1958. Choque tecnológico arbitral precisa-se!
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A propósito dos problemas com os "ceguetas" árbitros do futebol indígena, curioso seria que alguém se dispussse a fazer um inquérito a todos os clubes da 1ª Liga, no sentido de se saber quais são aqueles cujas direcções estão prontas a aceitar que sejam instalados nos campos de futebol dispositivos electrónicos que possibilitem, in loco e in actu, que os árbitros ajuizem correctamente da legalidade dos lances mais polémicos.
Esses lances serão aqules que mais podem beneficiar ou prejudicar qualquer das equipas em presença, como, a título de exemplo, o assinalar ou não de uma grande penalidade ou pontapé livre a menos de 30 metros da baliza, bem como a validação ou não de golos, pelo facto de a bola ter ou não ultrapassado a linha de baliza.
Claro que, à luz de tal inquérito e à forma como seriam dadas as respostas - ou mesmo se elas não fossem respondidas - se constataria, sem margem para dúvidas, quem está realmente interessado na justiça dos resultados e na clarificação do futebol ou quem, pelo contrário, prefere que as coisas continuem como estão.
Assim se veria, de forma categórica, quem é a favor da transparência e quem apenas simula ser, enquanto nos bastidores manobra a seu bel-prazer.
Claro que os agentes mais indicados para procederem a um inquérito desta natureza seriam os jornais desportivos... ... mas já cá se sabe que não servem para pacificar a disputa futebolística, tornando decente o indigente futebol português.
De modo que... ...vamos continuando como estamos, atolados no lodaçal... |
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6 comentários:
Querido não sou ninuguém para falar de futebol, mas se colocarem muita tecnologia dentro do campo, o futebol vai deixar de ser aquele esporte que é e que vive a base de discussão, dúvidas, e emoção! Há que se ter um pouco de pimenta nele, para que os torcedores cutuquem um ao outro. Será que se houvesse tudo certinho, ele não perderia a graça de maneira total?
Enfim, tudo é uma questão de pponto de vista.
Um grande beijo, CON
Viva, Conceição!
Por aí, talvez, acredito que sim.
Por cá, em 15 anos, o F.C.Porto conseguiu arrecadar 11 títulos, à custa de algum mérito, sim, mas imensas jogatanas por fora.
A escandaleira é total. Nem na Itália alguma vez aconteceu coisa semelhante!
Só visto!
Beijo
Ruben
Olá caro amigo. Primeiro quero felicitá-lo (não precisa, mas é uma questão de princípio que eu tenho) pela frase alerta, efectivamente não podia ser mais actual e eloquente. Em relação a este post e falando com alguns conhecimentos da matéria, dado que exerço enquanto jornalista desportivo, permita-me que acrescente algo mais. Nínguém deveria ter dúvidas quanto à necessidade de tornar mais transparente o futebol português, no entanto, tal não convém a "muito boa gente" - e aqui incluo desde dirigentes, passando por árbitros, jogadores, treinadores e outros simples aficionados, mas que vivem do futebol. Também poderei incluir a minha classe de jornalistas, apesar de distinguir esse sector, por o conhecêr mínimamente. O futebol é uma indústria poderosa, onde têm cabido todo o género de gente, cuidado quando lhe mexêmos no "tachinho". Sou dos que exerço uma profissão cuja rentabilidade é o desporto, essencialmente, o futebol, mas não vendo a alma ao diabo. As novas tecnologias é apenas um pequeno item que eu gostava de ver em prática, mas tal não é conveniente para os "senhores" da UEFA & Cª, penso que me faço entender, não? Um abraço amigo.
Viva, caro Eduardo!
Claro que se faz compreender. E bem.
Tudo o que o Eduardo diz certamente que será verdade. E digo que certamente, porque sei que muitas o são e algumas outras tenho presumido que sim. Como agora abertamente o diz, mais firmemente creio que o serão.
Como em todas as actividades e profissões há gente muito decente, pouco decente e nada decente. Nem eram os jornalistas que eu queria atingir, quando disse o que disse. Se bem que os jornalistas, muitos jornalistas, deixem muito a desejar, como julgo que concordamos.
