Os portugueses têm de salvar-se de si próprios, para salvarem Portugal

terça-feira, 2 de março de 2010

2602. Podió repeti-lo?

“Fugas de informação são pagas. Se a Justiça ajudasse se não houvesse alguns bandidos – ou na magistratura judicial ou na magistratura do MP – que fazem fugas de informação sistematicamente…

Não é possível viver com um sistema em que algumas pessoas na Procuradoria ou na magistratura judicial condicionam a vida nacional de uma forma insidiosa, subreptícia, clandestina e eu acho que paga”.
António Barreto, em “Estado da Nação

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Já agora, podió repeti-lo?

1º – Parece muito temerário, embora populista qb, afirmar, sem provas, que os autores das fugas são magistrados judiciais ou do MP. De que provas dispõe António Barreto para tão temerária afirmação?

Seria bom que as apresentasse, já que o acesso aos processos de que saem as fugas, não é facultado apenas a magistrados. Há, pelo menos, PJs, funcionários e advogados que dele dispõem igualmente. Quaisquer deles tem meios para accionar as fugas. Como é que Barreto apenas “vê” os magistrados? Qual a certeza em que se baseia?

António Barreto habituou-nos a uma maior qualidade de elaboração de pensamento e de escrita, pelo que este laudo surpreende.

2º – Por outro lado, ainda bem que há tais fugas, muito embora, grosso modo, sejam ilegais.

É que nem tudo quanto é ilegal é ilegítimo também. E entre a legalidade e a legitimidade, em Portugal, no tempos que correm, pessoalmente opto de forma decidida pela legitimidade. É que o que mais para ai há são leis ilegítimas. De modo geral, leis congeminadas para prover a interesses particulares e muito pouco transparentes E, para combater leis ilegítimas e quem as redige e delas aproveita, só actos de alguma ilegalidade se mostram eficazes.

Tem sido essa atitude de ilegalidade, mas de inegável legitimidade democrática – não esquecer que bem mais ferido de ilegalidade são um golpe de estado ou uma revolução e, no entanto, quantos têm sido legitimamente necessários levar a cabo para restituir dignidade aos povos oprimidos ou desrespeitados… – que tem evitado que Portugal não seja já e irremediavelmente um feudo senhorial, onde os tiques “chavistas” fossem donos e senhores de “quanto a vista alcança” e tudo e todos que não fossem obedientes ao omnipotente caudillo estariam já submetidos à “pax vilarista“.

Que honra vos seja, pois, violadores de leis ilegítimas! Provavelmente, são poucos os cidadãos comuns que se apercebem do verdadeiro patriotismo e serviço público contido na vossa “criminosa” actividade. No vosso lugar, procederia exactissimamente, quomodo.

Ego vos saluto!

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