Foi eleito Papa em 20 de Setembro de 1276, pelo que o seu pontificado durou precisamente oito meses.
Pedro Julião nasceu da união de Julião Rebelo, médico, de quem herdou igualmente a profissão, de Teresa Gil.
Estudou na escola episcopal da catedral de Lisboa e, posteriormente na Universidade de Paris, tendo tido como mestre Sto Alberto Magno e como condiscípulo S. Tomás de Aquino.
Estudou ainda Medicina e Teologia, prestando especial atenção à dialéctica, à lógica e bem assim à Física e à Metafísica, tornando-se seguidor das ideias de Aristóteles.
Dedicou-se ao ensino da Medicina na Universidade de Siena, tendo escrito deixado obras, de que sobressai o Tratado Summulæ Logicales, por mais de trezentos anos manual de referência nas universidades europeias, para o estudo da Lógica Aristotélica. Foi, além disso, médico pessoal do Papa Gregório X.
De vasta e diversificada cultura científica, escreveu também o Tratado o De oculo, sobre Oftalmologia.
Por estes dados se pode imaginar a enorme influência que exerceu em toda a Europa, com especial relevo em Portugal, França e Itália. Foi frequentemente citado por grandes autores da época, designadamente Dante Alighieri, que o incluiu na Divina Comédia.
Foi com uma receita de Pedro Julião que, quase dois séculos mais tarde, Michelangelo Buonarroti, que adoecera dos olhos, pela dureza do trabalho de composição na Capela Sistina, fui curado.
Foi autor do Thesaurus Pauperum (tesouro dos pobres), em que aborda várias doenças e respectivas curas. O livro teve mais de uma centena de edições, e foi traduzido para 12 línguas.
Foi também autor de Comentários ao pseudo-Dionísio e Scientia libri de anima, de teor teológico.
A sua eleição como papa João XXI, em conclave que teve lugar em Viterbo, decorreu numa época de grandes convulsões político-religiosas. Foi eleito em 13 de Setembro de 1276 e coroado uma semana mais tarde.
Enquanto Papa, tentou apaziguar diversos conflitos existentes no seio da Igreja Católica e no mundo cristão. Foi mediador da guerra entre a França e o reino de Castela e esforçou-se por proteger os territórios cristãos da terra santa.
O então rei de Portugal, Afonso III, estava em litígio com a Santa Sé, pelo que o Papa João XXI tentou a reconciliação entre ambas as partes, tendo, para o efeito, enviado uma bula ao monarca português.
Não chegou a tomar conhecimento dos resultados dessa diligência porque, em 20 de maio de 1277, quando visitava o palácio de Viterbo, apreciando uma nova dependência que mandara construir, o tecto desabou e atingiu-o de tal forma que não resistiu aos ferimentos e faleceu ali mesmo.
Fontes diversas
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4 comentários:
Mais um problema e construão civil!
Vivendo e aprendendo, não sabia que houve um papa português...
Obrigada pela aula.
Abraços.
Viva, Jorge!
É verdade. ;-)
Abraço
Ruben
Viva, Maria Augusta!
Aula? Jamais!...
Também não admira que não se souibesse. Foi há tanto tempo! Portugal ainda gatinhava...
Abraço
Ruben
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