Os portugueses têm de salvar-se de si próprios, para salvarem Portugal

sábado, 16 de agosto de 2008

1734. Afinal, não sou apenas eu...

... a tentar abrir os olhos a uns quantos ceguinhos que parece não verem que o PSD está a caminho da débacle derradeira.

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O PSD não é elitista e isto não dá votos
por Rui Teixeira Santos

2008-08-13 21:19
Semanário

O papel da senhora não é o de ir em arraiais, mas ela fará a sua aparição em Setembro na Universidade de Verão, em Castelo de Vide, com António Vitorino e Pacheco Pereira.

Este fim-de-semana o PSD, o PSD real, vai ter as suas celebrações: no Pontal e na Madeira, como manda a tradição.

A líder não estará presente.

E, Manuela Ferreira Leite até tem razão: a sua presença não lhe acrescentaria nada, não lhe daria nem mais um voto, não lhe serviria sequer para combater o eng. Sócrates e o governo socialista.

Só que a sua ausência, provavelmente, tirar-lhe-á, a ela e ao partido, votos, ampliará o sentimento de orfandade, reinante no PSD, e torna urgente a clarificação da liderança do PSD, antes das próximas legislativas, agora que se percebe que a senhora não pode ser mais que chefe de gabinete de estudos.

Pela simples razão que o PSD não é elitista e, portanto, que estas atitudes de autismo não dão votos.

Manuela Ferreira Leite é comparável a Diogo Freitas do Amaral. Também ele era elitista e tímido no contacto com o partido e a população. Não tinha jeito nem vocação. Só que estávamos em 1975 e o PSD não é o CDS. Além disso, Freitas do Amaral era acompanhado por Adelino Amaro da Costa e por Basílio Horta, que sabiam bem o que a população pensava e como agia. Sem essa componente populista e pragmática, o CDS nunca teria sido nada em Portugal.

Ora, Ferreira Leite é acompanhada por Morais Sarmento/Arnaut, que não consta que sejam muito populares, e por Pacheco Pereira e António Borges, que devem ter pouco para acrescentar neste particular.

Ou seja, sem mensagem nem presença, Ferreira Leite corre o risco de destruir para sempre o PSD. E das duas uma: ou é substituída antes mesmo das legislativas, o que pode ser difícil, pois o "cavaquismo septuagenário", orquestrado a partir de Belém, com intervenção política e protagonismo presidencial, ou começa a haver espaço para a refundação do centro-direita e para a criação de uma novo partido, à semelhança do que aconteceu em Itália.

Ferreira Leite, aliás, como o Presidente Cavaco Silva, odeia o partido, odeia a máquina do PSD. Chegada à liderança, comporta-se como o autocrata iluminado. (Mesmo que nós saibamos que o seu "autismo" tem também uma componente de ausência de ideias.) O PSD é um problema, aliás um problema com o qual Cavaco Silva se deu mal, apesar da máquina nogueirista, quando foi primeiro-ministro.

Só que, sem partido, Ferreira Leite também não existe, ao contrário de Cavaco Silva que, a partir do Governo, tinha poder e lugares para distribuir ou ambições para satisfazer e empresas públicas para privatizar e obras para contratar.

Não deixa de ser curioso - e sabemos que Ferreira Leite também ficou siderada - que, mesmo na sua gente, as deserções já tenham começado, com António Borges a passar-se para o lado de Pedro Passos Coelho, defendendo a privatização da Caixa Geral de Depósitos (um disparate equivalente à estupidez de terem extinto o IPE) e desautorizando, assim, a própria líder que (e bem) percebeu que seria um erro prescindir de um dos poucos instrumentos de intervenção microeconómica do Estado e, sobretudo, numa conjuntura financeira e económica como a actual.

Ferreira Leite não tem jeito e o cavaquismo não tem gente para a acompanhar. O fim da história está à vista...

***

Pois... não acordem, não.

...

3 comentários:

Isabel Magalhães disse...

Ruben;

"O fim da história está à vista..."


Pois... infelizmente assim parece!

Bj

I.

Anónimo disse...

Portugal precisa de um "abanão"!
Ou de um "apagão" qualquer coisa em "ão"!
ABAIXO SOCRATES!
Esta soube-me bem!
Gosto de Malhoa , belissima escolha.
Bom domingo
Beijoss

Ruvasa disse...

Viva, Lurdes!

Respondo apenas hoje, porque ontem tuve que fazer 650km num carro com 1000cc. Estás a imaginar, não?

Portugal está, amiga, efectivamente mal e não se recomenda mesmo nada. Tudo isto por cá é de uma autêntica pobreza franciscana, de uma completa indigência mental.

Com esta capacidade de descer abaixo dos níveis mínimos, não sei onde iremos parar.

Beijos

Ruben