Os portugueses têm de salvar-se de si próprios, para salvarem Portugal

quinta-feira, 28 de maio de 2009

2246. Está em curso verdadeiro golpe de Estado

A forma isenta, directa, responsável e fundamentada como a TVI - designadamente o seu Jornal Nacional das sextas-feiras - tem vindo a noticiar os meandros do caso Freeport, mas não apenas este, vem causando grandes engulhos aos principais personagens dos vários actos, postos, assim, a descoberto frente à opinião pública.


As peças jornalísticas que a estação televisiva tem apresentado são de tal ordem e baseiam-se em trabalho de investigação tão sério e profissional que jamais foram desmentidas ou postas em causa, fosse por quem fosse, como curial seria por quem se sente incomodado com a sua inverdade. E, claro, fundamentadamente como, até agora, a estação tem feito.


Sabe-se, porém, como actuam os poderes tendencialmente autoritários, mas ainda sem força para imposições de cara destapada.


Em vez de se servirem dos mesmos meios para, honradamente e de forma limpa, demonstrarem a sem razão das referidas peças jornalísticas que tanto os incomodam, servem-se, isso sim, de outros meios que só estão ao seu alcance – por isso são poder… – ainda que a verdade seja atropelada e os direitos dos cidadãos trucidados.


Assim, no desespero em que se vêem – e, repito, em vez de, como seria normal, contestarem as peças que os incomodam, mediante a apresentação de outras que as contradigam e provem a razão que à viva força para si reclamam – fazem uso de meios só ao seu dispor para impressionarem e iludirem a opinião pública, na intenção de lançar cortina de fumo e muito ruído sobre a verdade que tanto os incomoda, desse modo criando condições para que decisões mais gravosas da liberdade de informação ganhem espaço de acção.


O episódio da passada sexta-feira só não é claro para quem deliberadamente não queira ver. Foi um evidente toque a reunir.


Desta vez, o veículo encontrado para o transporte do fumo e do ruído foi a ERC, que – ingénua ou deliberadamente, vá-se lá saber – alinhou na farsa, maltratando a verdade e pondo igualmente em causa a sua própria independência face ao poder político instalado.


A deliberação de hoje do seu Conselho Regulador é de tal modo elucidativa que me abstenho de outros comentários, limitando-me a deixar aqui o link para a peça. E que peça!


Apenas... não termino estas breves linhas sem alertar para o real ataque em curso contra os direitos, liberdades e garantias que a Constituição da República Portuguesa garante, como sejam o de livremente informar e ser informado.


É sabido que é sempre assim que os regimes autoritários começam; sabe-se também onde tudo acaba por desaguar. Hugo Chavez é, talvez, o exemplo mais recente do que certamente não queremos para Portugal.


Por tal motivo, os cidadãos portugueses não devem descuidar a sua atenção sobre estes episódios que, a pouco e pouco mas sem detença, vão configurando ataque deliberado, geral e demolidor, à liberdade dos cidadãos e à honorabilidade e credibilidade do país no concerto europeu e mundial.


Antes de que seja tarde demais, por sem remédio.


(Para outras informações de interesse e melhor compreensão do que verdadeiramente está em causa, siga este link).

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