Os portugueses têm de salvar-se de si próprios, para salvarem Portugal

terça-feira, 9 de janeiro de 2007

797. Recordar, para avivar memórias

É sempre bom que, passado lapso de tempo adequado, recordemos algumas atitudes e sentenças de uns quantos políticos da nossa praça.

Talvez para que não se perca a noção das realidades que constituem esses mesmos políticos e respectivas sentenças (não confundir com sentences, please!).

1. É chegado o momento de difundir na sociedade portuguesa um grito de alarme sobre a tendência para a degradação da qualidade dos agentes políticos.

2. Por interesse próprio e por dever patriótico cabe às elites profissionais contribuírem para que na vida partidária portuguesa os políticos competentes possam afastar os incompetentes.

Sábias e doutorais palavras do político retratado ao lado, proferidas em Novembro de 2004, há 2 anos e cerca de 2 meses, portanto.

Entre essas declarações e o momento que vivemos, vários eventos aconteceram, os quais, de modo geral, se consubstanciaram no seguinte:

* Foi eleito, com maioria absoluta, um primeiro ministro que, além de incompetente, à saciedade demonstrou já tratar-se da quinta essência da arrogância, a que acrescenta uma tremenda ausência de savoir vivre em sociedade, sempre que em discussão plenária é confrontado com realidades desagradáveis (a esta atitude há quem chame outras coisas, mas fico-me por aqui);

* Foram vistas já enormidades ao nível governamental, com a tomada de medidas completamente abstrusas e incompetentes mesmo, com o único propósito de evidenciar urbi et orbi que “quem manda somos nós”;

* Foi alçapremado ao indígena cadeirão supremo o autor daquelas doutorais declarações (que, afinal, se destinavam, como outras ainda mais doutorais - mas de valor similar… - única e simplesmente a que o homem alcançasse o que pretendia…), após o que emudeceu. Estranhamente...

Aqui chegados, justo, realmente fair, será perguntar ao dito cujo:

Então, meu caro, onde está o grito de alarme tão vivamente reclamado?

Então, caríssimo, onde estão as elites profissionais que teriam afastado os políticos incompetentes?

Sim, onde estão as tão invocadas elites profissionais, se nos governa gente que parece nunca ter tido uma mísera e mexeruca profissão, nem mostra grande capacidade para que a possa vir a ter, tal a incapacidade revelada?

Sim, caro senhor agora tão calado: entenderá Vocência, lá do assento etéreo para onde se atirou, que tudo "isto" corre sobre rodas bem oleadas e somos governados pela excelência do luso partejamento?

Quid juris, pater noster?
Perdeu a voz? Ou em seu avisado critério ajuiza que deixou de haver razão para gritos de alarme?

Vocência estarrece-me, sempre que abre a boca, sabia? E também quando a não abre...
... ...

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