Os portugueses têm de salvar-se de si próprios, para salvarem Portugal

terça-feira, 8 de janeiro de 2008

1380. Aldeia Global Portuguesa (8) – Birmânia - Myanmar

Fernão Mendes Pinto, o celebrado autor de “Peregrinação” acompanhou uma expedição a Malaca.

Dali alargou as suas viagens e, durante mais de 20 anos, percorreu as costas da Birmânia (actual Myanmar), Sião (actual Tailândia), Sunda, Molucas, China e Japão.

Ao chegar a Cosmim na Birmânia, encontrou uma pequena colónia de católicos, como resultado de casamentos inter-raciais de soldados portugueses e comerciantes.

Como Camões escreveu, espalhámo-nos a golpes de espada e de amor, tendo criado a primeira miscelânea genética que começou na África Oriental e fez todo o caminho até ao Japão.

Sensivelmente por essa altura, em 1533, os portugueses estabeleceram uma feitoria em Macau.

Dali rapidamente se estenderam pelas regiões vizinhas, entre as quais a Tailândia e a Birmânia.

Numa época em que os vários reinos birmaneses guerreavam entre si, tropas portuguesas apoiaram forças da etnia rakkine que, em 1599, conquistaram Pegu, a capital do reino de Tangu.

O português mais destacado dessas tropas, mais ou menos mercenárias, Filipe de Brito e Nicote, revoltou-se contra os seus aliados rakkines e passou a controlar o que era então o mais importante porto da Birmânia, Syriam (hoje Thanlyin). Situação que se manteve por 12 anos.

Os birmaneses, chefiados pelo Anaukpetlun reorganizaram-se e derrotaram os portugueses em 1611. Anaukpetlun restabeleceu um reino de dimensões menores com base em Ava e que incluía a alta e a baixa Birmânias e os Estados shans (sem os rakhines). O posterior declínio daquele reino assistiu a uma revolta bem sucedida dos mons (ou mu), a partir de 1740, com ajuda francesa e tailandesa. Os mons conquistaram, então, a baixa Birmânia (1747).

Não obstante derrotados, os portugueses por lá ficaram e da sua permanência no reino (actualmente não há compatriotas nossos lá residentes, como se confirmou nos recentes incidentes resultantes da revolta dos monges, em Setembro/Outubro de 2007) ainda hoje se notam traços bem visíveis e facilmente destacáveis (cfr. Portuguese Descendants of Bhurma’s Um Valley – The Bayingyi).

Foto masculina
As características deste homem do rio Mo são muito de origem portuguesa, como são bastante semelhantes aos luso-descendentes portugueses da Índia e bem assim da colónia portuguesa de Malaca.

Foto da mulher com o filho
Esta bela mulher denota mais do que evidentes características de algumas mulheres portuguesas. As suas feições são nitidamente não asiáticas.

Click na imagem e nas fotos,
para ampliá-las.

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2 comentários:

Isabel Magalhães disse...

Amigo Ruben;

Foi, novamente, um enorme prazer ter passado por cá.


Abraço

I.


Nota: O Fernão Menses Pinto andou séculos a 'aguentar' com a 'rótulo' de mentiroso quando afinal era apenas cronista e como cronista apresentava a sua visão dos factos.

Ruvasa disse...

Viva, Isabel!

Obrigado pelo cumprimento.

É verdade que andou. A verdade, porém, é que ficou na História do País e... por bons motivos.

Abraço

Ruben