Os portugueses têm de salvar-se de si próprios, para salvarem Portugal

terça-feira, 17 de março de 2009

2052. Sublime!

A dança das cadeiras
entre detentores do Poder

e seus defensores de serviço

(...)
Ainda o café não tinha chegado à mesa, já rui pereira mandava um empregado do restaurante dizer a uma jornalista que se levantasse para ele se poder sentar junto de sócrates. Assim, sem mais. E antes que houvesse tempo para reagir, lá estava o ministro de pé, coladinho à cadeira da jornalista, para que ela se levantasse e ele se pudesse sentar. Sem um olhar, uma palavra, uma desculpa, uma razão por muito esfarrapada. Até ao fim do jantar, lá ficou sentado, colado, provavelmente com medo de ser remodelado depois dos resultados vergonhosos que apresentou no combate ao crime.
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Post "Um chá para Rui Pereira", no Blog Escola de Lavores

Na verdade, constitui crime de lesa-majestade alguém, ainda que ministro, atrever-se a sentar-se no lugar anteriormente ocupado por qualquer senhor - ou senhora - da toda-poderosa classe jornalística. Atrevimento que tem de ser severamente punido, evidentemente.

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Estou estupefacto com o seu post e com a ordinária fotomontagem que o ilustra, para os quais pessoa amiga me chamou a atenção.
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na falta de mesa, estive em pé, durante algum tempo, a um canto; não falei com nenhum empregado, directamente ou por interposta pessoa, a pedir que me arranjassem o lugar; foi o primeiro-ministro de Portugal que me chamou, a certa altura, para me sentar ao pé dele; nessa ocasião, o lugar estava vago e eu ignorava que alguém lá encontraria;
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aliás, para ser sincero, se visse a autora deste post não a reconheceria sequer; resta-me lamentar o tom preconceituoso e profundamente injusto do post.

Comentário-resposta (!?!?) de Rui Pereira, ministro da administração interna

À semelhança do ministro Rui Pereira, também eu me sinto estupefacto por este ter tido a deferência de, saindo do etéreo assento (o da governança, não o da jornalista Dina) para vir ao blog tirar desforço e, mais ainda, por ter entrado da forma abrupta como efectivamente entrou. Mais uma prova de que a blogosfera lusa dá cabo dos nervos de muita gente... Olarila!

E a minha estupefacção prossegue, quando constato que sexa ministro, com tanto poder, esteve em pé (ou de pé, hã?) durante algum tempo (coisa que não se faz a um ministro, haja respeitinho...) e só porque o maioral o chamou foi à procura de lugar e, vendo que aquela cadeira, naquela ocasião (antes não vira que lá estava a jornalista e ficara de pé por puro prazer...), estava vaga... assentou-se.

E a tal minha estupefacção aumenta ainda, ao verificar que o ministro não a reconheceria se a tivesse visto... Se me é permitido perguntar: O que é que isto tem a ver com as calças, ó senhor Pereira? O reconhecimento ou o não reconhecimento do interlocutor, determina diferenças no comportamento ministerial, em matéria de delicadeza?!

Para finalizar: será que, em situações semelhantes, mesmo que não se aviste o detentor do assento, não é normal perguntar-se se está vago? É o mínimo, não?

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A verdade, clara e simples, transposta para um velho provérbio português, não será difícil de compreender:
"Quem vai ao ar, perde o lugar!"
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Comentário de revide, em testemunho presencial de anónimo

Pois é, um anónimo (são-no sempre...) que parece estar de serviço à defesa ministerial, na pressa de defender o seu ídolo, termina a "comentarice" atirando à cara da jornalista o provérbio popular, curto e grosso, que normalmente é muito brandido em tabernas e quitandas tais, mas jamais em jantares de primeiros-ministros. Estas coisas governamentais andam mesmo pelas ruas da amargura...

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Pelo vistos enganei-me em relação ao ministro da administração interna. Afinal, ainda é mais incorrecto do que eu supunha, e a ideia com que fiquei sobre ele, após a visita a cabo verde, já não era nada boa. E o problema é que, além de mal educado deve estar a precisar de mudar de óculos.
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Em relação ao alegado preconceito, não tinha preconceito nenhum em relação a ele, porque nunca tinha sequer estado na mesma sala que ele. Reconheço, no entanto, que tenho preconceitos relativamente a pessoas reconhecidamente mal-educadas, arrogantes, que se consideram superiores e que não respeitam os outros.
Revide da jornalista em novo post sob o título Resposta ao ministro da administração interna

Pois é, caro Rui Pereira, ilustre governante, quem se mete à chuva molha-se!... Escusava bem de ter lido mais esta.

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A verdade, clara e simples, transposta para um velho provérbio português, não será difícil de compreender:
"Quem vai ao ar, perde o lugar!"
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Novo comentário de revide do tal anónimo, em serviço permanente à defesa do ministro.

Como se lhe acabaram as munições e, deslumbrado com a "comentarice" anterior, repetiu-a e até a terminou com o mesmo lapidar provérbio português muito usado em locais de farta ingestão de tinto carrascão e salgados coiratos.

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E assim vai este nosso querido Portugal... Deus o abençoe!
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