violação e raptos sem sangue não são crimes sérios) ainda há três situações. Se se tem dinheiro, não se vai dentro a não ser que se chame Vale e Azevedo acho que foi o único que lá esteve. Se não se tem dinheiro mas se se conhece alguém importante, ainda é possivel escapar. Por fim se não se tem dinheiro nem cunhas vai-se dentro. E claro...isto não serve de impedimento à onda de criminalidade. Se as prisões são estâncias de luxo com cama, comida e roupa lavada, filmes e televisão, visitas conjugais, tabaco e drogas. Se além disso nesta estância não tem que trabalhar e tudo é à borla. Qual a medida de dissuação? Ainda se pergunta porque é que aumentou a criminalidade?

Marco Valle disse...

E mais... esquecime de referir o seguinte. O cidadão honesto, trabalhador, cumpridor, pagante de todos os impostos e mais algum, que olha de forma subserviente para os seus corpos governativos e autoridades, e que é quem gera a riqueza do País. Está a chegar ao ponto em que lhe começam a faltar os meios para fazer face a todas as despesas mensais. Tem 1, no máximo 2 filhos porque o dinheiro não dá para mais e ajudas não há.
E se por ventura ao fim de uma mão cheia de anos de trabalho duro, se vê no desemprego com uma falência fraudulênta e um patrão que continua a viver com vários milhões no bolso como se nada se tivesse passado. E não recorre a tribunais porque a justiça não é para si.
Este indivíduo começa a olhar à volta, a ver por um lado todos os abonados deste País, priveligiados acima da lei que com as dificuldades das gentes cada vez estão mais ricos. Por outro lado as gentes do subsídio, os indigentes, uma cambada de chupistas que não produzem nada, só causam problemas, roubam, aldrabam, enganam seguranças sociais e afins. Esses que recebem fartos abonos pelos filhos que também não produzirão nada e seguirão as passadas dos pais.
E uma pessoa honesta revolta-se a ver essa tal impunidade, ainda mais quando no seu caso, após uma vida cumpridora se se atrasar com alguma conta pode ter complicações sérias com a justiça.
Não me admiro que brevemente, com o rumo que as coisas levam, se começe a ver bons pais e mães de família a entrar em estabelecimentos publicos de arma em punho. A obrigação do estado é proteger o tecido produtivo do País. A classe média e as classes desfavorecidas mas trabalhadoras devem ser auxiliada pelos governos, não a classe alta que se ajuda a sí mesma e não os indigentes e degenerados que não retribuiem nem participam na sociedade.

Ruvasa disse...

Viva, Henrique!

Não tão estranho quanto possa parecer à primeira vista, se formos analisar alguns detalhes.

Abraço

Ruben

Ruvasa disse...

Viva, Marco!

Infelizmente, tens toda a razão em, muitas das coisas que apontas.

A questão da actual onda de crimes, porém, radica principalmente em outros factores.

Já lá vai muito tempo, precisamente entre 22 e 26 anos, o país atravessou uma terrível provação, com uma taxa de desemprego elevada, embora não tão alta como agora (que anda disfarçada pelo governo e pelas suas agências...).

Em Setúbal chegou a gaver mesmo fome, se bem que também muita aldrabice. Foi entre 1984 e 1986. No entanto, não houve qualquer vaga de assaltos. E menos ainda â mão armnada, que era coisa quase desconhecida entre nós, até há poucos meses atrás.

Na onda que agora se verifica, os assaltantes não são portugueses. Das notícias que têm sido dadas, entre os assaltantes, não foram assinalados portugueses.

E uma dura realidade com que estamos confrontados e que o Governo e as polícias têm que resolver.

Abraço

Ruben

Jorge Pinheiro disse...

Eu que não sou nada alarmista, estou a ficar preocupado. E não me parece só do empolamento dos telejornais.

Ruvasa disse...

Viva, Jorge!

Claro que não é empolamento jornalístico. Antes fosse!

Isto é já uma guerra, em que só uma das partes tem armas.

Abraço

Ruben

H. Sousa disse...

Volto para assinalar apenas isto: que eu tenha lido nos jornais on-line, num único dia, hoje, foram assaltados 3 bancos.

Agnelo Figueiredo disse...

Olhe que não, Ruben. Olhe que não!
Isto é só "excesso de mediatização".
Continuamos a ser um dos países mais seguros do mundo.
Ah! E somos o 5.º país europeu com mais polícias por habitante!

Cool, man.

Ruvasa disse...

Viva, Henrique!

Já assinalei a correcção. Foram, na verdade três os bancos assaltados. Que nos reservará o dia de hoje?

Abraço

Ruben

Ruvasa disse...

Viva, Agnelo!

Sim, para os nossos ilustres governantes, nada é demais. Está tudo bem. No melhor dos céus. Ou não fossem eles os zelosos guardiões da lusitana pax.

Abraço

Ruben

Isabel Magalhães disse...

Ruben;

"Eu que não sou nada alarmista, estou a ficar preocupado. E não me parece só do empolamento dos telejornais."

JP dixit e eu subscrevo.

E mais, estou a sentir-me limitada na minha liberdade e no meu direito de fazer a minha vida diária, ir ao supermercado, ao café, a uma Galeria, em passeio ou em trabalho, e a tudo o mais que uma vivência normalíssima obriga.

O assalto da Estação de Serviço da A5 foi feito com um carro roubado na modalidade 'carjacking' aqui pela minha zona...

Bj

I.

Ruvasa disse...

Viva, Isabel!

Mas os ilustres governantes (serviriam para o serem de uma só casita?) dizem que não é nada de especial e que não há razão para que o assunto seja discutido e procuradas soluções urgentes.

Sá quando lhes tocar pela porta é que considerarão urgente.

Bj

Ruben

Mondo Gatto disse...

Parece que o mal vai se alastrando... muito triste.

Ruvasa disse...

Viva, Désirée!

É verdade. Nós é que estávamos mal habituados. Vivíamos no paraíso.

Abraço

Tuben