Os portugueses têm de salvar-se de si próprios, para salvarem Portugal

sábado, 16 de março de 2013

3125. OS RESPONSÁVEIS SOMOS TODOS NÓS...



OS RESPONSÁVEIS SOMOS TODOS NÓS, 
QUE PRECISAMOS DE GANHAR JUÍZO!


Há muita gente – muitos mais do que deveria haver – que ainda não se apercebeu de como a situação económica e orçamental estava verdadeiramente. A dívida externa portuguesa não era de 78 mil milhões de euros, nem sequer de 150 mil milhões. Essa era a dívida pública, realmente enorme.

A dívida total, porém, incluindo a dos privados, é de mais de 400 mil milhões!!! 

Por isso tenho dito aqui e em outros lados que a culpa é, em primeiro lugar, dos governos de, pelo menos, 1995 para cá (em 1995 as coisas estavam equilibradas e sabe-se bem quem tudo começou, com os bodos que por aí distribuiu sem cuidar de saber se o País os podia oferecer… até que, vendo o que tinha causado e para fugir ao “pântano” que criara e de que falou, foi-se embora para os refugiados da ONU), mas não é só dos governos. É das empresas e é dos particulares também, dos cidadãos comuns. 

Vejamos um exemplo que é bem simples de enunciar, mas caracteriza a situação, para que toda a gente perceba e se consciencialize de uma vez por todas:

Sempre que o cidadão, que ia e vai ao hipermercado, comprar chocolate – por exemplo – em vez de chocolate nacional ou de marca branca (porque é "uma vergonha" os amigos e vizinhos olharem para o carrinho de compras e verem artigos nacionais e brancos, foleiros, leva para casa chocolate estrangeiro), está a aumentar a dívida externa do País. O mesmo se diga quanto ao queijo e à manteiga, à fruta, ao calçado, ao vestuário, etc., etc., etc..

Quando é que as pessoas começam a perceber isto? Nesta história há alguns com mais culpas no cartório do que outros e os governos que nos trouxeram a isto em primeiro lugar.

MAS NINGUÉM ESTÁ ISENTO DE GRAVES RESPONSABILIDADES. NINGUÉM É INOCENTE!

(peço desculpa pelas maiúsculas. Não estou a gritar seja com quem for, mas tão somente a fazer ressaltar a ideia que muita gente – demasiada gente! – quer afastar de si, mas que terá que meter no espírito, sob pena de passar por extremas dificuldades e chegar ao fim e não ter percebido nada de nada, pelo que virá a cometer os mesmos erros, as mesmas leviandades, logo que a ocasião surja).  

Esse é até um dos meus grandes receios. O de que, cumprida a espinhosa missão do actual governo e eleitos outros governantes, os socialistas, por exemplo, tudo volte ao mesmo ou talvez pior. É preciso não esquecer que o incompetente e inconsciente António José Seguro já teve o sumo desplante de afirmar, alto e bom som e sem corar de vergonha, que, uma vez no governo, de imediato anulará uma série de medidas agora tomadas. A acontecer tal, seria o descalabro mais absoluto alguma vez visto em Portugal. Seria o deitar fora, o desprezo mais vil por todo o enorme esforço que os cidadãos estão a suportar para que o País readquira a dignidade nacional. E individual. 

Toda a gente que anda na política, todos os jornalistas, todos os economistas, todos os sindicalistas de maior nomeada sabem disto. Mas todos se fazem de distraídos e inocentes, porque os “culpados são os actuais governantes” que, estes sim, em nada contribuíram para o lamaçal em que estamos atolados.  

Todos eles sabem, sim, mas os únicos que merecem o meu respeito por terem a coragem de dizer as verdades tal como elas são, desassombradamente, mesmo sofrendo dissabores, não vão além de Medina Carreira, Camilo Lourenço e Tiago Caiado Guerreiro. 

Esta é a nossa infeliz realidade.

Muitos de nós somos burros chapados mesmo. E burros chapados gostamos tanto de ser, que deixar de ser não queremos, mesmo com a duríssima realidade à frente dos olhos.


Mas há os que, não sendo burros, são piores do que isso. Usam de logro na sua acção. Levar os respectivos associados a, na situação em que o país está, realizarem greves sobre greves, provocando prejuízos monumentais às empresas para que deviam trabalhar e ao erário público e exigir aumentos salariais, quando a maior benesse a que podem aspirar é não perder o emprego, é isso mesmo, é agir de má fé e, no momento actual, imperdoável.

Ruben Valle Santos
2013 Março 16

Sem comentários: