Desde que – há talvez 15 anos ou mais – o Jumbo, do grupo francês Auchan, foi inaugurado em Setúbal, que ali se fazem semanalmente as compras cá de casa.
E, como a família era numerosa, a despesa tem sido enorme, como se calcula. Apenas ultimamente foi substancialmente reduzida, pelo facto de os três filhos terem ido às suas vidas.
Pois bem, hoje terá sido a última vez que ali fomos clientes.Tudo por causa do sistema recentemente introduzido, de pagamento expedito, o Quick Plus.
Porquê? Explico.
Aderimos ao sistema há talvez mês e meio atrás. A sua intenção é facilitar a vida a toda a gente, julgo que a começar, claro, pelo próprio Jumbo, uma vez que, desse modo, poupa uma série de postos de trabalho, já que somos nós a fazer o serviço. Mas isso é outra questão de que aqui não se cura saber.
Desde que aderimos, não houve uma só semana em que não acontecesse que o leitor dos códigos dos preços dos artigos, que nos é cedido à entrada, falhasse a leitura de um qualquer preço. Era com o leite ou com as batatas ou com as cebolas ou com os queijos, etc. De tal forma que, sempre que nos apresentávamos na caixa Quick Plus, para pagar, tínhamos que pedir à funcionária de serviço que introduzisse o código porque, por mais que tentássemos registar a compra, tudo resultava em vão.
Até que hoje nos aconteceu algo de muito desagradável e que não estamos na disposição de sofrer novamente.
Não me refiro ao atendimento por parte dos funcionários do Jumbo, que foi de molde a não ser merecedor de qualquer reparo. Muito pelo contrário.
Refiro-me, isso sim, ao enxovalho que sofremos, perante toda a gente que, entre as 14,50 e as 15,30h por ali circulou.
O caso teve início quando o sistema, de forma aleatória, nos cominou a necessidade de sermos inspeccionados”.
Até aqui tudo bem. Sabíamos de antemão que a coisa se processava assim, e, porque assim acontecia, nada podemos objectar, muito embora um sistema de vigilância por vídeo – de que, tanto quanto julgamos saber, o Jumbo dispõe – fosse mais do que suficiente, desde que harmonizado por intercomunicação com os seguranças de serviço.
Mas também seria aconselhável outro sistema, como, a título de exemplo, o de todos os produtos à venda serem codificados, de tal forma que ninguém pudesse atravessar as baias das saídas sem que todos os itens que levasse consigo tivessem sido registados. (1)
E, claro e acima de tudo, com material que falhe o mínimo possível e não como vem acontecendo.
Passados os produtos que trazíamos pela caixa registadora da “inspecção”, concluiu-se que o que registáramos não se compaginava com o que fora anotado pela caixa em questão.
Muito embora tivéssemos – nós e uma funcionária – procedido a conferência da nossa lista e da deles, onde se constatou que havia efectivamente diferença, não nos foi possível confrontar as duas listas pessoalmente, uma vez que uma delas, a nossa, não pôde ser impressa, por motivo que nos escapou.
Refiro isto, porque ninguém pode garantir que um dos conferentes – nós ou a senhora que ajudou na conferência – não passou em claro uma ou outra parcela, até porque a conferência foi feita sob a pressão da presença de clientes aguardando ser atendidos.
Da conferência resultou o seguinte:
- Não fizéramos o registo de 1 iogurte, 1 embalagem de 6 ovos e 1 lata de atum – o que era lesivo para o Jumbo;
- Em contrapartida, registáramos como de pêra rocha, um saco de laranjas, bastante mais baratas, sendo a diferença substancial, já que as laranjas custavam menos de 1/7 (isso mesmo, um sétimo) do preço das pêras – o que era lesivo para nós.
Mas a coisa não fica por aqui e essa a razão por que escrevo este post. É que, dos três artigos que constava não termos registado, tal poderá efectivamente ter acontecido com dois deles, ou seja, a embalagem de ovos e o atum.
Porém, quanto ao iogurte temos a certeza de que foi registado, já que, tivemos o cuidado especial em o certificarmos, pois que não se destinava a consumo nosso mas para o de outra pessoa, a quem teríamos que apresentar a conta.
O que pretendo, com isto, concluir? Apenas que algo não estará bem com os leitores dos códigos, uma vez que, pelo menos neste caso, temos a certeza indubitável de que procedemos ao registo do iogurte. O que nos leva a presumir que o teríamos feito também com os outros dois artigos.
A presunção que referimos é, aliás, reforçada pelo que já havia acontecido nas semanas anteriores, com a falta de registo, por defeito dos leitores. Só que nessas oportunidades apercebemo-nos das falhas pelo que as referimos às funcionárias de serviço que, então, procederam à introdução dos números dos códigos, ignorando as barras.
Acresce que, desta vez, aconteceu igualmente que aquele leitor era já o segundo, pois que o primeiro, embora aparentando estar sem problemas, dado que o mostrador se apresentava na forma habitual, se recusara a ler fosse o que fosse, pelo que teve que ser substituído pela funcionária da entrada.
