Não constituiu surpresa porque, há cerca de dois meses a esta parte, é isso que tenho aqui escrito repetidamente, designadamente no Facebook, mas não somente aí.
Primeiro, porque o FMI "está já" nas medidas do PEC subscrito em Bruxelas, à revelia de toda a gente. Depois, porque a UE não tem o mínimo interesse em que nós cheguemos ao fundo do abismo, do qual estamos muito próximos, porque a Espanha vai atrás e a sua queda – a juntar à nossa e às da Irlanda e da Grécia – seria uma tragédia para a própria UE, a sua completa falência.
O que a UE pretende é que o nosso problema seja resolvido, independentemente da forma, ou seja, independentemente da das características das medidas a tomar para lá se chegar e, atrevo-me mês mo a dizer, do prazo – razoável – necessário para reduzirmos a dívida pública para níveis aceitáveis e que o deficit orçamental leve mais ou menos tempo a ser trazido para patamar abaixo dos 3%.
O problema não está nas medidas nem sequer «no tempo – desde que razoável – para que elas surtam o efeito desejado. O problema está, tão só, na credibilidade do plano para resolver a crise que possamos apresentar.
Nada há que impeça que a dívida seja reestruturada e, portanto, paga mais devagar. E a questão do deficit não pode ser esgrimida com muita firmeza por alemães e franceses porque, afinal, eles foram os primeiros a ignorar os limites.
Portanto, logo que nos apresentemos a negociar com um governo legítimo e medidas sérias e credíveis a UE e os mercados acalmar-se-ão. É do senso comum. Qualquer credor, por muito sôfrego que se mostre, não hesitará entre receber mais tarde mas certo, do que mais cedo e incerto. Por outro lado, dever não é vergonhoso; vergonhoso é prometer pagar, mas sem que o devedor apresente provas de estar de boa fé.
É verdade que não economista nem sequer analista político. No entanto, como quem me lê certamente reconhecerá, é isto que tenho vindo a escrever, aos poucos, de há muito tempo a esta parte. Ora, como também não sou adivinho, resta uma explicação para ter chegado a essa conclusão logo de início. Qual? O senso comum. Que é, afinal, o que, ao fim e ao cabo e mais cedo ou mais tarde, norteia as relações entre as sociedades humanas.
Onde não cabem as fantochadas de um mero chico esperto de um qualquer Vilar desses muitos que há espalhados pelo país.
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1 comentário:
"A divída, é a menor das maleitas portuguesas. O importante é curar as moléstias genéticas", escrevi hoje no meu blogue...
Um abraço.
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