Os portugueses têm de salvar-se de si próprios, para salvarem Portugal

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

2555. Ego te absolvo!

Taxativo, Armando Vara garante que o primeiro-ministro não tinha conhecimento formal do negócio da PT, quando, em 24 de Junho de 2009, afirmou isso mesmo no Hemiciclo. Indagado sobre se informalmente também não, perguntou com estranheza:

- Mas o que quer dizer com isso de informal?!

(esta é a parte gaga, para a gente se partir a rir... Adelante!)

* * *

Partindo do princípio do que Vara garante, está-se autorizado a raciocinar nestes termos:

1. O PM não tinha conhecimento formal, mas o Vilarista tinha conhecimento, portanto informal;

1.a. O conhecimento informal faz-se boca-a-orelha;

1.b. O conhecimento formal faz-se através de rabiscos em papel (antigamente azul e selado, agora branco e sem selo, mas com timbre e assinado);

1.c. O PM só recebe conhecimentos através da forma descrita em 1.b);


1.d. Pelo que jamais poderia ter sido avisado pelo Vilarista que tem o triste hábito de nada escrever (por via das dúvidas, quiçá), limitando-se a projectar sons em direcção das orelhas do PM;


1.e. Assim sendo, jamais o PM poderia saber, uma coisa que o Vilarista não lhe poderia ter dito, porque não se encontraram pessoalmente nem se telefonaram, e, assim, houve uma impossibilidade absoluta, intransponível, de lhe fornecer esse conhecimento;


1.f. Mesmo que tivesse havido a oportunidade do contacto pessoal ou telefónico entre ambos e o Vilarista tivesse aberto a boca e dado com a língua nos dentes (em direcção das orelhas do PM), de nada valeria, pois
o PM só recebe conhecimentos de modo formal e o Vilarista só os transmite de jeito informal;

2. Ora, assim sendo, como vem de ser provado e não podia deixar de ser, o conhecimento informal do Vilarista não contende com o desconhecimento formal do PM;

3. Acresce até que, com o seu espírito brincalhão e até por vezes arreliador, o Vilarista faz questão de esconder do PM muitas coisas de que tem conhecimento, pelo que esta terá sido tão somente uma de muitas maroteiras que diariamente lhe faz;

Tudo visto e concluindo:

Resulta da análise substantiva dos factos que o Vilarista esteve sempre impossibilitado de transmitir os seus conhecimentos ao PM e o PM em permanência impedido de tomar conhecimento dos conhecimentos que o Vilarista tinha, pelo que, em boa verdade, o PM esteve sempre ignorante em matéria de conhecimentos.

Por outro lado, sendo certo que o Vilarista brincou talvez um pouco demais com o PM, com coisas com que não deveria ter brincado, não menos certo é que brincadeiras são brincadeiras e ninguém são de mente e espírito pode levar a mal, tomando como coisa séria e digna de reprovação dura "coboiadas" ingénuas e sem ponta de maldade que só os espíritos naïf conseguem idealizar e pôr em prática.

Em face destes pressupostos e sem necessidade de mais considerandos, absolvo ambos os dois, PM e Vilarista, e mando-os em paz.
...

1 comentário:

Camilo disse...

O "Sol" a dizer mal dos nossos "rapazinhos".