Aqui vão sendo deixados pensamentos e comentários, impressões e sensações, alegrias e tristezas, desânimos e esperanças, vida enfim!
Assim se vai confirmando que o Homem é, a jusante da circunstância que o envolve, produto de si próprio. 2004Jul23
quinta-feira, 19 de julho de 2007
1188. "29%? Que azar!?"
Camilo Lourenço
Vinte e nove, vírgula um por cento. Foi quanto subiu a receita do IRC no primeiro semestre do ano.
No artigo de opinião que aqui destacas há uma falácia que convém desmontar. Parte-se, no artigo, do pressuposto que arrecadar mais receitas é algo imoral - quando a economia não cresce, quando o Estado não é eficiente. Não penso assim, ou melhor, não é linear este raciocínio. Falta perceber porque é que as receitas aumentaram, foi por aumentarem as taxas (no ano passado nem o IVA, nem o IRS, nem o IRC aumentaram em relação a este ano, o IVA aumentou antes), foi por um aumento do número de empresas a darem lucros, foi por aumentar a eficácia da cobrança fiscal ou foi por um aperto maior à fuga ao fisco? Se Camilo Lourenço tem a informação discriminada destas razões tem outra autoridade para opinar, senão está a pressupor que aumentar a receita fiscal é intrinsecamente mau. Ficam então as questões: se as empresas aumentam os lucros devem pagar o mesmo que pagavam (ou não pagavam) quando tinham prejuízos? Deve o Estado ser mais perdulário na cobrança e com que critério? Deve o Estado, com crescimento moderado, aliviar o combate à fuga fiscal?
Posta de lado a questão da moral - que não sei para que é que foi aqui chamada - passo para a parte em que estou de acordo: i) que o resultado nas despesas, sem ser mau, fica aquém do orçamentado; ii) que a pressão para reformar é menor quando a recita corre bem; iii) não há razões para euforias da parte do Governo.
Como já te disse em ocasiões anteriores, o meu forte não é a Economia.
Por outro lado, sigo o percurso do Camilo Lourenço desde os tempos da Rádio Comercial, logo pela manhã, aqui há bem uns 20 anos atrás (tanto tempo já, caramba!). E sempre me impressionou a forma calara como o homem expõe as ideias, que até tornam os assuntos difíceis da Economia coisa facílima de entender a qualquer leigo.
Fui reler o artigo e, sinceramente, não vejo nada que se lhe aponte de errado e reencontrei todas as razoes que me levaram a chamar a atenção para o escrito.
Não quero, com isto, afirmar que não tens razão, porque não sei; quero apenas dizer, isso sim, que as razões que o CL apresentou se me afiguram lineares e vêm na linha do que, há bem uns 20 anos o ouço dizer por aí.
2 comentários:
Ruvasa,
No artigo de opinião que aqui destacas há uma falácia que convém desmontar. Parte-se, no artigo, do pressuposto que arrecadar mais receitas é algo imoral - quando a economia não cresce, quando o Estado não é eficiente. Não penso assim, ou melhor, não é linear este raciocínio. Falta perceber porque é que as receitas aumentaram, foi por aumentarem as taxas (no ano passado nem o IVA, nem o IRS, nem o IRC aumentaram em relação a este ano, o IVA aumentou antes), foi por um aumento do número de empresas a darem lucros, foi por aumentar a eficácia da cobrança fiscal ou foi por um aperto maior à fuga ao fisco? Se Camilo Lourenço tem a informação discriminada destas razões tem outra autoridade para opinar, senão está a pressupor que aumentar a receita fiscal é intrinsecamente mau. Ficam então as questões: se as empresas aumentam os lucros devem pagar o mesmo que pagavam (ou não pagavam) quando tinham prejuízos? Deve o Estado ser mais perdulário na cobrança e com que critério? Deve o Estado, com crescimento moderado, aliviar o combate à fuga fiscal?
Posta de lado a questão da moral - que não sei para que é que foi aqui chamada - passo para a parte em que estou de acordo: i) que o resultado nas despesas, sem ser mau, fica aquém do orçamentado; ii) que a pressão para reformar é menor quando a recita corre bem; iii) não há razões para euforias da parte do Governo.
Abraço amigo,
Viva, Ricardo!
Como já te disse em ocasiões anteriores, o meu forte não é a Economia.
Por outro lado, sigo o percurso do Camilo Lourenço desde os tempos da Rádio Comercial, logo pela manhã, aqui há bem uns 20 anos atrás (tanto tempo já, caramba!). E sempre me impressionou a forma calara como o homem expõe as ideias, que até tornam os assuntos difíceis da Economia coisa facílima de entender a qualquer leigo.
Fui reler o artigo e, sinceramente, não vejo nada que se lhe aponte de errado e reencontrei todas as razoes que me levaram a chamar a atenção para o escrito.
Não quero, com isto, afirmar que não tens razão, porque não sei; quero apenas dizer, isso sim, que as razões que o CL apresentou se me afiguram lineares e vêm na linha do que, há bem uns 20 anos o ouço dizer por aí.
Abraço igual
Ruben
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