O que, sendo mau em qualquer profissão, é-o bem pior e com resultados muito mais funestos em jornalismo, com o poder imenso que existe de influenciar a opinião pública (acrítica, como bem sabemos, porque pouco instruída e ainda menos culta).
Mas o que eu estava a criticar não eram propriamente os jornalistas, mas os jornais, neste caso, os desportivos.
Repare nisto, meu amigo:
Quantos casos de corrupção e de outras maroteiras quejandas no futebol, de entre os que já foram denunciados publicamente, o foram pelos jornais desportivos? Tanto quanto sei, nenhum. Os poucos que aconteceram foram-no todos por jornais ou rádios ou televisões generalistas.
Ora, não é crível, ninguém acredita, que as redacções dos jornais desportivos não fervilhem de histórias, mais ou menos "seguras" de pantominices e outras vigarices levadas a efeito no futebol.
Lendo, porém os jornais desportivos - coisa que não faço há bons anos, descontando uma ou outra leitura de viés na Net, de uma ou outra peça, raramente, e olhe que eu interessava-me muito pelo fenómeno futebolístico! - tudo parece estar na paz do Senhor, não havendo coisa alguma de anormal a relatar.
Será que isto não revela muito de conivência com um clima de ilegalidade e, pior do que isso, de total impunidade, que grassa no futebol português?
Como é possível que um ou mais dirigentes desportivos assentam as suas defesas não, como seria lógico e decente, na circunstância de não terem cometido determinado ilícito criminal grave de que são indiciados e até acusados, mas no facto de que o que se apurou não vale porque... foi obtido através de escutas telefónicas que, sob o ponto de vista processual, não valem?!?!
Claro que isto é uma defesa, para valer nos tribunais. Mas é também o reconhecimento inafastável de culpa feito perante a opinião pública.
Como é que gente dessa espécie continua a obter os favores dos jornais desportivos e com direito ao beija-mão quase diário, se não mesmo diário, a que se assiste, por parte da imprensa desportiva? Ou será que leem todos pela mesma cartilha? Não posso aceitar uma tal hipótese, caramba!
Mas, afinal, em que país estamos? Não sobrou um pingo sequer de vergonha na cara à generalidade das pessoas?
Quer maior escândalo do que isto?
Passados estes anos todos, chegamos à conclusão de que, no futebol português, apenas existiu um "patife": Vale e Azevedo.
Ora, para mais, todos bem sabemos que, no futebol, ele não terá abusado da confiança de ninguém, não terá burlado seja quem for. Isto a dar crédito à condenação que lhe foi imposta em que se entende que prejudicou o S.L.Benfica nuns milhares de notas, mas, curiosamente - curiosamente!!! - ninguém o mandou repor o que tinha "subtraído", de modo a tapar o prejuízo que provocara, ou seja, não provocara prejuízo algum, não tirara dinheiro a ninguém. Muito pelo contrário, o clube é que lhe deve uns bons milhões de euros!!! E os jornais desportivos, que de tudo isto e de muito mais sabem, nada dizem, tudo calam. São coniventes.
Claro que a sua explicação, explica bem todas essas anomalias, mas - e por aqui se vê como as coisas estão verdadeiramente mal - em condições normais, essas razões que apresentou não deviam conseguir explicar nada.
Não sei se me fiz entender, mas presumo que sim.
* * *
Insisto:
Seria excelente medida de higiene, quando menos mental, que um jornal desportivo tivesse a coragem (nem é precisa muita) de dar execução a um tal inquérito. Quanto mais não seja para provocar uma separação de águas, ou seja, um primeiro passo.
E sabe-se que estas coisas precisam de muitos passos, dados com segurança e persistência, até que se obtenham resultados palpáveis. Quanto a mim, este seria um passo muito importante, decisivo mesmo. Pode ser que esteja enganado, mas julgo que não. De qualquer modo, sem se fazer seja o que for é que jamais se saberá do mérito ou demérito de qualquer iniciativa.
Abraço e volte sempre. Tem aqui uma casa de porta permanentemente escancarada.
Ruben
Caro Ruben, deixei-lhe um desafio lá no meu canto no post "Particularidades"
Viva, Al!
Já lá fui e tomei nota.
É só um momento.
Abraço
Ruben
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