Aliás, também o terminal informático do Quick Plus se mostrou renitente a funcionamento normal, o que motivou que no acto tivesse sido necessário chamar técnico para o restaurar.
De qualquer modo, a situação em que se pode ver qualquer cliente sério é muito desconfortável, até pelo espectáculo em que tudo resulta, para gáudio dos passantes e, quando não para gáudio, pelo menos, para surpresa.
Por isso, aqui fica o aviso:
Tome muito cuidado com o sistema Quick Plus do Jumbo. Não vá acontecer-lhe ver-se, ainda que sem culpa, enredado numa teia que nem mil explicações desfazem no conceito de quem passa e ajuíza, certamente mal mas com toda a legitimidade, por força da cena que se lhe depara.
Aconteceu-nos em Setúbal, mas cremos que o Quick Plus está implantado em vários outros hipermercados da cadeia Auchan. E não acreditamos que apenas os leitores de Setúbal estejam a funcionar mal.
Connosco dificilmente se repetirá, pois que estamos a ponderar seriamente servirmo-nos de alternativas que podem passar pela concorrência que, felizmente, já existe.
Em seis décadas de vida, jamais havíamos passado por tal vergonha. Não queremos arriscar mais. Traumatiza como nunca supusemos que acontecesse. É costume dizer-se que “só quem por elas passa é que avalia”. Agora, já avaliamos. Sim, é verdade, bem verdade o que se diz. Gostaríamos, por outro lado, de contribuir para evitar que outras pessoas sérias passem pelo mesmo.
Não temos idade para situações destas. A Cascais, para nunca mais… Certamente que o Jumbo não irá à falência se decidirmos não lá voltar semanalmente. Nestas condições, nós tão pouco…
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12 Fev 2009 - 13,30horas
(1) - Outra hipótese de solução, certamente a mais amigável para todos seria a inserção de um dispositivo electrónico nos carrinhos de compras, de modo a que, sempre que lá fosse metido um artigo não passado pelo leitor (scanner), desse aviso do facto ao cliente que, desse modo e discretamente, poderia corrigir o lapso.Como está é que não.
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14Fev2009 - 12,08horas
Ainda uma outra solução - a mais eficaz - seria a de um dispositivo de leitura electrónica nos carrinhos das compras, de modo a que, conjugado com a inserção de códigos nos artigos, sempre que um artigo entrasse no carrinho, o sistema automaticamente registá-lo-ia no "cabaz de compras" e sempre que saísse, abatê-lo-ia.
Como é sabido, actualmente a electrónica e a informática possibilitam qualquer destas soluções, expeditas e muito pouco dispendiosas.
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4 comentários:
Caro Ruvasa,
fui/fomos revistados uma vez... tinha mais (0,62 €) na pistola registrado do que a menina da revistoria.
Mas todos os artigos estavam certos.
Se alguem chamar este sistema -para a sua desvantagem- "sem falha possivel" diga-me.
abraço
Ralf
Viva, Ralf!
Pois. Connosco falhou sempre ou quase sempre, como já disse. Até que ontem foi o que se viu e que descrevi.
Lamentável! Ainda não nos recompusemos da incomodidade.
Como é que se pode ter paciência e disponibilidade para se sofrer cenas deprimentes destas?
Abraço
Ruben
Bom dia,
como jovem que sou e adepto das novas tecnologias, fica aqui o meu parecer positivo em relação ao sistema QuiqPlus:
1- Prático - fácil de utilizar
2- Simples - basta pistolar os artigos e meter para o saco
3- Rápido - após chegar á caixa é só efectuar o pagamento, em caso contrário uma auditoria.
Em relação aos códigos de barra que não são legiveis,e/ou em caso de rasura total basta pedir outro há sempre algum funcionario por perto e está lá para ajudar. Já me aconteceu em alguns casos o codigo ser bem legivel, aos meus olhos, e a pistola não o conseguia ler, tentei afastar o laser "et voilá" afinal até lé e apita!!!!
Ainda uma outra solução - a mais eficaz - seria a de um dispositivo de leitura electrónica nos carrinhos das compras, de modo a que, conjugado com a inserção de códigos nos artigos, sempre que um artigo entrasse no carrinho, o sistema automaticamente registá-lo-ia no "cabaz de compras" e sempre que saísse, abatê-lo-ia.
Em relação a esta citação:
"Como é sabido, actualmente a electrónica e a informática possibilitam qualquer destas soluções, expeditas e muito pouco dispendiosas."
Não é assim tão económico, para o sistema informatico funcionar, precisaria que todos os artigos viessem dos fornecedores com etiquetas Rádio Frequência, para serem legiveis junto ás caixas,e neste caso sem operadores de caixa. Talvez por isso "grandes ideias" custem um pouco a avançar, porque implicam grandes esforços financeiros das empresas, e para não carregar ainda mais o desemprego..
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