Os portugueses têm de salvar-se de si próprios, para salvarem Portugal

segunda-feira, 18 de agosto de 2008

1735. Afinal, quem era o quê?

Um dos grandes prazeres de adeptos sportinguistas e portistas tem sido o de atirar à cara dos benfiquistas que o Sport Lisboa e Benfica foi o clube do regime salazarista.

Ora muito bem.

Que foi o clube de cujo prestígio o regime se serviu para, a ele se colando, colher alguns benefícios políticos, sim; mas o clube foi sempre de gente de cariz bem democrática.


E ainda hoje, as graves dificuldades com que o clube se vem defrontando só provam isso mesmo. A democraticidade interna. Não fora isso, instaurasse-se no clube um regime de férreo controlo, como se vê por outras bandas, em que os futebolistas são máquinas que têm de seguir um determinado padrão, todos iguais e nenhum diferente, quais robots, sob uma disciplina que quase raia a dos regimes fascistas, e certamente que o clube estaria florescente e jamais teria perdido a aura dos tempos passados.

Mas isso é história para outra oportunidade.

O que conta para hoje é que o Benfica nunca foi um clube alinhado pelo regime anterior. Muito pelo contrário, como sabe quem assistiu ou se documenta e não enferma de cegueira clubística, o regime é que aderiu ao Benfica, que é coisa bem diversa do que tanto tem sido propalado por gentes do SCP e do FCP.

Mas isso também é história para outra oportunidade.

Bem, como ia dizendo - e isso, sim, é a verdade histórica que hoje trago aqui - é que, não sendo o Benfica o clube aderente ao regime deposto com o o golpe de estado de 25 de Abril de 1974, tal não significa que outros não tenham aderido mesmo. Pois é, outros houve que aderiram integralmente e de tal há boas e abundantes provas.

Os benfiquistas nem se têm dado ao trabalho de contrariar falsidades que tanto gozo têm proporcionado aos seus opositores. Porque não vale a pena, já que a verdade, como o azeite, tem uma muito chata tendência para vir à superfície. Pode tardar, mas não falta.

Porque rira bien qui rira le dernier, hoje, porém, abre-se um pequeno parêntese, apenas para provar que o que tem sido dito não é verdade e o que é verdade não tem sido dito. E, ao que parece, continua a sê-lo e a não sê-lo.

Não acredita? Então, click nas fotos abaixo, para ampliar e conferir. Isto quanto ao passado; quanto ao futuro, basta que rememore o que se passa na vivência dos clubes portugueses.

Vamos lá então? E buon divertimentto!



;-)

NB.- As fotos foram uma gentil cedência do Ângelo Silva.
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2 comentários:

Isabel Magalhães disse...

Amigo Ruben;

O que se segue é o ponto de vista de uma SPORTINGUISTA que não sabe nada ou sequer gosta de futebol. ;)

As fotos provam o quê?

Acabada de completar 10 anos entrei para o 1º ano e, 'voluntariamente à força', fui inscrita na Mocidade Portuguesa, com farda, emblema e número. Acresce que era um Colégio privado e a factura da inscrição e matrícula incluía o preço da vestimenta que os meus paizinhos tiveram de pagar (que eu saiba lá em casa não havia apoiantes do 'ancien regime' antes pelo contrário...).

Pouco antes do '25' entrei na Função Pública, no Palácio Foz e, certamente, votei algumas vezes, sem ter votado... 'if you know what I mean'! ;)

Também por lá vi muitos, - mas mesmo muitos - dos que amanheceram democratas a 26... ;)

Se calhar não tem nada a ver com o post mas apeteceu-me contar! ;)

Bjssss

I.

Ruvasa disse...

Viva, Isabel!

Hihihihihi!

Cóf... cóf... cóf...

Com muito carinho

Cóf... cóf... cóf...

Um grande beijinho

E atã eu nã sê o que é isse?

Até sou menos novinho...

Cóf... cóf... cóf...

Hihihihi !

Outro beijinho

Votei uma vez. Em 1973, com Marcelo Caetano, estava eu na Beira, em Moçambique.

Havia a possibilidade de cortar todos os nomes de que não gostasse. Cortei-os todos.

O patife que estava como presidente da mesa teve o sumo desplante de, antes de introduzir o voto na urna, de o abrir nas minhas ralas barbas - então usava-as - e ver em que sentido eu votara.

Disse-lhe então:

- O senhor constituíu-se agora mesmo responsável por Marcelo Caetano ter acabado de perder uma pessoa que, embora não tenha votado no seu candidato, o respeitava.

O tipo ficou de tal modo surpreendido que nem foi capaz de esboçar uma resposta, circunstância que aproveitei para sair pela esquerda alta dele.

Durante uns dias ainda temi que a resposta surgisse. Felizmente, nada foi feito.

Uns meses depois, veio o 16 de Março e, logo a seguir, o 25 de Abril.

Último beijinho, por agora.

Ruben