Os portugueses têm de salvar-se de si próprios, para salvarem Portugal

domingo, 7 de fevereiro de 2010

2520. O socialismo de esgoto

O socialismo de esgoto que por aí vagueia desenfreado anda agora (uma vez mais...) alarmado com o horrendo crime da publicação de mais uns quantos dados oficiais que lhe põem o disgusting and nasty asshole ao relento e, consequentemente, ao escrutínio do povoléu que, embora distraído e ignorante, acaba por não ser idiota a tempo inteiro...

Grita aos quatro ventos, com aquela bocarra escancarada, no fundo da qual se pode ver a fauce infecta e aterradora, que aquilo que se fez é crime imperdoável.

O primeiro de todos, chega ao ponto de chamar de indecoroso o que considera jornalismo "de buraco de fechadura".

O desplante é, na verdade, o escudo de primeira linha dos tiranos.

E, aqui, o desplante, o nojo, é catalogar-se de indecoroso - e, pior, a todo o custo querer abafar - o acto de oferta aos portugueses do conhecimento de que necessitam (de que necessita qualquer Democracia que se preze) para que, em sã consciência, tomem as medidas que considerem adequadas e justas, tendo por objectivo acabar com a pouca vergonha que grassa pelo país.


É a completa ausência de princípios, o desprezo mais inaudito por quem tem a responsabilidade de zelar, com vertentes que fariam corar de inveja os até há pouco inultrapassados Bórgias, salvo (tanto quanto até agora se sabe...) no envenenamento e apunhalamento físico dos adversários.

Parte do princípio de que somos todos parvos e ignorantes (e somos, muitos de nós, mas nem todos... e cada vez menos...), pelo que não dispomos do "distinguo" necessário para separar o trigo do joio, um cu bem lavadinho de um buraco infecto e nojento. Isto é de uma falta de consideração pelo eleitorado que, não obstante o que se sabe, não parece merecê-la.

"Indecoroso" é pois, a publicitação dos crimes; não a sua comissão, oh, dear!

A desfaçatez é de tal monta que nem se cora de vergonha quando se vem para a frente das câmaras afirmar que se trata de conversas privadas, razão por que é ilegal delas dar conhecimento! O Apito da Costa teve reacção semelhante, não foi?

Pois bem, uma conjura, qualquer conjura, seja onde for por esse mundo fora, é sempre privada. Se o não fosse, onde estaria a conjura? E uma conjura que atenta contra os fundamentos da Democracia, embora sendo privada - como todas, repito - deve ser respeitada e não divulgada? Qué me la chupe!


Muitas vezes tenho estado em desacordo completo com as práticas jornalísticas. Neste caso - e em outros similares - porém, aplaudo a mãos ambas. E não só os jornalistas. Também e em primeiro lugar, os bufos. Que Deus, em Sua infinita misericórdia os abençoe, porque o que eles estão a fazer é meritório suficiente para que ganhem o Reino dos Céus.

Não fosse a sua acção e mesmo o risco que correm (infelizmente apenas alguns), continuávamos todos na mais santa das ignorâncias, felizes e contentes, enquanto quem nos "fuck" à má fila se movimentava à Lagardère, über alles, porque aqueles que foram alcandorados a cargos que os obrigam a garantir a legalidade democrática apenas demonstram diariamente, não cumprindo os seus deveres mínimos, não os motivar o serviço que deveriam prestar à sociedade portuguesa. Porque foram lá colocados no pressuposto de que as "boquinhas foleiras" para as TVs e o corte de fitas não passam de faits divers de adorno da fatiota. O essencial é bem outro.


Falando mais claro: o cargo de Pinto Monteiro, Procurador Geral da República, é o de chefe dos defensores públicos da legalidade democrática; Cavaco Silva, Presidente da República, é, por definição, o garante da Democracia Portuguesa.

A acção que de ambos se tem visto apenas comprova o que, aliás, já de há muito se sabia: que Portugal não tem um regime democrático. Porque a democracia não se caracteriza pelo facto de se poderem dizer e escrever umas "bocas" (quando se pode...). Há que das atitudes tirar as necessárias consequências. Imunidade não pode, como até aqui, significar impunidade.


Ao actual PGR, Pinto Monteiro, não faço qualquer apelo, lanço crítica ou deixo manifesto. Entendo que não vale a pena, porque ele anda há anos a demonstrar quod erat demonstrandum, ou seja, que não está no cargo para o tipo de actuação que se julgava que deveria ter. Ao PR ainda o faço uma última vez:

- Caramba, homem! De uma vez por todas, saia do Poço ou da Fonte or whatever e faça o que os deveres do cargo lhe cominam. E, se acha que não pode - seja lá por que for - saia de cima, vá dar beijinhos aos netos e deixe que alguém ainda com alguma tesão faça o serviço que mister é que seja feito.
...

2 comentários:

H. Sousa disse...

Assino por baixo! É um descalabro, esgotámos as palavras e esgotámos porque pelos vistos elas não movem nada, nem PM nem PGR nem PR nem o raio que os parta.

Ruvasa disse...

Viva, Henrique!

A mim restam-me duas. Em chinês: Gu ha!

Abraço

Ruben