Correio da Justiça
Autoridade afectada
O discurso e prática oficial de permanente hostilização dos vários sectores do Estado não pouparam ninguém. A propósito da necessidade de implementação de reformas estruturais, valeu tudo para desacreditar magistrados, professores, profissionais de saúde, militares, polícias e outros grupos profissionais.As reformas, necessárias, ficaram por fazer. Em vez de assentes no diálogo e na capacidade mobilizadora, o meio politicamente tido como mais capaz foi a ofensa e o confronto, o desrespeito. Pensou-se, mal, que enfraquecer aos olhos do povo os agentes de algumas das mais importantes funções de soberania torná-los-ia vulneráveis, incapazes de reagirem a tudo o que se lhes quisesse impor. E, já se viu, os desígnios estavam longe de ser os melhores. O resultado está aí, imparável e incontrolável, como as terríveis chuvadas que atingiram a Madeira. A falta de respeito pelas funções do Estado não são confináveis, como os mentores daquela política desejavam. A corrente atinge-os também. A autoridade do Estado está afectada em todas as suas dimensões. É assustadora a naturalidade com que nos últimos dias se chamam de mentirosos alguns titulares de altos cargos do Estado. Onde vamos parar?
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