Os portugueses têm de salvar-se de si próprios, para salvarem Portugal

segunda-feira, 6 de julho de 2009

2425. Maria João Pires

Ao que parece por falta de apoios, Maria João Pires amuou com o Governo e quer ir-se para o Brasil, renunciando à nacionalidade portuguesa.

Após passado mais de um dia sobre a notícia, não houve qualquer desmentido. Estes são os pressupostos do meu comentário.

Sempre gostei das qualidades musicais de Maria João Pires e sou do entendimento de que, como pianista, era motivo de orgulho para Portugal e para os Portugueses. Eu, pelo menos, sentia-o.

Porém, embora as queixas possam autorizar os amuos e até que os amuados vão viver para o raio que... melhor lhes sirva (Saramago fê-lo e ninguém se importou com isso nem lhe sentiu a falta, pois se ele está melhor e como quer, nós também... como é bem sabido há cerca de quinze anos) certamente já não autorizam a renúncia à nacionalidade.

Porque a nacionalidade é algo de sentimental que se entranha ao longo dos anos, de toda uma vida e, portanto, insusceptível, de dela se abdicar ao fim de 65 anos de vivência do estatuto. A menos, claro, que por razões humanitárias, como seja a de, com razoabilidade, se temer pela própria própria integridade física, a vida, ela mesmo. O que não é o caso. Manifestamente não é o caso.

Deste modo, não é a nacionalidade susceptível de ser alterada, por efeito de atitude de que não se gostou, praticada seja por quem for, ainda que por um todo poderoso governo. É que os governos vêm e vão, mas Portugal e os Portugueses permanecem. Eles é que contam.

Renunciar à nacionalidade nestes termos e por estes motivos é evidenciar perante toda a gente que nunca ela foi entranhada em quem o faz, se propõe fazê-lo ou apenas o ameaça, nem, pois, assumida com inteireza de carácter e verdadeiro portuguesismo.

Tudo visto e decidindo:

Pois que vá e que renuncie. Não faz falta quem não quer cá estar nem ser português. Mas, a ser verdade e fazendo-o, não volte mais. Não tem esse direito.

Pena é que não possa levar o Governo consigo. Mas está visto que não...
...

4 comentários:

Isabel Filipe disse...

Oi Ruben ...

plenamente de acordo contigo ...

que se vá embora, pois realmente não faz cá falta nenhuma ...
tenho o maior desprezo por quem toma uma atitude destas ...

bjs

Ruvasa disse...

Viva, Isabel!

É que a gente vê e ouve cada uma que não consegue conter-se, caramba!

Onde é que já se viu alguém renunciar à nacionalidade por ter tido uma birra com um governo?

O que é que Portugal e os Portugueses têm que ver com um circunstancial governo?

E mesmo que o governo não tenha qualquer razão - ignoro se tem ou não - isso jamais poderia ser invocado para renunciar à nacionalidade, ofensa sempre muito grave para qualquer Português que se preze.

Beijinho

Ruben

forteifeio disse...

Belo post Ruben carregado de razão e de argumentos. A pátria não é um saco de dinheiro.

Parabéns

Ruvasa disse...

Viva, forteifeio!

O pior é que há por aí imensos portugueses iguais.

Abraço

Ruben