Os portugueses têm de salvar-se de si próprios, para salvarem Portugal

domingo, 27 de março de 2011

2766. Denúncia das TVs, por falta de isenção política

Acaba de ser criado no Facebook um grupo cujo objectivo é a denúncia dos atropelos à democraticidade e à falta de respeito pela verdade a que se vai assistindo nos blocos informativos - noticiosos e de comentário - das estações de TV generalistas portuguesas.

O texto justificativo é o seguinte:

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Denúncia das TVs, por falta de isenção política

As TVs portuguesas são afrontosamente parciais e mesmo sectárias nos noticiários do dia-a-dia, na forma capciosa como veiculam notícias de cariz político, nas entrevistas que fazem – em que chegam ao desplante de induzir respostas e mesmo abertamente sugeri-las – bem como nos comentários que emitem.

Com tal inadmissível atitude subvertem repetida e impunemente a democraticidade da sociedade portuguesa, comportamento tanto mais grave quanto dispõem de um poder ilimitado, não sujeito a qualquer escrutínio.

Os cidadãos são ludibriados nesta armadilha, sendo os reais interesses do País e dos Portugueses sacrificados no altar das conveniências de gente que, sem-cerimónia, nos entra pela casa e nos violenta com as suas verdades distorcidas, obedientes a directivas não democráticas, de ominoso oportunismo político pessoal ou de grupo.

Nestes termos, torna-se imperioso que os portugueses se rebelem e, em sequência das manifestações de vontade de democracia directa, ultimamente verificadas com o sucesso conhecido, o façam relativamente a outras áreas, porque os atropelos antidemocráticos que retalham e ferem de morte a nossa sociedade não se limitam às áreas do poder estritamente político.

Há, pois, que sugerir e pôr à sua disposição instrumentos que possam veicular a sua indignação pelo que vem sucedendo diariamente na Comunicação Social, especialmente a televisiva.

Estes os fundamentos da criação deste grupo.

Está na sua determinação o grupo tornar-se instrumento de pressão adequado e eficaz. Na imposição de um jornalismo mais respeitador da pluralidade de opiniões, mais consentâneo com uma sociedade democraticamente decente que pretendemos ver incrementada em Portugal e que estamos muito longe de atingir, muito por responsabilidade de gente de mentalidade pouco respeitável, que se acoita naquelas estações e à sua sombra vive, nelas praticando descaradamente verdadeiros atentados à Democracia e a um Estado de Direito integralmente realizado.

Assim, é criado o grupo Denúncia das TVs, por falta de isenção política a que podem aderir todos quantos julguem indispensável fazer sentir que não mais estão dispostos a deixar-se manipular por quem o conceito de democracia é diariamente trucidado, em razão de interesses pessoais ou de grupo.

Atente-se no caso deontologicamente inaceitável de nas TVs existir uma total e inadmissível promiscuidade e até clonagem entre jornalistas e comentadores, sem que ao menos haja o decoro mínimo do disfarce.

Diariamente assiste-se a jornalista que “noticia” e, minutos após, aparece com a maior desplante a “comentar” o que noticiou. Tudo sem um mínimo de isenção ou respeito pela deontologia.

Não constituirá exagero dizer-se que o universo de jornalistas e comentadores se circunscreve, em cada grupo televisivo, a uma roda de dez a doze pessoas que se revezam quase de hora em hora. O caso é geral, muito embora na Sic Notícias atinja foros de escândalo de proporções homéricas.

Sugere-se, pois, que a denúncia seja extensiva a todos os programas diários de informação – noticiosos ou de comentário – de SIC e SIC NOTÌCIAS, RTP1 e RTPN, TVI e TVI24, pelo período que for julgado conveniente à medida que se for avançando na iniciativa e consoante os resultados entretanto obtidos.

Embora este documento vá assinado pelas pessoas que lhe deram corpo, a “assinatura” deve-se apenas à circunstância de um movimento destes não dever apresentar-se como de geração espontânea, anonimamente. Termina, no entanto, imediatamente a seguir à última linha do documento, porque a intenção subjacente à iniciativa é a de que a mesma seja de todos em geral e de ninguém em particular.

O interesse do País reclama a ausência de vedetismos, até porque consequências de vãs vaidades temos vindo a sofrê-las de há muito tempo a esta parte e tal sofrimento tem sido demasiado penoso para todos. »»»



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