Os portugueses têm de salvar-se de si próprios, para salvarem Portugal

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

2860. Stop being lifetaker...

Há já bastante tempo que pura e simplesmente não vejo telejornais nem sequer os da hora do almoço.

Vejo as notícias da manhã, durante o pequeno-almoço, apanho uma indigestão de lugares comuns e muitas notícias não apenas divulgadas mas também “fabricadas”, em que as tvs do burgo são especializadas e decido que “por hoje chega, porra!” (peço desculpa pela liberdade de linguagem, mas não encontro forma mais assertiva de expressar o que sinto).

Portanto, antes do jantar, se não estou com outra ocupação ou aqui a “amandar bocas” (algumas para agitar meninges – as minhas e as alheias) dedico-me a ver alguns documentários pescados aqui ou ali ou a ler. Após o jantar, vemos algumas séries e um ou outro filme, oaristamos um pouco (sim, ao fim de 41 anos ainda o fazemos…), até que chega a hora de descansar o corpo dos solavancos e malhação quotidianos e… até amanhã, que já é tarde e chega!

Hoje, porém, minha mulher apareceu-me de supetão, toda alvoroçada, dizendo:

- Liga para a TVI, que vais ficar animado. Parece que alguém no País pensa como tu. Gente nova, ainda por cima. Não há dúvida de que a idade não é registada no BI…

Liguei. E o que vi deixou-me “maravilhado”!

No final do “Jornal das 8” foi apresentado o “Repórter TVI”. E, imagine do que se lembraram eles de reportar!

Pois bem. Apresentaram uma série de gente dinâmica que, em vez de se “luso-coitadar”, arregaçou mangas e pôs-se a trabalhar – “trabalhar muuuuito”, como eles disseram – e, surpresa das surpresas, singraram na vida e na vida estão a singrar.

Uma reportagem a rever, sem dúvida. Também porque, além desses, mostrou mais uns quantos que, ouvidos sobre a possibilidade de um dia fazerem o mesmo, logo atalhavam que, “Nem pensar! Quero lá ter chatices!” Eu quero é ser empregado por contra de outrem que é melhor, dá menos trabalho”.

E eu embasbacado com tudo aquilo e a mulher a dizer-me:

- Ouve cá, por que estás com essa cara? Afinal não é o que tu sempre tens dito? Que o problema está em que a maioria não quer fazer nada, apenas ter um emprego? Não andas há não sei quantos anos a “pregar no deserto”, como dizes? Ora, pois aí tens. É isso. Há mais gente a pensar como tu. Alegra-te, homem, porque pelo menos tens na tua equipa os que querem ajudar a levantar o País!...

Pois sim, ela falava bem, mas eu estava já em vias de pensar que, salvo raríssimas excepções, todos queriam a papa feita e os direitos assegurados, sem que os deveres tivessem algo que ver consigo.

Abreviando, até porque não são precisas grandes congeminações para se chegar ao âmago da questão, tudo o que vimos na reportagem pode ser resumido nas palavras de um interveniente. Vai em inglês, porque essa língua tem uma capacidade de síntese que outras não têm, mas eu depois dou, para quem julgue necessitar, o significado corrente, em tradução expedita:

- Stop being lifetaker; start being lifemaker! (Deixe de ser tomador/recebedor de vida; comece a ser fazedor de vida)

Ao que, se me é permitido, acrescentarei de minha lavra:

- Otherwise, beware of the undertaker! (caso contrário, atenção ao coveiro)

Got it? (Captou?)




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