Entretanto, no dia seguinte, o agricultor chegou e disse:
- Desculpe lá, ó compadre, mas tenho más notícias p'ra dar-le. O raio da mula pfff...
- Pfff?!! Qu'é lá isso?
- Morreu, home, morreu, c'um caneco!
- Ah, sim?! Bom, atão devolva-me o dinheirame.
- Nã posso, porra. Já o gastê...
- Tá bén. Mas, atão traga-me lá a mula na mesma, qua raio!....
- P'ra quê, home de Deus?! Ê cá já nã le disse qu'o raio da mula morreu? E o é que vocemecê vai fazer com uma mula morta?
- Vou rifá-la, ora essa!
- Mas vocemecê não pode rifar uma mula morta, compadre!
- Ah nã que nã posso... Atão nã havia de poder, proquê? Posso, sim senhora! Nã vou dizer a ninguém qu'ela tá morta, calha bén...
* * *
Um mês depois, os dois homens reencontram-se e o agricultor que vendeu a mula perguntou:
- Atão, o que é que aconteceu à mula morta?
- Ora, ora... Rifei-a como le tinha dito. Vendi 500 númaros a 2 euros cada um. Olhe, tive um lucro porrêro: 998 euros!
- Ena, pá! Qua ganda negaciata, catarino! E nã houve nenhum magano a reclamar?
- Claro que houve! E reclamou cum'os diachos... Tambén, eheh, nã havera de reclamar? Mas foi só magano que a ganhou na rifa.
- Atão e como é que vocemecê resolveu o problema, catano?
- Ora como... ora como... Simples. Devolvi-le os 2 euros... Tal nã tá a moenga, hã?!
Gentileza do A. Alves
...
4 comentários:
Uma chatice Amigo Ruben, uma chatice!
O homem da mula acaba por ter mais sorte do que eu!...
Quem havia de dizer!
Atão, meu Amigo, não é que não tenho nenhum terreninho em Alcochete?
E não é que nenhum dos meus familiares lá tem sequer uma quintarolinha?
Já andei a basculhar a minha árvore genealógica... a ver se aparece por lá uma tiazinha mesmo afastada, mas qual o quê.Nada!
Mas c'a grande chatice m'a via de acontecer, Amigo Ruben.
Olhe que até a minha Maria já me disse:
-Ó home, aguenta-te... se lá tivesses uma eira ou um palmo de terra, ias a ver que faziam a coisa na OTA!"
Quando se nasce com o cu virado para o outro lado da Lua, é uma porra! Bolas!
Viva, Camilo!
Sei o que isso é, porque se dá o mesmo comigo. Também não tenho por lá nenhuma eira nem beira, nem sequer dinheiro para as comprar. E também me aconteceria essa de, se tivesse, o aeroporto ir para outro lado, já que sou neto de um senhor muito bem disposto e popular que, tendo-se metido em vários negócios, como era uma alma generosa e "dava" mais do que "vendia", as coisas acabavam assim a modos que para o torto. Então, dizia ele: "sou um tipo com tanta sorte que, se um dia decidir montar uma fábrica de bonés, a partir do dia seguinte os putos começam a nascer sem cabeça".
Mas, agora a sério e uma vez que não temos interesses pessoais no "negócio", sempre lhe digo que, pelas razões que já vieram a público e também pelas que referi no post, sou a favor da solução encontrada. Aliás, para mim, qualquer outra na margem esquerda seria boa dentro do espírito de manter a Portela até não poder mais, a funcionar como alternativa.
Um aeroporto como deve ser, a poder ser transformado em placa giratória intercontinental, no cruzamento das rotas aéreas da América do Sul, de África e até da Ásia, implantado de modo a fazer frente a Madrid, captando clientes do Sul de Espanha, é de interesse nacional tão relevante que não é possível ignorá-lo.
Para mais, servindo perfeitamente e com condições bem adequadas, para descongestionar o tráfego aéreo na Europa central.
Os céus da Alemanha, da França e dos países ali à volta estão saturadíssimos.
Em Setembro do ano passado, estivemos no aeroporto Charles De Gaulle cerca de meia-hora, à beira da pista, esperando para entrar, porque havia uma fila que nunca mais acabava de aviões a aterrar. E, então, pela janela do avião estivemos a vê-los a aproximar-se. Pode não acreditar, mas em cerca de 20 minutos chegaram 17 aviões. Quando um saía da pista para se dirigir à manga, já outro estava a tocar o solo e atrás dele viam-se, em fila, mais 5 ou 6. Nunca eu tinha visto uma coisa assim.
Temos, pois, todo o interesse em possuir um aeroporto de grandes dimensões. Ontem falou-se numa réplica cá deste lado ao aeroporto recentemente aberto o Dubai, que é o maior do Mundo e que muito veio ajudar ao descongestionamento, sendo já um sucesso de receitas. Com o nosso, se houver "cabecinha" e lisura de processos, pode acontecer o mesmo.
Ora, na Ota não havia hipótese de construir um aeroporto de tais dimensões e com tais perspectivas.
Numa coisa eu estou completamente de acordo com os interesses das pessoas da Ota e arredores: as expectativas, que lhes foram criadas e que se mantiveram por tanto tempo, foram goradas e os prejuízos devem ser grandes. Mas, então, que se compensem de outra forma. Com outro tipo de investimentos, mais adequados à região.
Abraço
Ruben
hehehehe ...
gostei ...
a chamada esperteza saloia
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afinal enganei-me ... vamos ter Aeroporto em Alcochete ... agora é que eu vou começar a viajar muito ..... afinal Alcochete fica mesmo ali ao lado ....
beijinhos e bom fim de semana para ti
Viva, Isabel!
Já era tempo de gostarmos de alguma coisa, não? Isto em relação ao aeroporto...
Quanto à mula, é isso mesmo: viver não custa... o que custa é saber como.
Beijinho também para ti e um belo fim de semana, a voar...
Ruben
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