Os portugueses têm de salvar-se de si próprios, para salvarem Portugal

quarta-feira, 17 de janeiro de 2007

808. "Vacina para o cancro II"

Sob o título Vacina para o cancro II, escreve Diogo Alvim, em Blogadíssimo:

E agora, sem ser em pergunta para os médicos, pergunto mais aos Senhores Ministros da Saúde e das Finanças.

Nas notícias da Lusa, pude ler mais sobre esta vacina e dizia lá o seguinte: "O cancro do colo do útero mata uma mulher a cada dois minutos - uma por dia em Portugal - e destrói a vida sexual, familiar e social das sobreviventes deste carcinoma. Portugal tem a mais alta incidência da Europa deste cancro, cuja principal causa é o vírus HPV, registando 900 novos casos por ano e mais de 300 casos mortais."

Também é dito que a vacina deve ser tomada em três doses e que cada dose custará cerca de €160,00 e que o Estado não comparticipará tal vacina. Eu até compreenderia se me dissessem que o Orçamento de Estado está depauperado e que estamos na miséria, logo o Estado não pode comparticipar nem que seja com 20% ou 30% da vacina. Mas a sério que, depois de ter sido dito que caso o Sim à liberalização do aborto ganhe, o Estado está disposto a comparticipar os abortos, eu já achava que estavamos a nadar em dinheiro.

Como contribuinte, e já que o dinheiro é escasso, prefiro que o Estado comparticipe uma vacina 100% eficaz que pode salvar a vida a 300 pessoas por ano e a saúde de outras 600 que não morrem, a que comparticipe a morte de uma vida humana absolutamente inocente e dotada de um DNA diferente dos seus Pais.


Não podia estar mais de acordo com Diogo Alvim. Direi mesmo mais: é uma vergonha o que se passa actualmente em Portugal. Nunca a demagogia foi tão infrene - e tem-no sido muito ao longo de muitos anos - e jamais os valores morais e éticos tão trucidados.

Vão-nos valendo alguns Alvins que por aí andam. Alerta e com noção do valor da ética social.
...

4 comentários:

carneiro disse...

É tão óbvio...

Ruvasa disse...

Viva, Carneiro!

Sim, é verdade.

Simplesmente, por vezes o óbvio parece não chegar a certos bestuntos, tão cheios de "minhoquices" e pepineiras idiotas que nada mais lá cabe.

Para obstar a isso, lá aparecem os "alvins" e outros a dizerem as verdades óbvias, a pôr as coisas en su sítio.

Abraço

Ruben

carneiro disse...

Bom amigo,

Também eu passo a vida a apontar a óbvia nudez do rei, dando por mim muitas vezes a conjecturar se não serei eu a estar maluco, atenta a nitidez com que vejo as coisas e a surpreendente resistência que o politicamente correcto sempre exibe.

Por exemplo: os anos que a nossa constituição rezou que acordávamos todos os dias "a caminho do socialismo" - isto numa época em que tínhamos um governo maioritário de direita..., etc. etc. e que estavámos, como sociedade, isso sim, a caminho da europa do comércio livre e concorrencial...

A malta parece que gosta de proclamar utopias irrealizáveis, só porque estão na moda ideológica, abstraindo da realidade nua e crua.

O obvio que afirmei antes não se destinava a adjectivar o seu post. Dirigia-se a expressar surpresa por ser necessário que uns puros de alma - como o miúdo que apontou o rei nú, pois esses tem vantagem desde o tempo da espada do rei Artur - ainda tenham de gastar papel e caneta para afirmar aquilo que qualquer sociedade minimamente esclarecida toma como certo e como inquestionável.


É nisso que a malta clássica do PS é insuportável: o que Mário Soares gostava de discutir o problema da fome em portugal sentado á mesa do tavares rico...

E ninguém via o óbvio... A fome de muitos e a abastança alarve - porque paga com dinheiros publicos - de poucos.

Aquele abraço.

Ruvasa disse...

Viva, Carneiro!

Eu sei que não era para me adjectivar o post. Evidentemente que não.

Isso que diz é verdade. Não seria grave, se fosse moda passageira. O que trama tudo é que se trata de uma moda que já vai em 32 anos. É demais!

Nos anos a seguir a 1974, compreendia-se que as coisas se tivessem tornado malucas por uns tempos (ainda que, aqui ao lado, em Espanha, o processo tivesse sido completamente diferente, muito mais adulto...). Mas, enfim, era a "descompressão". Trinta e dois anos após, é burrice, estupidez, impreparação e wise-guysm, ou melhor, chico-espertismo como são todos os chico-espertismos, soît-à-dire, saloios e incultos à 25ª potência.

Abraço

Ruben