Os portugueses têm de salvar-se de si próprios, para salvarem Portugal

quinta-feira, 7 de agosto de 2014

3180. Ora, volte lá para o PE...

Cheguei a casa, vindo de Lisboa, uns minutos antes das 13 horas.

Fazendo um zapping no televisor da cozinha (sítio próprio para o programa em que caí) dei de caras com o Goucha e Cristina, acompanhados do inefável Marinho e Pinto.

É difícil, hoje em dia, encontrar em Portugal (em Portugal, imagine-se!!!) maior e mais palavroso e opinioso demagogo do que o "de cujus".

Opina sobre tudo e todos e da forma mais primária que conceber se pode. Nada há que o detenha na sua pesporrência de conquistador e possidente deste mundo e do outro.

No programa do Goucha, então, é um festival. Há que dar algum desconto, claro, porque o Goucha não tem bagagem para uma pessoa normal, quanto mais para um tipo daquele calibre!

Então, diz as maiores enormidades, com o outro a assentir com a cabeça e, aqui e ali, a dar uma achega verbal completamente parva, no fundo a concordar, por incapacidade de contraditar.

Perante este quadro, desenrolado nas barbas de centenas de milhar de donas de casa e de outros tantos de reformados, o feliz político não podia sentir-se mais feliz. Tem um pelouro em que é visto e ouvido por centenas de milhar de donas de casa a fazer o almoço e outras tantas de reformados, a esmagadora maioria sem conhecimentos que lhes possibilitem uma análise minimamente informada acerca daquilo com que o demagogo de meia tigela lhes entorpece a mente e, mais tarde, tem repercussões na assembleia de voto.

Então, que dizia o tal de Marinho e Pinto?

Que o Parlamento Europeu é um verbo de encher, para nada servindo, porque quem manda é o Conselho Europeu. Sendo certo que é verdade, seria o momento adequado para que o tal de Goucha lhe perguntasse:

– Mas, então, se o PE não serve para nada, o que é que VExa está lá a fazer? Apenas a embolsar umas centenas de milhar de euros, anualmente? Por que razão não toma a atitude consentânea com esse seu pensamento de uma cana, ou seja, por que não se vem embora? Sempre era uma bela maquia que os cidadãos europeus não teriam de desembolsar...

Claro que o Goucha não fez nada disso, nem lá perto, tendo-se limitado a fazer coro na demagogia barata e parva.

Mas não se ficou por aqui nas aleivosias, o sacador de massas do PE.

Imagine-se que teve a lata (como outros têm tido, aliás…) de afirmar – a pés juntos, com a gouchesca figura a aplaudir e ambos a serem seguidos de olhos vendados pela acrítica assistência – que nunca deveríamos ter entrado na União Europeia e menos ainda no Euro.

E quer saber? Imagine que ninguém – nem a por vezes ferina Cristina Ferreira, que é a única que lá vai exibindo uns laivos de inteligência – foi capaz de lhe fazer a observação óbvia, qual seja:

–  Ouça lá, ó mangas! Como é que você acha que estaria agora a viver em Portugal, se o País não tivesse aderido à UE e ao Euro? Sim, diga-me lá como seria viver num país com o Escudo, rodeado de todos os outros com o Euro? Nacionalizava-se de albanês? Você é simplesmente tolo ou tolo completamente? Ora, volte lá para o PE e veja se aprende alguma coisa, que já vai sendo tempo…

 rvs
2014 Agosto 07


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